Quando iniciei a catalogação de imóveis para a criação do São Paulo Antiga, em 2009, o primeiro bairro que explorei foi o Belenzinho. Era muito prático para mim pois era (e ainda é) meu caminho de todos os dias, o que facilitava entrar em todas as ruas do bairro e conhecer casa por casa, não à toa é o que tem mas imóveis cadastrados aqui, juntamente com os vizinhos Brás e Mooca.
E mesmo essa catalogação me fez deixar dois imóveis de fora que eu já tinha fotografado para o site há muito tempo, respectivamente em 2011 e 2014, e que nunca publiquei por aqui e que, infelizmente, não existem mais. Que tal conhecê-los agora?
Localizados ambos na rua Conselheiro Cotegipe, começo com o da fotografia acima que está localizado no número 614. Trata-se de um sobrado construído em meados da década de 1950 e que na época abrigou a família de J.Miguel Caram por longos anos. Posteriormente o imóvel foi vendido em 1963 para Emílio Delfino e, aparentemente em 1981, para a família Serie.
Há alguns anos o imóvel encontrava-se com placas de venda ou locação (vide foto) até que em 2022 foi vendido e demolido, sendo que atualmente um pequeno condomínio está sendo construído em seu terreno.
O casarão acima foi uma grande perda para o bairro e fica no número 826 da mesma rua Conselheiro Cotegipe, porém na esquina com a Marquês de Abrantes, bem diante do palacete que pertenceu ao Dr. Herbert do Amaral. Construído em 1929 ele foi vendido em 2011 e começou a ser demolido no mesmo ano para ser erguido um imóvel de uso comercial que, comparado com a construção anterior, é absolutamente horroroso. Veja abaixo e avalie você mesmo:
Fico imaginando como alguém pode propor uma construção tão horrenda no lugar de algo tão gracioso como o sobrado que estava neste terreno originalmente. Será que alguns de nossos arquitetos atuais são tão limitados a ponto de sequer propor ao proprietário uma retrofit onde seria mantida a fachada com o sobrado todo modernizado por dentro? Não é possível que alguém fique satisfeito em entregar um sobrado como esse que parece uma caixa de sapatos.
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Respostas de 8
Como já citei anteriormente na rede social é um absurdo a falta de bom senso entre esses empresários e políticos que não se encaixam, ou seja, ambos se parecem, estão errados e nem ao menos se unem para tentar mudar aquilo o que está errado. Ao invés de tentarem aproveitar alguns desses mesmos imóveis ou aproveitarem outros abandonados que estão se deteriorando por aí, preferem derrubá-los para construir algo feio, frio e sem vida representando exatamente o que são… Acredito que fariam um estacionamento facilmente senão fosse pelo novo imóvel nesse local como muitos fazem também.
Lamentável, fico sem palavras.Moro em Itapecerica da Serra e aqui é a mesma coisa, derrubaram quase todas as casas centenárias e construíram uns galpões comerciais pavorosos !!!!!! Um horror!!!!!
Eu fico muito triste ao me deparar com essas situações, não consigo entender o que passa na cabeça das pessoas, cada imóvel espetacular vindo ao chão para no lugar um quadrado de cores sem vida e sem graça ser erguido… Vai entender o ser humano…
Horrível o que fizeram! Detalhe é que pareciam em perfeito estado de conservação. Só mesmo muita ganância.
Há de se fazer um abaixo assinado junto a união, cidadania e a preservação histórica urbana, imóveis e afins da nossa querida São Paulo. Essa grande leva e onda de empresários, corretores e construtoras vai superlotar ainda mais a nossa cidade, fora o fato de encarecer mais as coisas seja uma compra ao mercado ou sair parar tirar um lazer.
Que esse projeto dê certo e possamos manter pelo menos algumas ‘partes’ históricas de São Paulo.
Boa tarde.
No bairro Pacaembu em São Paulo capital,
existe um sobrado construído do + ou – no ano de 1915
Na Rua:
Doutor Manoel Maria Tourinho, 685
Cep.: 01236-000
São Paul, capital.
O sobrado é maravilhoso!
Apaixona -se, só de olhar.
Mas ao vislumbrar a gravura na parede interna da garagem você fica atônito diante de tamanha magnitude, essa gravura transborda mágia de luz.
Esse material utilizado na gravura veio direto da Alemanha. Cada lajotinha em sua mais perfeita geometria.
Sua beleza é inenarrável.
Mas, esse incrível feito, será destruído em breve, pois o proprietário atual vai demolir.
Muito triste!
O jardim é incrível, mesmo sem ter o cuidado necessário, o jardim te impulsiona com muita leveza, para o início do século.
Penso que o atual proprietário tenha dificuldade quando for construir outro imóvel no local, pois a tubulação de gás do bairro Pacaembu passa pelo terreno. Mas esse proprietário é de Guarulhos e muito abastado, certamente conseguirá burlar as leis para atingir seu objetivo:
Destruir a magnitude suprema de uma construção realizada no início do século, donde cada quadradinho das paredes foi minuciosamente realizado com muito amor para que suas nuances coloridas sincronizasse em pleno equilíbrio, com a paisagem de 1864 nos vales da Baviera.
Essa construção representa o melhor do ser humano a ser apreciado num ambiente particular:
Seu lar, doce lar.
Quando não mais existe essa sublime construção, saberemos de vez, o quão vil e amargurado o homem moderno se apresenta quando se despe de suas máscara. Pois sua saciedade à destruir o belo para perseguir formas frias e frenética na construção moderna, jamais se acalentará.
E, assim, o homem obrigado a viver em caixas de fósforo em formato de arranha-céus, estará cada vez mais, solitário, deprecivo, absorto e, em infinitas e angustiantes busca do equilíbrio entre o possível e o provável.
Sara Klezer.
Infelizmente nossa memória não é preservada. O primeiro sobrado, na Rua Cons. Cotegipe foi meu trajeto por muitos anos e eu sempre “namorava” o imóvel pensando n7m dia adquirí-lo e preservá-lo. O detalhe curioso é que, eu saiba, o bairro é tombado, mai$ alguns argumentos são muito mais fortes que a preservação da história e da memória da cidade.
Em tempo: nesta mesma rua ficava um imóvel muito antigo, com um minarete, que segundo consta foi residência de Monteiro Lobato. Será que também foi “tombado”?
Eu sou prof de arte aposentada do bairro da Penha, eu abobino pessoas que vendem ou adquirem imóveis de herança demolir o próprio imóvel, p estacionamento, ou fazer um edifício q n tem nada a haver c o espaço. E outra tirando lugares verdes e n colocam nada n lugar; pois muitos vão morrer como uma ameixa seca. É uma ganância tão grande, q o ser humano está perdendo a sua própria essência de ser humano. Eu sempre lutei nas minhas aulas e ainda luto c amigos, vizinhos p n fazerem essas proesas indesejáveis.