Dizem que histórias de fantasmas são difíceis de acreditar. No entanto, quando se trata do Castelinho da Rua Apa o que é mesmo difícil de crer são as notícias envolvendo o restauro do famoso casarão que há décadas tornou-se uma mórbida atração turística do bairro de Santa Cecília. Esta situação, finalmente, está começando a mudar.
A iniciativa de recuperação desta vez partiu, meses atrás, da Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania em solicitação ao Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos (FID), que irá investir cerca de 90% do custo total previsto de R$2.876.643,33. As obras de restauro do Castelinho da rua Apa tiveram início na semana passada, com a duração prevista de um ano.
Uma vez concluído o restauro, o Castelinho irá funcionar como um anexo ao Clube das Mães do Brasil, que já opera em um imóvel ao lado, ampliando as funções desta instituição paulistana que desenvolve um bonito e importante trabalho de educação e formação profissional através de trabalhos de artesanato, atendendo especialmente as pessoas em situação de vulnerabilidade social, como crianças, moradores de rua, dependentes químicos e catadores de papel.
Durante o período das obras o São Paulo Antiga irá acompanhar de perto o processo de restauração para informar periodicamente nossos leitores.
LENDA TOLA E ELEVADO ATRAPALHARAM O CASTELINHO
A propagação da tola lenda de que o Castelinho da rua Apa é/foi assombrado e a construção do malfadado Elevado Costa e Silva, o popular Minhocão, foram componentes essenciais para a lenta e quase impossível restauração do imóvel.
O trágico crime ocorrido em 1937 serviu de pano de fundo para um sem número de histórias de vultos, fantasmas e assombrações que só contribuíram em afastar interessados em investir no castelinho ao de quase 80 anos. Quando a situação já era ruim, a chegada do Minhocão também atrapalhou demais, afugentando investidores da região e eventuais interessados em utilizar ou apoiar o restauro do imóvel.
Se tudo isso já faz parte do passado e o restauro é uma realidade, é preciso ter consciência de que apenas o restauro – cujo custo julgamos astronômico – não é o bastante para o Castelinho. A região está completamente degradada, com lixo pelas ruas, hotéis baratos que servem para consumo de entorpecentes e o triste entorno da FUNARTE, localizado apenas um quarteirão de distância do Castelinho, que se transformou em um mini cracolândia ao ar livre, com consumo de álcool e drogas o dia todo.
Se não houver uma eficiente política de recuperação do entorno em conjunto com o restauro, poderemos ver em um futuro breve todo esse alto investimento em risco.
Para conhecer a história do Castelinho da Rua Apa, clique aqui.
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