Um assunto recorrente aqui no São Paulo Antiga, seja no site ou nas nossas redes sociais, é o Mappin. A saudosa loja de departamentos que marcou a vida de muitas pessoas, teve um fim triste e retornou como loja virtual no ano de 2019.
A principal lembrança física do Mappin no cotidiano paulistano hoje se dá principalmente pelo seu icônico edifício da Praça Ramos de Azevedo, atualmente ocupado por outra grande rede brasileira. Mas e se eu contar pra você que existe outra coisa bem legal do Mappin no centro de São Paulo que quase ninguém sabe de sua existência? Duvida ? Então observe a fotografia abaixo:
Na Avenida São João 1086, precisamente no térreo do Edifício Três Leões*, existiu uma filial do Mappin. Essa unidade ocupou o endereço que originalmente pertenceu a outra clássica loja de departamentos paulistana que já foi extinta há muito mais tempo, a “Loja Três Leões”.
* Também conhecido como Edifício Leon Kasinsky, o Três Leões foi projetado pelo arquiteto Henrique Mindlin em 1947 e inaugurado no ano de 1951. Trata-se de um edifício de 17 pavimentos, sendo de uso residencial nos pavimentos superiores e comercial no térreo. Ocupa uma área total de 1210m².
Quando o Mappin abriu a sua filial ali, também manteve o estacionamento da antiga Três Leões que ficava aos fundos do edifício, na Alameda Barão de Limeira. Curiosamente ao refazer o calçamento do estacionamento eles tiveram a ideia bacana de grafar o nome da loja em algumas das peças instaladas, intercaladas com outras lisas. O resultado – que está lá até hoje – é esse:
Em uma cidade que nada preserva como São Paulo é curioso que isso tenha sobrevivido até hoje, mais de 20 anos após o fechamento do Mappin. Provavelmente resistiu porque, salvo olhos mais atentos, poucos notaram este singelo detalhe no estacionamento da Alameda Barão de Limeira.
Este calçamento é parte importante da memória comercial da cidade de São Paulo e deve ser preservado. Lembrança de uma loja que até hoje é rememorada com carinho por paulistanos.
O estacionamento da Alameda Barão de Limeira fica bem atrás do Edifício Três Leões, na esquina com a Rua dos Gusmões.
Deseja conhecer a história do Mappin em detalhes ? Então clique aqui.
Bibliografia consultada:
* Folha de S.Paulo – Edição de 20/04/1999 – Link visitado em 02/12/2020
* Revista Acrópole – Edição 170 / Julho de 1952 pp 62, 63
* Moda para Ela – Link visitado em 02/12/2020
Crédito das fotografias do piso do estacionamento: José Vignoli
Respostas de 22
O MAPPIN marcou época em que era realmente bom viver em São Paulo! Tempos que infelizmente mudaram. Saudades!
Muito bem lembrado, caro Douglas! A história do Mappin Movietone já faz parte do nosso imaginário coletivo. É patrimônio imaterial dos paulistanos, e com a preservação desses pisos gravados com seu nome, patrimônio inestimável.
Ahhhh Mappin!! Por quê tinha que acabar! Quantas lembranças boas! Esse calçamento deria ser tombado! Trata-se da loja símbolo de São Paulo. Não sei como não fizeram uma parceria público-privada para reabrir essa loja símbolo. Tenho certeza que seria uma atração turística no centro de Sampa e movimentaria o comércio na região. Isso a prefeitura deveria ir atrás, será que não tem alguém competente afinal nesse governo?
O Mappin tem um papel importante na história paulistana. Era unanimidade! Nunca conheci alguém que não gostasse dessa loja. Tudo era impecável! Tínhamos orgulho em comprar no Mappin. Hoje com tanto recursos digitais, não consigo identificar um concorrente à altura em termos de satisfação popular. Uma pena essa história de amor ter ficado no passado.
Na Barão de Limeira, 671 possui outro estacionamento com estas gravuras no piso.
Quando adolescente e jovem fui algumas vezes para Sâo Paulo, principalmente em frente do Teatro Municipal. Fiz compras nas lojas Mappin. Ela faz parte do acervo da memória da cidade.
As lojas Mappin era ponto obrigatório de quem passava no centro da cidade de Sâo Paulo. Uma referência na memória paulistana.
