Tinturaria Reformadora

No decorrer de um século um bairro sofre inúmeras transformações. As mudanças não se restrigem apenas às construções e as pessoas que vão e vem, mas também aos diversos estabelecimentos comerciais e fabris de uma região.

E se pensarmos em São Paulo, uma cidade que desloca suas atividades constantemente (veja o centro financeiro que era na região da Sé e hoje já está na região da Berrini) ainda é mais difícil de encontrar locais tradicionais estabelecidos no mesmo lugar.

Hoje vamos falar de um pequeno estabelecimento que só tive conhecimento recentemente quando um descendente entrou em contato enviando as fotos do local. Hoje apresentamos para vocês, a Tinturaria Reformadora:

O estabelecimento em fotografia da segunda metade da década de 1930 (clique para ampliar)

Operando desde sempre no bairro da Liberdade, a tinturaria iniciou suas atividades em 1930 em um ponto comercial localizado no número 165 da Rua do Glicério. Não muito tempo depois mudaram para seu novo e definitivo endereço, no 290 da Rua Barão de Iguape (vide imagem acima). O proprietário era Carlos Augusto Dias (na foto ele está com uma das mãos no bolso).

De acordo com sua neta, Roseli Dias Ortigoso, que enviou as fotografias da tinturaria, o estabelecimento funcionou até aproximadas 1945.

Abaixo um trecho do “Livro Vermelho dos Telefones 1937-1938” com um trecho da listagem das lavanderias. A Reformadora aparece grifada:

Agradecimento: Roseli Dias Ortigoso

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Respostas de 17

  1. Engraçado reparar nessa lista telefônica como os endereços eram escritos: primeiro a numeração, depois o logradouro. Fica a pergunta: quando que passamos a colocar a numeração após o nome do logradouro?

    1. Difícil descobrir, mas temos que concordar que a forma atual é muito mais prática e lógica, eu fiquei até meio confuso lendo essa lista kkk

      1. Concordo, já que vamos primeiro ao endereço(rua/avenida/etc) e depois ao número! Mas esse padrão de número primeiro é muito praticado em diversos países ainda hoje.

  2. Interessante notar que o fundador não era de origem nipônica, apesar de o bairro ter essa característica, assim como a profissão.

  3. Viajei no tempo agora, Douglas….Minha avó paterna namorou um descendente de japonês, que tinha uma tinturaria no bairro em que ambos moravam (Liberdade). Porém, naquela época, as duas famílias não permitiram o casório, embora se amando, por puro preconceito! Enfim, se separaram a contra gosto e ela casou-se com um português e ele, naturalmente, com alguém da Colônia

  4. Meus tios foram tintureiros no bairro do Ipiranga por volta de 1955.Náo tinha ferro eletrico para passar as roupas, eram a carvao.Eu tinha 7 anos na época.Meus pais vieram da roca para S.Paulo. Como a maioria deles, o objetivo deles, era largarem a lavoura para darem estudos para os filhos aqui em S.Paulo.Meus pais foram feirantes por 30 anos.As profissoes escolhidas por eles na maioria das vezes eram, tintureiros, feirantes , donos de quitandas ou pastelarias.Houve até uma musica na época. O titulo era Tintureiro da dupla Ouro e Prata.Fez muito sucesso.

    1. É coincidência, pois a numeração da cidade foi alterada em 1938. A numeração da época não bate com a de homem, pois ate 1937 era por imoveis e posteriormente (ate hoje) é métrica.

  5. a tinturaria pode não ter sido de um japonês, mas um dos meninos que está na foto, até onde eu consigo enxergar, parece ser oriental rsrs

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