A rua Vinícius de Moraes, na Consolação, é uma via curta, tranquila e muito pouco conhecida da maioria dos paulistanos.
Um dos motivos que a deixaram assim, tão tranquila, foram as obras viárias realizadas no final dos anos 1960 e começo dos anos 1970, que com a criação do complexo que liga as avenidas Dr. Arnaldo e Paulista praticamente a isolaram.
Mas se esta rua é assim tão pequena porque o número desta casa é tão alto (2787) ? Seria um erro ?
Não, não se trata de um erro! O interessante é que se você procurar esta rua em mapas antigos até os anos 1960 vai notar que a rua não existia, mas o mesmo quarteirão que atualmente é isolado já estava lá, há muito tempo e com outra nomenclatura, esta sim bastante conhecida da maioria dos paulistanos: a Avenida Angélica.

No mapa de 1930 a avenida Angélica terminava na avenida Rebouças
O mapa acima demonstra o que eu estou falando. A Avenida Angélica que hoje termina na esquina da Avenida Paulista antes tinha um quarteirão a mais, que terminava na confluência da Avenida Dr. Arnaldo com a Rebouças.
É possível notar também que a Rua Minas Gerais que hoje termina em uma praça também tinha um grande quarteirão que foi demolido todo de um lado na ocasião da mesma obra viária.

No mapa de 1952, o quarteirão ainda pertencia à avenida Angélica.
Com a ocasião das obras não só um lado do quarteirão da rua Minas Gerais foi demolido (lado esquerdo de quem sobe a rua Minas Gerais sentido Paulista), como muitas casas antigas da época deram lugar a novas construções, principalmente prédios de apartamento.
E neste trecho que hoje homenageia Vinícius de Moraes apenas uma casa antiga resistiu, e é esta que leva o curioso número de 2787.
Trata-se de um antigo sobrado, que ainda preserva, apesar de não estar 100% conservado, suas características originais. O imóvel é ocupado e um muro esconde parte de sua fachada.
Uma história curiosa de uma rua que quase não é notada por ninguém e que tem uma tranquilidade atípica para a região em que se encontra.
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