A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, criou o Patrimônio à Mesa para juntar os mais antigos e tradicionais restaurantes e bares que cresceram com São Paulo e são considerados históricos, chegando a receber o selo valor cultural.
Muitos desses estabelecimentos foram frequentados por grandes nomes como Elis Regina, Monteiro Lobato e outras celebridades. Alguns têm mais de 110 anos, criaram lanches como o bauru e são conhecidos pela coxa creme, continuando até hoje com as tradições e muita história. Por estarem participando do Patrimônio à Mesa, podem ter descontos, promoções e/ou pratos especiais.

ESTABELECIMENTOS QUE CRIARAM PRATOS E/OU LANCHES:
PONTO CHIC – CRIOU O BAURU
O restaurante Ponto Chic foi fundado em 1922 pelo italiano Odílio Cecchini, onde funcionou até 1978. Antonio Alves Souza, antigo funcionário e hoje um dos proprietários, comprou a marca e reabriu o restaurante no largo Padre Péricles, no mesmo ano. Em 1981, Antonio trouxe o estabelecimento para o endereço original.
O famoso sanduíche bauru foi criado no restaurante por Casimiro Pinto Neto, natural da cidade de Bauru. Ele ditou a receita para o chapeiro, e o lanche ficou conhecido como “O sanduíche do Bauru”.

Nesta semana de Patrimônio à Mesa, o sanduíche bauru ao Ponto Chic, feito no pão francês com finas fatias de rosbife (frio), tomate em rodelas, pepino em conserva e uma mistura de 4 tipos de queijos fundidos será o prato especial da casa.
Endereço:
Largo do Paissandú, 27
Centro
Instagram @pontochicsp
CASA GOUVEIA – CRIOU A VERSÃO COM PRESUNTO DO BAURU
Fundada em 1944 por Antônio Xavier de Gouveia. Passou pelo comando de seu sobrinho Tião e hoje é administrado por Juliana, sua sobrinha-neta. Reza a lenda que o sanduíche “bauru”, em sua versão com presunto, e a tradição dos “pratos do dia” surgiram no restaurante. Além disso, é conhecido por ser um dos poucos na cidade que serve feijoada todos os dias da semana.
Na semana do Patrimônio à Mesa, o cliente vai poder escolher uma entrada, um prato principal e uma sobremesa por R$81,80. As opções de entrada são quatro unidades de croquete do gilmar ou de carne, caldinho de feijão ou salada de alface, tomate e cebola. Para prato principal o cliente pode escolher entre feijoada individual com guarnições ou filé mignon a parmegiana, acompanhado com arroz e fritas. Por fim, as opções de sobremesa são o pudim de leite condensado ou bolo de coco gelado embrulhado no alumínio.
Endereço:
Rua Peixoto Gomide, 1066
Jardim Paulista
Instagram @gouveiarestaurante
JARDIM DE NAPOLI – CRIOU O POLPETTONE RECHEADO
O Jardim de Napoli foi fundado em 1948 por Maria Prezioso e Francesco Buonerba, na Bela Vista. Foi transferido para a Vila Buarque em 1968. A cantina é conhecida por sua famosa receita de polpettone recheado, criada pelo chef e filho do casal, Toninho Buonerba, e que hoje é considerado um prato tipicamente paulistano.

Nesta semana de Patrimônio à Mesa, o restaurante vai servir o especial Polpettone alla Parmigiana por R$105,00, que serve duas pessoas.
Endereço:
Rua Martinico Prado, 463
Vila Buarque
Instagram @jardimdenapoli
ESTABELECIMENTOS FREQUENTADOS POR FAMOSOS:
REAL PIZZARIA & LANCHONETE
A Lanchonete foi fundada em 1937 ainda como uma mercearia. Se transformou em padaria na década de 1980, depois em lanchonete e mais tarde, se firmou também como pizzaria.
Tornou-se famosa na região a partir da década de 50, quando passou a ser frequentada pelos funcionários da Rede Tupi e MTV, que se instalaram no edifício ao lado do restaurante. Dessa forma, foi lugar de reunião de atores, produtores e diretores de TV, escritores e músicos, que ali se juntavam para ensaiar, ler e conversar após o horário de trabalho. Hoje em dia, o espaço da Rede Tupi deu lugar ao SBT, e próximo dali também estão os estúdios do canal ESPN Brasil e a torre da TV Cultura, o que torna o lugar ainda bem frequentado por pessoas da área midiática.
Na semana do Patrimônio à Mesa, na compra de ancho, o cliente ganha um pudim.
Endereço:
Avenida Professor Alfonso Bovero, 2
Sumaré
Instagram @real.1937
PIZZARIA MORAES
Fundada em 1933, com o nome de “Confeitaria Nova Independência”, famosa por suas pizzas em pedaços. Por sua localização, em frente ao Cine Teatro Arlequim, depois Teatro Bandeirantes, a pizzaria ficou conhecida por receber celebridades como Elis Regina, Clara Nunes e Chacrinha, sendo local de memória de muitos paulistanos.

