Uma estrela arranhando o céu de São Paulo

Muitas empresas tem presença destacada através de suas marcas e símbolos e a Mercedes-Benz soube aproveitar a sua conhecida estrela colocando-a no topo de diversos edifícios no mundo.

Esta ação teve início em seu próprio prédio de escritórios na Breitscheidplatz em Berlim no ano de 1965 com uma estrela de 20 metros de diâmetro que como todas as outras, girava. São Paulo foi uma das cidades que recebeu uma grande estrela e parece que era uma das maiores do mundo. Estava instalada no topo do Edifício Mendes Caldeira cuja história já foi contada aqui.

Edifício Mendes Caldeira, na Sé, e a estrela giratória da Mercedes-Benz no topo

Antes mesmo do edifício ser entregue a estrela já estava instalada e isso é muito visível num anúncio publicado em maio de 1960 procurando comercializar as últimas unidades do empreendimento. O próprio anúncio aproveitava a existência da estrela colocando que o Edifício Mendes Caldeira era o “arranha céu da “Boa Estrela””.

A estrela pode ser vista em imagens de diversos postais da Praça da Sé editados na década de 60 já com o edifício completamente operacional, porém com o Metrô já planificado em 1968 a mesma foi retirada diante da desapropriação do prédio e substituída por um anúncio do vermute Cynar.

A estrela da Mercedes-Benz no Edifício Mendes Caldeira

Mas este não seria o fim da “Boa estrela”, pois outra foi providenciada e colocada em plena Avenida Paulista mais exatamente no topo do Edifício Baronesa de Arary. São poucas as imagens que nos mostram isso. Estávamos no início da década de 1970 e lá estava ela novamente girando num dos pontos mais visíveis da avenida na época. Não se tem registro de quanto tempo lá ficou, mas sem dúvida brilhou.

No canto direito da fotografia a estrela da Mercedes-Benz

Mais recentemente outro prédio em São Paulo, o “Paulista Star Corporate Building” na Alameda Campinas, 1.070 ostentou uma estrela no topo. Esta foi retirada quando da Lei Cidade Limpa em 2006, porém seu contorno vazio lá permanece vide foto abaixo.

Paulista Star Corporate Building

CURIOSIDADE:

A Mercedes-Benz também investiu em publicidade dentro dos estádios paulistanos. O leitor Alexandre Giesbrecht, pesquisador da história do São Paulo Futebol Clube, enviou a imagem a seguir que mostra o primeiro placar do estádio do Morumbi em meados dos anos 1960, cujo patrocínio era da empresa alemã:

Clichê da partida entre SPFC x Nacional

Artigo atualizado em 28/07/2020 – Inserção de curiosidade sobre a publicidade da Mercedes-Benz no estádio do Morumbi.

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28 respostas

  1. Boa tarde!
    Que bela era a Praça da Sé! Mesmo com o intenso vai-e-vem de pedestres e veículos, mais o “monstro” (no sentido de gigantismo) do Mendes Caldeira, percebe-se na foto o quanto a cidade, de uma maneira geral, era mais “olhada”, mais vigiada e cuidada!

  2. O que essa lei cidade limpa tem haver com o lindo simbolo da Mercedes Benz…só mesmo esses politicos idiotas com suas “leis” idiotas para fazerem uma coisa dessa.

    1. Tem tudo a ver Guimarães. A lei cidade limpa removeu todas as publicidades da cidade e foi fundamental para limitar o abuso que havia na cidade até então.
      Ouso dizer que foi a única coisa positiva da gestão de Gilberto Kassab.

      1. Ok, eu aceito o argumento. Porém, uma “cidade limpa”, pra mim, é cuidar das praças, monumentos, entorno de igrejas históricas, como as da Sé e Santa Ifigênia, por exemplo. É cuidar para que as calçadas estejam, além de limpas, em boas condições para tráfego- e isso está longe de acontecer!
        Retiraram as publicidades “abusivas” e a cidade continua IMUNDA!!!!!! Haja visto a região do Brás, próxima ao centro. E o Parque Dom Pedro, então? É uma vergonha! A Praça da Sé? Deixa pra lá…
        Quando eu era criança e acompanhava meus pais até o centrão, eu achava tudo muito lindo, aquelas luzes…o letreiro do Mappin era verde; o da Mesbla era vermelho, e assim por diante.
        Nesse sentido, sou solidário ao colega Guimarães. A estrela da Mercedes era prejudicial? Em quê? Fazer uma restrição, um controle, tudo bem, concordo. Mas, cidade limpa, deveria ser no sentido de higiene da mesma. Cuidado com o lixo, praças e parques bem cuidados, etc, etc, etc…

