Quando caminho pelo centro histórico de São Paulo, com todos aqueles arranha-céus, sempre me pergunto como seria a região se os edifícios mais antigos ainda estivessem por lá. Cidade que se reconstrói de tempos em tempos, pode dar a sensação de que tivemos guerras que destruiram as construções de tempos mais remotos, entretanto isso jamais aconteceu.
A São Paulo colonial praticamente inexiste, restam tão poucos que sobram dedos nas mãos ao contar. O mais lembrado, o Pátio do Colégio, é uma réplica patética do marco de fundação da cidade. Por outro lado, a São Paulo da primeira leva de grande urbanização, dos últimos anos do século 19 e a primeira década do século 20 também praticamente já desapareceu.
Na Rua 15 de Novembro, palco deste artigo, ainda sobrevivem algumas construções como a antiga sede da Casa Garraux, atualmente um restaurante, a sede do extinto Banco Francês e Italiano e o pequeno prédio abaixo:
Construído no início do século 20, este edifício é uma das mais antigas construções da Rua 15 de Novembro, situada nos números 128 a 136. Composto de dois andares superiores mais o piso térreo, o imóvel é tombado como patrimônio histórico de São Paulo.
Dois estabelecimentos ligados à alimentação ocupam o andar térreo, sendo que uma gráfica ocupa ao menos o primeiro andar e, possivelmente, o último. Este último andar curiosamente está sempre com as janelas abertas e com a impressão de estar vazio.
O restaurante do lado esquerdo teve a infeliz ideia de reformar sua fachada com pastilhas pretas (alô, fiscalização da Prefeitura) o que fez destoar bastante da harmonia presente no restante da construção. Apesar disso a situação do imóvel é bastante satisfatória, mesmo já apresentando alguns pontos que carecem de restauro.
O detalhe que mais gosto neste imóvel, além do frontão, é a pequena sacada no andar superior, do lado direito. Muito charmoso!
Que este imóvel permaneça preservado!
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