A memória de São Paulo traz alguns exemplos vivos de sua história antiga e, exemplo disso, são algumas dos estabelecimentos da cidade. Venha conhecer as lojas mais antigas de São Paulo.
O mundo está mudando e São Paulo também. A evolução é assim mesmo e, de algum modo, tudo acaba se alterando com a passagem do tempo, trazendo novidades incríveis e fazendo desaparecer outras coisas das quais também gostamos.
O comércio é algo que tem mudado bastante. Ao longo dos anos, com o avanço das tecnologias, o mundo todo tem se adaptado ao comércio eletrônico e se torna cada vez mais simples que cidadão comuns – como eu ou você – possamos nos lançar, com grande facilidade, na criação de um ecommerce.

Essa mudança para o digital não é somente algo que as pessoas comuns estão fazendo, na busca por melhores oportunidades de trabalho mas também algo que as marcas mais proeminentes do Brasil e do Mundo estão aproveitando, para expandir seus negócios.
Ainda que o digital seja apelativo e mesmo com todos esses avanços, vamos nos apercebendo de que o mundo transporta ainda seu pendor saudosista e, por isso, no comércio tradicional das suas de São Paulo, continuamos a apreciar o toque antigo de algumas lojas que já marcam sua matriz e sua história.
Hoje, te convidamos a embarcar nessa viagem até às lojas mais antigas da cidade para conhecer aquelas que por mais tempo se mantêm operando em São Paulo. Confira alguns dos estabelecimentos mais antigas da cidade:
1. Casa Godinho (1888)

A abertura do empório Casa Godinho aconteceu em 1888 e, desde então, essa loja criou uma longa história. As famílias paulistanas sabem, ainda hoje, que de segunda a sexta-feira podem contar com esse empório de secos e molhados para comprar seu bacalhau desfiado.
Inicialmente o empório fundado pelo imigrante português José Maria Godinho ficava no Largo da Sé, sendo transferida em 1924 para o endereço da Rua Libero Badaró onde se encontra desde então.
Tão importante é essa casa que a própria UNESCO a consideraria Patrimônio Cultural Imaterial paulistano. Ao longo de sua história, alguns nomes célebres, como Assis Chateaubriand frequentaram essa loja.
Mas não se engane! A loja também está se modernizando e conta até com um app próprio que vale a pena conferir.
2. Doural (1895)
Essa loja foi criada em 1895 por Assad Abdalla, numa das principais artérias paulistanas – a Rua 25 de Março – quando este sírio chegou a São Paulo (vide foto inicial deste artigo).
Essa loja ainda pertence, hoje em dia, a essa mesma família, sendo gerida por essa e apresentando ao público paulistano mais de 60 mil produtos.
A loja já abriu, até, uma segunda e terceira unidades na cidade paulistana para garantir que chega a todos, transportando sua imensa história na cidade. Aguarde para breve uma matéria completa com a história deste estabelecimento.
3. Padaria 14 de Julho (1897)

Era simplesmente uma padaria quando foi criada no pequeno salão, em 1897, por Rafaelli Franciulli, um imigrante italiano.
Se especializando noutras coisas, esse espaço acabaria se tornando um empório, onde pode comprar vários antepastos e embutidos, que se expõem pendurados no teto, conferindo um ar bem rústico ao espaço.
O pão típico italiano também continua sendo comercializado, sendo que os pães recheados dessa casa e as massas frescas são ítens muito procurados pela clientela da casa.
4. Di Cunto (1935)

Di Cunto é uma empresa familiar, também criada por imigrantes, e que trouxe até São Paulo o melhor da doçaria italiana.
Se tratando de um clássico da cidade essa loja se conceituou por iguarias como a preferida Torta Regina: doce criado com profiteroles, pão-de-ló, creme de pasteleiro e fios de caramelo.
A expansão da loja tem sido visível, havendo já outras lojas na cidade e até no Shopping Mooca Plaza. Nós já contamos com detalhes a história da Di Cunto e você pode conferir clicando aqui.
5. Livraria Calil Antiquária (1945)

Em pleno funcionamento desde 1945, a Livraria Calil apresenta mais de 450 mil volumes à venda em sua loja e tem como particularidade a venda de livros raros, sendo que esses ocupam o nono andar de um charmoso prédio antigo na Rua Barão de Itapetininga.
Esse estabelecimento foi criado por um imigrante do Líbano, Miguel Calil, e demonstra bem sua paixão pela literatura. Na loja, você encontra várias primeiras edições, exemplares autografados por autores emblemáticos a também livros únicos em todo o país.
Esse espaço também é dedicado à restauração de livros e continua nas mãos dos descendentes de Calil, com sua filha, Maristela, e também seu neto. Modernizada, apesar de sua antiguidade, a loja permite que você possa conhecer os livros dessa livraria no seu espaço digital.
6. Plas (1950)

Foi na década de 50 que o francês Maurice Plas abriu uma loja em seu nome na Rua Augusta, no número 724 dessa rua.
Essa loja se tornou reconhecida pelos seus acessórios, como boinas, gravatas, chapéus, coletes e outros. Rapidamente, esses artigos de luxo passaram a ser procurados por algumas das figuras mais importantes da cidade, como empresários, políticos e artistas.
A loja ainda se encontra em atividade, sendo gerida pelo filho de Plas e sua atividade passou a integrar outros artigos, como camisetas estampadas, bem modernas e ousadas.
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