Até pouco tempo atrás nosso Plano Diretor e a Lei de Zoneamento não eram bem elaborados e não favoreciam as pequenas moradias, ou residências individuais como se deveria. Com o novo plano ai e também as mudanças na referida lei, talvez venhamos a ter tempos melhores principalmente na questão urbanística.
E a falta de planejamento aliada a licenças para construir sem critério técnico adequado, gerou aberrações incríveis por toda a cidade, como o imenso armazém construído ao lado da Capela de Santo Antônio, no Belenzinho, ou mesmo este simpático sobrado do início do século 20:
Localizada na rua Rego Freitas, esta casa é um exemplo de ausência de critérios para o crescimento urbano. Não que ela esteja errada, pelo contrário, ela é a grande vítima.
Observe que a casa está completamente cercada por grandes construções. Do lado esquerdo, um prédio sem qualquer recuo roubou-lhe o sol da manhã e ainda “presenteou” a casa com uma parede. Na direita um imóvel menor, também sem recuo, tirou-lhe o sol do fim de tarde. Isso sem contar ainda o prédio que está ao fundo, com frente para a rua da Consolação.
Se por um lado surge a questão “ora, porque não venderam o imóvel ?“, por outro lado também há a questão do direito a recusar a vender seu lar, e também o direito – que acho fundamental – de ter a luz do sol em sua casa pelo menos em boa parte do dia.
Sem sol direito, casas ficam frias, tendem a ter mais humidade e ficam mais escuras, necessitando mais da iluminação artificial do que o normal.
Mas, por outro lado, acho esta casa uma feliz sobrevivente mesmo com todos estes problemas. A área construtiva do terreno dela é muito pequena, diminuindo ainda mais se considerarmos o recuo. Muito próxima da área de cruzamento com a rua da Consolação, é proibido estacionar diante dela.
Isso tudo somado, torna muito difícil o desaparecimento dela, esta que é a última casa sobrevivente da rua Rego Freitas.
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