Nos primeiros anos do século XX era comum que quando novas indústrias se estabeleciam em São Paulo vilas operárias fossem construídas próximas a elas.
Foi assim que surgiram vilas como a Maria Zélia, no Belenzinho, e tantas outras espalhadas pela cidade e principalmente em bairros como Brás, Ipiranga e Mooca.
E nesse último bairro encontramos esse pequeno conjunto adorável de casas operárias:
Localizadas na Rua Coronel João Dente entre os números 103 e 115 esses sobrados geminados foram construídos entre 1939 e 1941*¹ e serviram como residência de trabalhadores da Antarctica Paulista, cujo parque fabril funcionava poucos metros dali, na Avenida Presidente Wilson.
Aliás estes seis sobrados não são os únicos que serviram de residências para funcionários da Antarctica. Nessa mesma rua existem outros imóveis que também pertenciam (ou pertencem em alguns casos) a companhia até hoje. Como por exemplo a localizada no número 173 e esta outra (clique aqui) mais pro final da rua.
Apesar de não estarem em um estado de absoluta preservação, estes sobrados estão bastante razoáveis até os dias atuais. Salvo uma alteração de cor no muro que dá para calçada e uma ou outra de porta o conjunto permanece muito fiel a quando foi construído.
Apesar da Antarctica já ter deixado a região a bastante tempo, nem todos os antigos imóveis operários foram negociados pela sua sucessora, a Ambev, e maior parte deles encontram-se registrados em seu nome, ou seja, Companhia de Bebidas das Américas. Já alguns foram vendidos, sendo que parte pertencem hoje a ex-funcionários da empresa ou a seus herdeiros.
Nem este conjunto de casas nem seus vizinhos ainda são tombados o que representa um certo risco para estas adoráveis residências e também para seus vizinhos mais próximos. Quem já teve a oportunidade de conhecer esta rua sabe que se trata de uma das mais pacatas da região.
Veja mais fotos dos sobrados (clique para ampliar):
Nota:
*1 – Dados fornecidos pela base de dados do IPTU da Cidade de São Paulo, ano base de 2018.
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