A inauguração do Monumento aos Mártires Armênios

A lembrança do triste episódio da história da humanidade que foi o massacre do povo armênio, proporcionado pelo então Império Otomano, em 24 de abril de 1915, este ano teve um acontecimento inédito: o reconhecimento do genocídio pelo governo estadunidense, através da figura de seu presidente, Joe Biden.

Se a declaração de Biden ainda irá trazer muita movimentação no plano diplomático mundial, que tal lembrarmos do importante acontecimento em São Paulo, no dia 24 de abril de 1965, que foi a inauguração do Monumento aos Mártires Armênios.

clique na foto para ampliar

A data escolhida para a inauguração fora escolhida a dedo. Afinal, naquele 24 de abril completava-se 50 anos do massacre sofrido pelos armênios na Primeira Guerra Mundial. Nos dias que se antecederam à inauguração, o evento fora bastante divulgado em jornais paulistanos, emissoras de rádio e contou com intensa participação de toda a grande comunidade armênia de São Paulo e até de outra cidades brasileiras.

O acontecimento também contou com grande apoio de políticos paulistanos, da prefeitura e também da Força Pública (atual Polícia Militar), que cuidou do policiamento do evento, de parte da organização e ainda preparou sua banda para celebrar a inauguração.

Banda da Força Pública no dia da inauguração do monumento (clique para ampliar)

A história do Monumento aos Mártires Armênios e também de seu irmão menos conhecido, o Obelisco Armênio, já foram contados aqui no São Paulo em outros artigos (links disponíveis no final deste texto) e, portanto não vamos repetir aqui, focando apenas na inauguração. Abaixo nota sobre a inauguração publicada no jornal O Estado de S.Paulo:

OESP 24/04/1965

Como a própria nota do jornal adiantou, os 50 anos do genocídio armênio também contou – além da inauguração do monumento – com uma apresentação cívico-musical no Theatro Municipal de São Paulo e eventos religiosos nos templos armênios da capital. Ocorreram também solenidades na esfera do poder municipal.

Na foto, a multidão que acompanhou a inauguração do monumento (clique para ampliar)

Desde sua inauguração naquele ano de 1965 até os tempos recentes o monumento foi sofrendo uma lenta e gradual degradação, com diversos de seus ornamentos e peças escultóricas furtadas culminando em um cenário desolador no ano de 2009. Foi quando em seu primeiro ano de existência o São Paulo Antiga publicou extensa reportagem sobre o estado de abandono, que levou a uma grande movimentação em prol da recuperação do Monumento aos Mártires Armênios que seria restaurado e reinaugurado em 2010, na mesma praça porém agora gradeado e em uma posição mais privilegiada para ser observado.

Que o monumento esteja sempre preservado para que o genocídio armênio jamais seja esquecido.

Veja mais fotos da inauguração, clique na imagem para ampliar:

SAIBA MAIS:
Clique aqui para ler o artigo contando a história do Monumento aos Mártires Armênios

Clique aqui e conheça o Obelisco Armênio, localizado na entrada da Estação Armênia do Metrô

Compartilhe este texto em suas redes sociais:
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Siga nossas redes sociais:
pesquise em nosso site:
Cadastre-se para receber nossa newsletter semanal e fique sabendo de nossas publicações, passeios, eventos etc:
ouça a nossa playlist:

4 respostas

  1. Para quem tiver curiosidade sobre a Armenia, ha um tipo que viaja pelas ruas de Paises Satelite, e ex Republicas Sovieticas. Um Britanico divertido, o Canal Youtube e “Bald and Bankrupt” . Divertido. Ha uns episodios dele viajando pela Armenia.

  2. Matéria muito interessante Douglas. É bom lembrar que a Turkia – pais que hoje representa o que foi o império Otomano – não só não reconhece o massacre Armênio como reclama dos países que o fazem. Seria muito interessante que todos os países do mundo reconhecessem este triste episódio da história da humanidade. Não para hostilizar a Turkia mas sim, para se deixar bem claro as responsabilidades dos países envolvidos com tragédias mundiais, como ocorre hoje com o holocausto nazista. É uma questão de justiça, de verdade histórica, e de maturidade social.

  3. À despeito da bela homenagem, evidencia-se o que eu chamo de último ano da Belle Époque paulistana(1965).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *