Vandalismo e humilhação nos antigos postes de iluminação

Preservar o patrimônio público, seja ele histórico ou não, é uma atribuição que compete também ao cidadão. Se não cabe a nós restaurarmos ou policiarmos, ao menos se espera que mantenhamos os locais conservados e na mais perfeita ordem. Infelizmente não é o que ocorre na região central de São Paulo por parte de algumas empresas e pessoas físicas.

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Não é de hoje que a rua Barão de Itapetininga e famosa por ser a “rua dos empregos” em São Paulo. Por seus diversos edifícios estão espalhadas inúmeras agências de que diariamente atendem milhares de pessoas, em busca de uma melhor oportunidade de trabalho.

Estas agências mantém por toda a extensão da rua os famosos “homens placa” que ficam circulando com ofertas de emprego e também anúncios de compra e venda de ouro, jóias e dólares. Já faz algum tempo que algumas também começaram a valer-se de uma tática desrespeitosa com a cidade, que é veicular os anúncios em cartazes colados nos tradicionais postes Tipo 16, instalados pela Light no início do século 20, e que são patrimônio histórico de São Paulo.

Vandalismo no patrimônio e humilhação ao cidadão (clique na foto para ampliar)
Vandalismo no patrimônio e humilhação ao cidadão (clique na foto para ampliar)

Esta tática de colar cartazes é particularmente danosa ao poste histórico, que vai se deteriorando em sua base e também constituem duas violações graves: é um ato de vandalismo a um bem público e também uma violação a Lei Cidade Limpa.

A evidente falta de fiscalização, mesmo estando há poucos metros do prédio da prefeitura faz com que as agências de emprego não temam um eventual punição. E agora, não só estão colocando os cartazes nos postes como também ao redor dele, no piso em torno dos mesmos postes.

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A prática traz ao cidadão que procura trabalho uma forma degradante de achar emprego: no chão. Fora isso, que já seria grave por si só, temos o ato de emporcalhar uma importante rua da cidade, que fica cheia de papel colocado e que causa outro grande problema para a cidade, entupindo bueiros quando chove.

Será que realmente é necessário fazer uma publicidade tão exarcebada e feia ? Precisamos emporcalhar nossas ruas para ganhar dinheiro ?

E será que é tão difícil ao poder público fiscalizar, arrancar e punir esses cartazes ? Todos eles são identificados com o endereço das agências e empresas que ali anunciam, e que tem como clientes empresas de grande porte como Santander e Tivit.

Contatamos algumas agências que fazem este vandalismo através dos emails deixados nos cartazes, questionando a prática mas nenhuma respondeu.

Abaixo mais algumas fotografias em outros postes da mesma rua Barão de Itapetininga:

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O que você acha que deveria ser feito para coibir esta prática ? Deixe sua opinião nos comentários.

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35 respostas

  1. “A prática traz ao cidadão que procura trabalho uma forma degradante de achar emprego: no chão.” Triste.

  2. H´alguns anos estivemos na Argentina e nos espantamos com o “cuidado dos ativistas”…naõ pichavam ou depredavam NADA PUBLICO . Chegamos a ver uma passeata de estudantes e eles “PIcharam o Asfalto”…Em frente a Casa Rosada Faixas de Protesto…. Se não se ama a história e memória da sua cidade e país… porque preservar ???? Falta EDUCAÇÂO….

  3. Que Judiação, ninguém respeita ninguém, e por isso que o BRASIL esta como esta, desde o maior, ate o. Menorzinho esta tudo como esta, precisamos educar muito nossas crianças, para que aja uma melhora expressiva, obrigada

  4. Uma forma de coibir essa prática vergonhosa e criminosa, sería pressionar e expor os clientes dessas empresas… Ex. Santander… Todas as grandes empresas tem em suas políticas internas regras que as obrigam a tratar com fornecedores socialmente responsáveis.
    Fora isso se um grupo topar de ir la com material pra retirar essa nojeira eu tó nessa… Mas teria que ser muita gente e ter um advogado no meio.

  5. Infelizmente o brasileiro só aprende quando o seu bolso é assaltado. Multa para as empresas que emporcalham a cidade.

  6. Você já viu como fica quando chove, Douglas? É nojeeeento, feio e triste. Sem contar o fator de entupir bueiros, como você bem disse, quando chove os papéis ficam parecendo uma “massa” e daí quem passa por ali corre o risco de cair.
    Nunca tinha parado para relacionar que a rua está DO LADO da prefeitura. Ninguém faz nada. Uma pena.