Nos dias de Patrimônio à Mesa, até domingo (13), a Pizza de Margherita grande, com oito pedaços, vai ter um desconto: de R$ 98,20 para R$89,90.
Endereço:
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 1438
Bela Vista
Instagram @pizzamoraes
REI DO FILET
Fundado como bar em 1914, na rua Conselheiro Crispiniano, pelos portugueses Salvador Domingos e Manoel Pereira Vidal.
Conta-se que a chapa, comandada por Moraes, funcionava ininterruptamente e era limpa só uma vez por semana. Desde essa época, ainda é servido o bife alto e mal-passado, recoberto de alho frito e crocante, acompanhado de agrião. Em 1928, o bar foi transferido para o atual endereço. Nos anos 1950 e 1960, foi ponto de encontro de boêmios e intelectuais. Entre seus frequentadores estavam Monteiro Lobato e Adoniran Barbosa.

Por estar participando do Patrimônio à Mesa, o bar está oferecendo 20% no Parmegiana de Filé Grande, que serve até 3 pessoas.
Endereço:
Praça Júlio Mesquita, 175
Santa Ifigênia
Instagram @reidofilet
PADARIA SÃO DOMINGOS
Fundada em 1913 por Domingos Albanese na rua São Domingos. Até hoje é administrada por membros da família Albanese. Fornece seus tradicionais pães de linguiça, queijos, antepastos, formando filas que dobram a esquina da rua Conselheiro Ramalho aos fins de semana. O compositor Adoniran Barbosa era visitante frequente dos almoços de fusili com molho de calabresa, na casa dos proprietários, que ficava no andar de cima do estabelecimento.
Endereço:
Rua São Domingos, 330
Bela Vista
Instagram @padariasaodomingos
PADARIA SANTA TEREZA
Inaugurada em 1872, ainda no período imperial, originalmente na rua Santa Tereza. Depois de desapropriada e demolida na década de 1940, mudou-se para a pPraça Dr. João Mendes. Entre seus frequentadores estavam Nelson Gonçalves e Jânio Quadros. Ainda hoje vendem as famosas coxas de creme e canja de galinha, servidas desde a inauguração.

Nesta semana, a Coxa Creme, tradicional iguaria da Santa Teresa, terá uma promoção: se o cliente levar uma, que custa R$15,20, vai ganhar um brigadeiro.
Endereço:
Praça Dr. João Mendes, 150
Sé
Instagram @padariasantatereza
ESTABELECIMENTOS MAIS ANTIGOS DA CIDADE:
RESTAURANTE CARLINO
Fundado em 1881 por Carlo Cecchini, originalmente na avenida São João, o Carlino é o restaurante mais antigo de São Paulo. Referência na cidade, continua servindo aos seus clientes as diversas opções de massas, carnes e peixes, agora na rua Epitácio Pessoa, 85.
Por fazer parte do Patrimônio à Mesa, Carlino vai colocar um dos pratos principais em promoção: o polpettone com gnocchi al pomodoro (carne moída recheada e assada, com nhoque ao molho de tomate), com preço especial de R$89 nesta semana.
Endereço:
Rua Epitácio Pessoa, 85
República
Instagram @carlinoristorante
CASA GODINHO
A Casa Godinho foi fundada em 1888 por José Maria Godinho com sede no antigo Largo da Sé e foi consolidada como o empório de secos e molhados mais antigo da cidade. Por volta da segunda metade dos anos 1920, uma filial foi aberta no primeiro edifício de São Paulo, o Sampaio Moreira, onde também foi instalado o primeiro elevador do Brasil e continua no local até hoje. É conhecida pelas empadinhas e pelo seu modo de atendimento pessoal a cada cliente, no balcão.