Uma das principais lembranças que tenho do Mappin de certa forma tem a ver com “calçamento”. Vários andares da loja na Praça Ramos tinham o piso calçado com tacos de madeira, que tornavam o ambiente aconchegante e parecido com a sala de casa. Tempo muito bom
O edifício junto ao estacionamento e o Leon Kasinski (Edifício Três Leões).
O Prédio do Mappin na Praça Ramos, o Edifício João Brícola, passou da Santa Casa para a Brookfield, a qual o aluga para as Casas Bahia. Passou por reforma e melhorias após a transferência de posse.
Quanto a sina do Mappin, isto acontece com grandes varejistas de tempos e tempos.
Varejo e um ramo que não perdoa erros de seus administradores. Dormiu no ponto, perde. Atualmente, prevê-se que muitas cadeias de lojas e grande varejistas irão passar por um período de consolidação e eliminação, ao sul do Equador.
amei saber!!!!!!
Utilizei esses estacionamento, na época que comprava no Mappin, mas não sabia desse detalhe. Muito bom!!
O interessante do Mappin é que ele era nossa Internet. Era se pensar em algo pra comprar e ter a certeza que se poderia ir até lá, pois iria encontrar.
Muito bom esse seu trabalho, tenho observado melhor as edificações da cidade, e sempre que vejo algo interessante me lembro de você
MUITO LEGAL !MEU PAI TRABALHOU NA 3 LEÕES COM OS IRMÃOS KASINSKY !
Meu pai começou a trabalhar no Mappin em novembro de 1963. Saiu da empresa em fins de 1977.
Quase todo esse tempo foi na loja Praça Ramos. Quando a loja da avenida São João foi inaugurada, meu pai foi transferido para lá. Eu me lembro que nessa loja havia uma linha automotiva(pneus, rodas, etc) que, se não estou enganado, não tinha nas outras lojas.
Quando papai ia trabalhar dia de domingo(para os mais novos, o comércio em geral, antigamente, não abria aos domingos) para fazer inventário(ou “balanço”, como se dizia na época), ele nos levava junto, eu e meus 3 irmão mais velhos, todos crianças ainda.
Eu posso dizer que acompanhei um pouco a expansão do Mappin. Depois da Praça Ramos de Azevedo, veio a loja São Bento, na rua de mesmo nome e essa da São João( “Mappin São João”, como dizia a propaganda), ambas no Centro Velho.Um pouco mais tarde, abriram outra loja: “Mappin Cidade Jardim”. Ao que me lembro, inaugurou-se uma em Campinas também. E me arrisco dizer que o Mappin foi uma loja que não ultrapassou os limites do Estado de São Paulo. Caso contrário, me corrijam, por favor.
Nesta época, o Mappin patrocinava corais de Natal em frente à loja e ao Teatro Municipal.
Frequentei muito a loja em frente ao Teatro Municipal. O que mais guardo na memória eram os ascensoristas que, quando se chegava a um determinado andar ele anunciava algo assim: Primeiro andar, cama mesa e banho, tapetes, objetos de decoração, etc. E por aí ia, assim em todos os andares. Bons tempos.
Morava em São Caetano do Sul,mas minhas compras eram no Mappin,apos alguns anos abriu uma filial em Santo Andre no inicio da Av.Pereira Barreto
O Léo Kasinski e o fundador da fábrica Cofap
Parabéns pela descoberta e registro. A cidade de São Paulo e cheia de surpresas, descobri um revestimento de piso maravilhoso , num prédio, que hj é usado pelo SUS, no final da rua Martins Fontes. Vale a pena a visita.
Me lembro de ir com minha mãe nas liquidações Mappin, semana de natal também, loja cheia passeios maravilhosos no centro de São Paulo época muito boa, sdd
Saudoso Mappin…Faz parte da história de São Paulo e da minha adolescência também!Parabéns pelo seu trabalho Douglas, é pura nostalgia também.
Amanhã mesmo passarei lá para ver. Nunca percebi. Era do Mappin São João. Tinha parte automotiva, se entrava com o carro na loja. Lembro do elevador sempre cheio e apertado do Mappin da Praça Ramos. E a titulo de curiosidade em frente ao mappin na calçada tem um “retângulo” no chão preservando os trilhos dos bondes que passavam em frente.