  7. Algumas capitais do Brasil são conhecidas pale sua civilidade.Talvez o caso mais famoso seja o de Curitiba,cujo governo conseguiu,de alguma maneira,”inserir” em cada habitante da cidade esse dever,essa chama de civilidade,de cuidar da sua cidade.A prefeitura faz a parte que lhe compete e o cidadão,ao perceber essa preocupação,esse esmero em cuidar das praças,ruas,calçadas,patrimônios públicos,etc,sente-se na obrigação de olhar por aquilo,cuidar mesmo,para que o bem permaneça.
    Outra cidade,dessa vez em nosso estado,que também tem essa preocupação e busca “cuidar para ser cuidada”,é a bela Campos do Jordão,que mantém um padrão na construção dos imóveis,por exemplo,e esse padrão é respeitado pelos moradores e investidores.
    A prefeitura de São Paulo não dá a mínima quanto ao vandalismo.Eu não leio ou ouço qualquer notícia à respeito de nosso prefeito e vereadores(para que servem esses últimos?) no sentido de coibir pichações,por exemplo.É a certeza da impunidade que faz com que esses monstros detonem a cidade.O São Paulo Antiga entrou em contato com algumas dessas agências porcalhonas e…nem resposta obteve!!! Como quem diz: “não lhe devo satisfação,se nem a prefeitura me questiona,quem são vocês para tal?”
    Não há luz no fim do túnel.

    1. Curitiba e Campos do Jordão são cidades extremamente segregadas. A população mora longe (em bairros e cidades-satélite) e as elites privilegiadas moram no aglomerado urbano central.

      Prefiro uma cidade suja e viva a uma cidade elitizada e morta.

  8. ótima matéria ! parabéns. É atribuição da guarda municipal. ao invés de agredir camelô podia trabalhar nesse sentido.

  9. esta é a educação que temos hoje,naão respeitam a cidade que os tem,acabando com a maravilhosa Barão de Itapetining dos aureos tempo da decada de cincoenta com suas casas de chá e belas lojas.

  10. Infelizmente o povo brasileiro em sua grande maioria não tem o espírito de preservação de patrimônio histórico. Vejam museus no Rio de Janeiro fechados por falta de verba para segurança, cuidados com o prédio. Em São Paulo o Museu do Ipiranga precisou fechar as portas por falta de segurança pois marquises poderiam cair a qualquer momento. É triste ver a destruição da nossa história. E esta geração que está vindo aí, nem liga para isso. Na Europa, se colar qualquer tipo de propaganda, não precisa nem ser em prédios históricos, em qualquer parede a pessoa vai presa. É lamentável.

  11. Realmente é uma pena que isso aconteça . Não dá nem gosto de andar numa rua assim . Os postes tão bonitos ficam totalmente descaracterizados de sua beleza. Os policiais que ficam na região não deviam permitir o uso desse costume.

  12. Uma vergonha o que está acontecendo com o centro da cidade de São Paulo.
    O vandalismo, a sujeira, os prédios invadidos. A maioria dos logradouros públicos, ocupados por pessoas desocupadas. Muitos de má índole e outros com problemas mentais aprontando mil e umas. Sem contar com os viciados que são milhares. As autoridades que foram eleitas pelo povo não estão nem aí!
    Hoje estive no Brás, e alí foi tomado por toda sorte de camelôs. Inclusive haitianos, tomaram conta do pedaço. Não bastava os camelôs daqui, importamos os de fora. A guarda metropolitana estava lá. Mas não fazia nada!
    O largo da Concórdia, Rangel Pestana e outros lugares o trabalho informar invadiu.
    Sem contar que esse trabalho ilegal, tomou conta também dos trens da CPTM, e metrô. Ninguém viaja tranquilo. Esse pessoal entra gritando e mesmo os trens lotados, eles passam empurrando os passageiros. Querem a todo custo vender seus produtos.

  13. Esse local fica há poucos metros do Gabinete do Prefeito, onde ocorre a prática vergonhosa; e a fiscalização da prefeitura? Imagino o nível do cidadão que se submete a procurar emprego em papeis colados no poste e no chão. Por ai, nota-se o desrespeito da agência de empregos que adota está repugnante e asquerosa prática, em relação aos ‘potenciais clientes’ e com a Cidade. O pior é a ausência da fiscalização do poder público municipal.

