A rua Borges de Figueiredo é uma das vias mais conhecidas do bairro paulistano da Mooca pois justamente nela está a famosa doceria Di Cunto, uma das mais tradicionais e requisitadas da capital paulista. Nela atualmente também tem uma série de outros estabelecimentos que estão bem famosos pela cidade, como o Hospedaria, badalado restaurante com comida típica paulista. No passado a rua também abrigou a matriz do Açúcar União.
Pela rua ainda é possível encontrar algumas casas antigas, a maioria já descaracterizadas ou em mau estado de conservação, contudo uma das sobreviventes que eu mais gosto:
Localizado na altura do número 1247 da rua Borges de Figueiredo, bem na esquina com a rua Ezequiel Ramos, esse imóvel assobradado originalmente eram duas residências com acessos independentes, contudo com o passar dos anos foram modificadas e transformadas numa única habitação, com acesso por apenas uma entrada.
Anteriormente era uma casa no térreo e outra no andar superior, com acessos nas extremidades da construção. Possivelmente pertencem a um único dono, pois caso contrário essa alteração não seria possível. Não é possível avaliar as condições do sobrado olhando apenas pela parte exterior, contudo a fachada se mantém em condições razoáveis.
Por fim destaco duas atrações: o mural de grafite, muito bonito e que dá uma certa vida à residência e à belíssima e frondosa árvore na calçada que dá um ar todo especial ao local. Veja mais fotos da casa:
Uma resposta
Trabalhei no Açúcar União entre 1984 e 1989. Foi o meu primeiro trabalho e me marcou demais! No meu horário de almoço curtia muito andar pelas ruas da Móoca, como a Borges de Figueiredo, João Antônio de Oliveira e outras mais… Naquela época existia na região uma grande quantidade de fábricas e o comércio era bastante ativo. Tinham muitos bares, lanchonetes, restaurantes, fliperama, cinema, etc… Algumas dessas vendinhas tinham um aspecto muito interiorano, com expositores de madeira e uma sensação de que o tempo demorava pra passar, sem essa correria de hoje. Com o tempo, as fábricas praticamente desapareceram, Muitas, como o Açúcar União, foram transferidas para cidades do interior por conta da guerra fiscal e outras não resistiram aos novos tempos e a concorrência chinesa, por exemplo. Era muito prazeroso andar por ruas repletas de casinhas antigas e que pertenciam já desde muito tempo aos descendentes de imigrantes italianos, principalmente. Até o sotaque era bem pronunciado, assim como o gestual inquieto. Hoje, ao rever esses locais, sinto que pouca coisa restou, a não ser a nostalgia mesmo.