      2. Olá Douglas, excelente matéria.
        Sobre a lei cidade limpa.
        É uma questão de ponto de vista.
        Quem tem comércio sabe que precisa fazer propaganda para poder vender.
        Os que podem vender um espaço para propaganda, perdem receita com isso.
        Fora o monte de desempregados que gerou quando entrou em vigor, haviam milhares de pequenas empresas que faziam placas, faixas, banners e desapareceram.
        O Kassab nada fez de positivo para a cidade.
        Essa lei é um atraso, devia o paulistano ser consultado sobre manter isso ainda hoje e partir também do cidadão paulistano tal decisão.

        1. Discordo, a cidade era um caos e a publicidade não tinha limites. Kassab realmente merece o parabéns por isso. Os dados pós cidade limpa mostraram que nenhum comerciante perdeu receita a longo prazo, quanto aos produtores de faixa lamento, emporcalhar a cidade deveria ser razão de se envergonhar.

        2. A Lei Cidade Limpa e sem duvida a pior lei do mundo. Alem disso levou a perda de 3 milhoes de empregos.

  3. Tudo o que vejo se confirma: os políticos brasileiros, salvo raríssimas exceções, odeiam arte, cultura e educação. Vocês todos que aqui escreveram, inclusive o José Vignoli, hão de concordar comigo.

    1. Marcelo, para não deixar de dar atenção ao seu comentário, acredito que os interesses são muito diferentes daqueles que, como nós, acreditam na educação como caminho para a melhor encaminhamento das demandas da sociedade. Continuaremos fazendo a nossa parte.

    1. O objetivo é justamente trazer aquelas informações e imagens esquecidas, mas que fizeram parte da história da cidade. Estes “detalhes” dão um sabor diferente na manutenção da memória da metrópole, fugindo do óbvio.

  4. Na concessionaria De Nigris na marginal Tietê, também havia uma giratória em cima da caixa d’água .

    1. Ainda é possível ver algumas pelo interior. Na rodovia Anhangüera (ainda uso trema), por exemplo na revenda MB Cosmar Veículos, em Jundiaí.

      1. A estrela da Cosmar, salvo engano, não é giratória, é fixa mesmo.
        Existe outra estrela no interior, esta sim giratória, na rodovia que liga Limeira a Piracicaba
        Aliás, passar em frente a Cosmar sempre me lembra que Jundiaí perdeu a chance de ter uma fábrica da Mercedes-Benz, quando esta por motivos maiores decidiu se instalar em Campinas…

    1. Surpreender com as lembranças esquecidas da cidade… Com o apoio do “São Paulo Antiga” conseguimos fazer isso. Obrigado!

  5. Interessante sua pesquisa, Vignoli!
    Só deve existir ainda a estrela sobre o edifício da fábrica em SBC. Não seu se em outras cidades brasileiras.
    Quanto a Cidade Limpa, só o nome é bonito e utópico. As regras implantadas foram muito restritivas, a cidade ficou mais triste e apagada, e essa demagógica medida desempregou muita gente e quebrou empresas, algumas tradicionais e que construiam anuncios muito melhores para ver do que as fachadas mal conservadas que vemos por aí!

    1. Algumas concessionária pelo interior ainda ostentam a estrela giratória. A Cosmar de Jundiaí, por exemplo.
      Obrigado por prestigiar o artigo e o “São Paulo Antiga”

  6. imaginem a Times Square – Nova Iorque, sem a publicidade…Picadilly Circus, em Londres, no Reino Unido…meu Deus, abuso é uma coisa, leis idiotas são outra…e, por falar em outra, salvo engano meu, a tal lei que fez Sampa perder qualquer identidade, foi iniciativa do PT, todavia para ser aplicada na gestão seguinte – como eles sempre fazem, e sobrou para o atual Ministro, do que mesmo? Cidade? Kassab… meu Deus , tristes trópicos!

  7. Aliás, entrando em outro assunto que volta e meia é lembrado por aqui: leia em voz alta o nome Paulista Star Corporate Building e perceba o quão ridículo ele é pra um prédio no Brasil. Imagine-se ao telefone dizendo: “ah, eu estou no Paulista Star Corporate Building”… Esses estrangeirismos exagerados são muito cafonas… rs

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