Câmara Portuguesa de Comércio

Durante longos anos este belíssimo casarão paulistano, localizado na rua Cincinato Braga, região do Bixiga, esteve fechado e em lamentável situação de abandono, com aquele ar de que hora ou outra viria ser demolido:

O casarão em 2010: parecia sem futuro

Construído na primeira metade do século 20 por uma família de importadores de vinho, o imóvel carrega o alto luxo, elegância e sofisticação típico dos grandes casarões residenciais da elite paulistana que existia na região da Avenida Paulista e arredores.

O sofrido estado de abandono trouxe bastante apreensão aos vizinhos, receosos de que poderia dar lugar a um edifício. Tombada como patrimônio histórico de São Paulo a casa não poderia sofrer alterações ou vir abaixo, mas sabemos que em nossa cidade isso não assusta ninguém.

Com um tempo o imóvel mesmo permanecendo abandonado recebeu um novo telhado. A obra inclusive contava com a autorização do COMPRESP. Era o indício de que tempos melhores poderiam estar por vir.

Apesar da placa de autorização de obra e a consequente troca do telhado ocorrida em 2010, por longos anos nada mais foi feito ali, ficando o mesmo fechado e servido apenas como estacionamento de veículos até 2017, quando começou a surgir um processo de restauração completo.

Alguns meses depois o casarão ressurgia. Agora completamente restaurado para abrigar a Câmara Portuguesa de Comércio, que passava a ser sediada ali.

fachada do casarão (clique para ampliar)

O leitor do São Paulo Antiga Ervin Moretti esteve recentemente em um evento realizado por lá e tirou fotos do interior da casa, mostrando o quanto foi bem feita esta restauração, clique para ampliar a foto e admirar:

É muito importante a cidade receber de volta preservado mais este imóvel. O restauro contemplou a preservação total do imóvel, recuperando seus azulejos portugueses, as escadarias, o banheiros de mármore rosa e o banheiro de piso de pastilhas e banheira azul, lareira, além dos pisos de tacos trabalhados e os vitrais.

Abaixo separamos algumas fotos de nosso acervo de como o imóvel estava antes desta profunda recuperação.

Galeria de fotos pré-restauro, clique na imagem para ampliar:
Crédito: Jean Wander em colaboração ao São Paulo Antiga

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25 respostas

  1. O casarão da rua Buri, no Pacaembu, que por anos abrigou a família do Sérgio Buarque de Holanda (históriador de prestígio, pai do Chico Buarque e Miúcha, que cresceram lá) merecia um destino similar. Vi na internet que está fechado há anos e há intenção de transformá-lo em museu. Só que até agora não foi feito nada. Você sabe algo a respeito?

  2. Bom dia Douglas.
    Este é o antes e depois mais impressionante e bem executado que eu já vi aqui no site.
    Parabéns a todos os envolvidos.
    Abraços,
    Marcelo Sanches

  3. Ah, este antes e depois foi inspirador! Obrigada a todos que levaram adiante o restauro e aos que estão atentos não só aos movimentos de abandono, mas também aos de recuperação, registrando e divulgando.

  4. Que linda restauração! Ainda bem que preservaram a arquitetura da casa, parabéns pela matéria!

  5. Que coisa mais linda, são Paulo precisa de mais tombamento histórico pois existem muitas em situações iguais a está, a cidade de São Paulo tem muita historias que precisam ser contadas e poucas pessoas conhece a historia da cidade…..PARABÉNS ao Douglas Nascimentos por mostrar mais uma historia de São paulo.

  6. Viva! Show! Parabéns! Muito bom começar o ano com uma notícia boa dessas, referente a restauração de imóveis antigos! Parabéns a todos envolvidos juntamente com a Câmera Portuguesa de Comércio!

  7. Chocante ver o estado de decomposição desse casarão abandonado por tantos anos, e sua ressurreição após alguém com alma para as relíquias do passado ter lhe dado alma nova….parabéns aos cuidados e bons tratos…….

  8. Já há tempos recebo por e-mail as postagens de São Paulo Antiga e apesar de admirar o fabuloso trabalho desse mestre que o edita confesso que nunca enviei nenhum comentário. Vontade e até o ímpeto de me expressar já tive, varias vezes, mas, nunca o fiz. Portanto segue meu primeiro comentário, de elogio ao jornalista, fotógrafo, historiador e pesquisador que nos brinda com tão relevante informação. Parabéns e aproveito para desejar um Feliz 2019!
    Ricardo Armando

  9. Não consigo entender como o nosso Brasil é e País Sem Memória.
    Deixaam ruir e desesperadamente saem em socorro.
    Já imaginaram a Avenida Paulista hoje com todos os Casarões dos Barões do Café, de Ilustres Senhores de uma Época de Fidalguia.
    Hoje seria um Centro Turístico Belíssimo.
    Mas, não posso esquecer que estou no Brasil.
    Não Temos Memória!

  10. Fico feliz em ver aqui publicadas as fotos antes e depois do Casarão da Cincinato Braga 434, restaurado por mim. Foi a casa de meu sogro, e sua família dos anos 30 aos 1990. Reflete o sucesso de um imigrante português, ardoroso e disciplinado trabalhador que conquistou fortuna e pode materializa-la com uma arquitetura rebuscada. A casa foi cedida por nós à Camara de Comércio Portuguesa para deixa-la proxima às raizes da familia e também para que pudesse ser apreciada publicamente. Esse objetivo esta sendo plenamente atingido com as atividades da Câmara.
    O lado negativo está no fato de que apesar do nosso esforço neste restauro, bem documentado nas fotos aqui publicada ainda não tivemos o reconhecimento do Compresp questionando -nos com detalhes que não refletem a atualidade.

    1. Cara Dra. Clélia

      Frequentei esta casa dos meus tios Antonio e Eglantina. Esta era irmã do meu pai Rolando e também tinham como irmã a Hortênsia que fora casada com o Manuel Araújo Pinto, irmão do Antonio. Por vezes ficava com minha tia Eglantina no quarto que dava fundos para a casa e onde havia um belo terraço. A casa era muito bela, mas quando a frequentei em torno nos anos 60/70, já começava a dar mostras de início de deterioração e uso. Fiquei muito feliz e admirado da bela restauração. Já sabia de sua qualidade de pessoa ativa por meio de meu primo Aldo. Parabéns.

      Jorge Henrique Monteiro Martins

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