    1. “Imagino o nível do cidadão que se submete a procurar emprego em papeis colados no poste e no chão”. Cara, quem ta precisando mesmo de emprego procura em qualquer lugar. Isso não lhe dá o direito de julgar o nível da pessoa. A questão desse post é o desrespeito com o patrimônio da nossa cidade, portanto seu comentário foi muito infeliz.

  14. A Prefeitura deveria proibir essa prática nas ruas da cidade. E a lei da CIDADE LIMPA ?
    TEM QUE SER DENUNCIADO E VAMOS EXIGIR O CUMPRIMENTO DESSA LEI.

  15. O que acontece no centro velho é reflexo cabal da falta de educação, que juntamente com a malandragem e a violência desmedida, é um traço atávico da personalidade do brasileiro médio. Os que não se portam dessa maneira estão acima da média e chamo de brasileiros geneticamente modificados, pois fazer tudo o que não presta infelizmente está no DNA do brasileiro.

  16. Deviam questionar e cobrar da prefeitura como qualquer cidadão deve fazer e se não obtiver resposta satisfatória procurar jornais e programas de TV, para denunciar.

    Fazer barulho, muito barulho, a muito tempo que não existe fiscalização e manutenção urbana na capital e se as pessoas não reclama significa que elas aceitam isso como normal, então nada muda.

  17. Cada vez que passo pelo Centro, fica mais irritado de ver o qto. aquele lugar está sujo e abandonado. Você cita a Lei Cidade Limpa mas o nosso atual prefeito parece que a ignora. Vários lugares da cidade estão emporcalhados com cartazes, faixas, as placas de imobiliárias nos postes, até lambe-lambe, eu já vi. O nosso prefeito tem que entender que administrar uma cidade como São Paulo não é só ficar pintando faixas pelas ruas.

  18. Gente, quanto elitismo!

    De fato, é indigno ter de ajoelhar para procurar uma vaga de emprego ou se sujeitar a lidar com anúncios porcamente colados. Porém, a apropriação dos postes é uma manifestação cultural como qualquer outra. De certo modo, já se transformou em patrimônio imaterial paulistano esta forma de lidar com os artefatos da cidade (assim como o pixo, uma das manifestações culturais mais interessantes da cidade).

    Artefatos só existem enquanto bens culturais quando vivos, apropriados pelo povo, não quando são fetichizados dentro de uma redoma, intocáveis.

    Se estamos falando de patrimônio CULTURAL, temos antes de tudo de reconhecer as diversas manifestações culturais possíveis no espaço urbano (e isto nada tem a ver com algo ser bonito ou feio, “histórico” ou “autêntico”). Aliás, nada mais ultrapassado que a noção de patrimônio “histórico”.

    1. Gabriel, percebo um certo grau de ingenuidade da sua parte quanto ao que está acontecendo na cidade. O que as agências estão fazendo ali pode até ser “manifestação cultural”, mas isso não deixa de ser desrespeitoso com quem passa por ali, e principalmente quem paga impostos (caríssimos, a propósito), pois a manutenção desses postes sai do nosso bolso. O dinheiro pago pela tinta usada para apagar a pichação no muro sai do bolso do contribuinte em caso de patrimônio público (muretas de rodovia, monumentos, viadutos, etc) ou do bolso do proprietário em caso de patrimônio particular.

      E discordo de você na parte em que diz que “(…)nada mais ultrapassado que a noção de patrimônio ‘histórico'”. Veja quão “ultrapassados” são os países europeus, que preservam seus monumentos e construções históricas. Esse patrimônio não são apenas “casas velhas”, “estátuas feias”, mas são um retrato do nosso passado que não deve ser apagado.

      1. A prática social de colar anúncios em postes é menos “histórica” que o próprio artefato em si? Por que esta hierarquia de valores?

  19. Concordo com você Luiz Henrique, prefiro uma cidade limpa e sem pichações, segura. Não somos nada sem história, sem um passado. Devemos sim preservar, infelizmente isso não acontece. Gabriel isso tudo vai muito além do que você está falando.
    Muito triste ver o Patrimônio Histórico se acabando assim. Uma pena.

  20. Alguém saberia me dizer o que são uns postes na penha que são bem gordinhos tem umas 3/4 abas para fora e uma tela em cada aba..
    Sempre passo por eles não consigo identificar o que é

  21. Infelizmente esse problema não é recente. Na década de 50 há registros desses postes repletos desse panfletos. A diferença é que na época eles eram postes relativamente novos e a prefeitura dava a atenção devida. Triste mesmo…

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