As regiões de Brás, Pari e Belenzinho são bem conhecidas por ainda nos dias atuais preservarem boa parte de suas construções antigas, a despeito de muitos novos empreendimentos que estão surgindo por lá. E há nessa região uma vila que desperta muita curiosidade e chama muita atenção e que hoje apresentamos aqui para vocês:
Esta construção maravilhosa está localizada nas ruas Paulo Andrighetti e travessa Maria Parente Migliari (esta última sem saída) e faz parte de um conjunto de vilas e propriedades que abordaremos aqui no São Paulo Antiga.
Construída em 1939 a vila apresenta um conjunto de 28 casas geminadas que se estendem pelas duas ruas citadas acima. São todos os imóveis com arquitetura similares e erguidos todos juntos.
Não é exatamente uma vila operária na concepção original da palavra (destinada a trabalhadores de uma específica empresa) mas uma vila residencial construída com o objetivo de servir de renda a seu proprietário, como muitas outras espalhadas por toda a nossa cidade.
As oito décadas corridas desde a construção dos imóveis impuseram uma pequena deterioração nos imóveis. De acordo com um dos moradores da vila, sob condição de anonimato, as manutenções eram mais cuidadosas até o antigo dono falecer.
Uma breve vistoria pela fachada do imóvel é possível constatar que os portões originais e as portas, ambas de madeira, estão por lá e preservadas. Já as janelas de madeira tanto dos quartos como das salas foram substituídas pelas famigeradas de alumínio.
Apesar desse percalço das substituições das janelas, o estado de conservação das residências da vila é satisfatório. O que causa um certo espanto é o fato desta vila (e das outras erguidas pelo mesmo empreendedor na primeira metade do século 20) não serem tombadas.
Faz-se necessário que uma ação que preserve estes imóveis para a posteridade seja tomada o quanto antes. O São Paulo Antiga irá apresentar um ofício nos próximos dias solicitando um estudo de tombamento.
Na mesma região, um pouco mais adiante já no Belenzinho, existe outra vila que pertence aos mesmos proprietários. Ela tem arquitetura parecida e curiosamente a mesma cor, que parece ser um padrão adotado em todas as vilas que eles possuem. Essa outra vila que nos referimos fica na Rua Marcos Arruda.
E existe uma terceira vila, no Tatuapé, que também pertence aos mesmos proprietários mas que foi parcialmente demolida, restando apenas quatro casas. É a Vila João Migliari que você conhece clicando aqui.
ATUALIZAÇÃO – 23/10/2023:
Uma boa notícia para o patrimônio histórico paulistano. Não só essa mas as duas outras vilas pertencentes aos mesmos proprietários foram finalmente tombadas como patrimônio histórico paulistano, como atesta a publicação abaixo veiculada em jornal de grande circulação e também no Diário Oficial do Município de São Paulo.
Veja mais fotos da vila (clique na foto para ampliar):
Respostas de 16
Esta vila parece uma cápsula do tempo, nem parece que estamos na São Paulo atual.
Eu morei aí perto, na rua Batista Parente – minha bisavó morava na Paulo Andrighetti. A minha casa ficava também numa vila, porém mais recente, provavelmente do final dos anos 50.
Excelente matéria. No meu tempo de escola primária/ginásio tinha amigos que moravam nessa e na da Marcos Arruda. Uma benção que permaneçam de pé.
Bela matéria e fotos.
Muito interessante e em quase bom estado de conservação.
Vamos propor o tombamento deste conjunto?
Acredito que os cupins destruiram todas as janelas e por este motivo foram substituídas pelas de de alumínio…e sem a devida manutenção, as portas tb. seguirão esse caminho!
Lamentável a demolição dessa Vila.
Essa vila não foi demolida, a que foi ficava no Tatuapé, bem parecida com essa.
Casas do tempo em que São Paulo era uma cidade bem menos hostil…
quem foi Paulo Andrighetti , como surgiu este nome
Eu morei 17 anos nessa Vila, era uma família só….alegres e solidários. Hoje temos um grupo composto de moradores da Vila Encoronata ! Qtas saudades vc me traz …
Eu torço para que o tombamento seja aprovado o quanto antes. 1939 foi o ano aproximado em que meus avós maternos construíram a casa do Ipiranga, a cem metros do Museu Paulista, onde morei de 1967 a 1988. Infelizmente, a minha casa antiga, sem tombamento, foi colocada abaixo para dar espaço a uma construção mais moderna. Com certeza, o destino dessa vila maravilhosa será diferente. Parabéns ao São Paulo Antiga por mais essa matéria.
Morei na na Vila da rua Marcos Arruda de 1947 ate 1966 hoje tenho 81 anos a Villa fica no numero 164 minha casa ers o numero 10 meu nome e Evaristo Ferraro
Meu avô tinha um mercadinho na esquina da Rua Santa Rita com a Rua Joaquim Carlos
Realmente a letargia do Conpresp parece ser intencional
o que era na rua catumbi numero 81