Rua Ilha das Flores

O centro de São Paulo é uma região surpreendente. Mesmo sendo uma área da cidade completamente construída e repleta de edifícios, vez por outra encontramos algumas coisas que são realmente espantosas para uma megalópole como a nossa. E realmente foi de espanto a sensação ao encontrar esta vila residencial localizada poucos metros do Mercado Municipal da Cantareira.

Desconhecida do grande público e fora de qualquer guia sobre vilas e ruas curiosas da cidade, este pequeno oásis no agitado centro paulistano é uma curiosa lembrança de tempos mais distantes e tranquilos de São Paulo.

Placa de rua indicando o cruzamento entre Rua das Flores e Barão de Duprat

Não espere encontrar nessa vila da Rua Ilha das Flores nenhuma construção histórica do tipo da Vila Maria Zélia ou algum patrimônio perdido, longe disso. O barato dessa rua é a passagem do tempo que praticamente não a afetou, mantendo em quase toda a sua totalidade residências antigas, quase todas elas assobradadas.

Muitas das casas já perderam sua função inicial, de servirem como residências, sendo transformadas em estabelecimentos comercias como, restaurante ou pequenos comércios. Todavia várias outras continuam sendo usadas como habitação.

A casa acima é um ótimo exemplo de imóvel que segue servindo como residência. Na ocasião de nossa visita à Rua das Flores fomos calorosamente recebidos pela sua proprietária a Sra. Anahide Marzbanian, muito ativa na comunidade armênia e que por longos anos foi responsável de forma hercúlea por proteger e cuidar do Monumento aos Mártires Armênios (antes de seu restauro).

Ao nos receber ela não só contou um pouco das origens da vila (ela e seu irmão residem lá desde a infância) como também nos presenteou com um livro sobre o triste Genocídio Armênio. Entre as curiosidades que ela nos contou sobre a vila foi construída como um empreendimento do industrial António Pereira Inácio, fundador do Grupo Votorantim (informação que não conseguimos verificar).

Rua estreita e aconchegante (clique para ampliar)

Entre as peculiaridades da vila, especialmente no quintal de Dona Anahide, destaco a presença de um valente pé de café, o qual ela garante que de tempos em tempos colhe e depois faz a torra para consumo da bebida. Infelizmente quando estive lá não era época!

O agradável da pequena vila perdida na imensidade edificada do centro paulistano é o silêncio. Mesmo estando poucos metros da Rua Barão de Duprat e Avenida Mercúrio, caminhar por ali é incrivelmente silencioso.

Veja mais foto da Vila das Flores (clique na miniatura para ampliar):

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7 respostas

  1. Sao aproximadamente 24 casas, a maioria geminada, e com terrenos q1ue variam desde 72m² a 132m², e a maioria tem entre 120m² a 135m² de area construida, uma
    ou outra acima dos 200m².

  2. ótima reportagem, apenas ressalto a falta de um L, no paragráfo “entre as peculiaridades da vila, especialmente no quinta “. Nada que desabone o texto.
    parabpens

  3. Morei nesta rua durante longos anos, desde criança até me mudar após o casamento. Boas lembranças de quando ainda vizinhos se conheciam, tinham amizades, respeito e minhas filhas pequenas brincavam alegremente. Meu pai plantou e cuidou do jardim da esquina, de frente a nossa casa. Para onde quiser ir, tínhamos facilidade de acesso, compras no “Mercadão” e no “mercadinho” e o sossego quando o comércio da região fecha as portas. Bons tempos!!!

  4. Estava p comprar um sobrado nessa rua em 1991 para montar um consultório. Porém um assalto ocorreu e levaram o montante da entrada adiando nosso sonho.Anos depois comprei em outro local e estamos até hoje.

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