Endereço:
Rua Líbero Badaró, 340
Centro
Instagram @casagodinho
PADARIA ITALIANINHA
A Italianinha foi fundada em 1896, por Felipe Ponci. Após a desapropriação de um casarão, resultado do alargamento da rua, a padaria, que até então era chamada Lucânia, teve seu espaço reduzido. Por isso, os moradores a apelidaram de “Italianinha”.
Endereço:
Rua Rui Barbosa, 121
Bela Vista
Instagram @padariaitalianinha
DI CUNTO
Fundada em 1896 por Donato Di Cunto, imigrante italiano, na Mooca onde está até hoje na mesma Rua Borges de Figueiredo que então tinha outro nome . Alguns anos depois, Donato foi para a Itália e deixou a padaria arrendada para outro italiano . Ela ficou depois fechada alguns anos e em 1935 os filhos de Donato reabriram a Di Cunto .

Endereço:
Rua Borges de Figueiredo, 61
Mooca
Instagram @dcmoocaoficial
BAR GUANABARA
O Bar Guanabara foi fundado na rua Boa Vista, em 1910, pela família Ângelo Martinez. Em 1968, ao ser comprado pelos atuais proprietários, passou a ocupar este endereço na avenida São João, onde antes funcionava o Bar Pinguim, da Cia. Antarctica Paulista. Ao registrar suas memórias de juventude, o historiador Boris Fausto se refere ao Guanabara como lugar onde iam as pessoas que adquiriram “o hábito de jantar fora, de vez em quando”. O balcão de salgados e frios, tradicional, ainda é a marca do bar.
Por estar participando do Patrimônio à Mesa, o bar está oferecendo 20% no Parmegiana de Filé Grande, que serve até 3 pessoas.
Endereço:
Avenida São João, 128
Centro
Instagram @barguanabara1910
PIZZARIA BRUNO
A Pizzaria Bruno foi aberta em 1939 por Bruno Bertucci, neste local, sendo considerada uma das primeiras pizzarias da cidade. Hoje, continua sendo administrada pela família. É célebre por seus sabores de pizza “diferenciados”, como a pizza “Adeladio” ou a “Bem-te-vi”, e pela massa fina e crocante. Já conquistou uma série de prêmios – como o Prêmio Paladar em 2006 e em 2009 de Melhor Pizza de São Paulo e pela Go Where Gastronomia como a segunda melhor pizzaria de São Paulo.
Endereço:
Largo da Matriz, 87
Freguesia do Ó
Instagram @pizzariabrunooficial
BAR DO VITO

O Bar do Vito foi fundado em 1942 pelo imigrante lituano Vitautas Tunnelis, conhecido por Vito, apelido que dá nome ao bar. É considerado um dos mais antigos bares e ponto de encontro de imigrantes do bairro e de São Paulo, apresentando um cardápio que combina a culinária brasileira com pratos da cozinha lituana, como o koshilenai e o virtiniai.
Endereço:
Avenida Zelina, 851
Vila Zelina
Instagram @bar_do_vito
BAR BRAHMA
O Bar Brahma foi fundado em 1948 na famosa esquina das avenidas Ipiranga com São João, onde permanece até hoje. É referência da boemia paulistana da década de 1950, tendo sido frequentado por muitas personalidades. Encerrou atividade duas vezes, conseguiu se reerguer com a revitalização do centro e hoje é conhecido pelo chope, petiscos e pelo ambiente divertido e descontraído.
Na semana do Patrimônio à Mesa, o bar vai oferecer um prato especial chamado Oswaldo Aranha, em homenagem ao diplomata gaúcho, que tem filé mignon saborizado com alho frito, batata chips, farofa de bacon e arroz com alho poró puxado na panela da própria carne, com preço de R$86,00.
Endereço:
Avenida São João, 677
República
Instagram @barbrahma
CANTINA CASTELÕES
A Castelões funciona neste local desde sua fundação como botequim, em 1924, por Ettore Siniscalchi e é considerada a pizzaria mais antiga da cidade. Nos anos 1940, Vicente Donato, garçom do local, comprou a cantina, que permanece com a família até hoje. Nos anos 1950, se tornou ponto de encontro de dirigentes e jogadores de futebol, em especial do Palmeiras, como Oberdan Catani, Jair Rosa Pinto e Julinho Botelho.

Nos dias de Patrimônio à Mesa, o restaurante oferece, com promoção, a pizza Castelões, uma das mais vendidas da casa que já ganhou até homenagens de outras pizzarias. Ela é coberta de mussarela especial e selecionada com molho de tomate fresco, elaborado com tomates cuidadosamente selecionados e extremamente maduros, o que dá um toque de doçura e baixa acidez, finalizando com uma calabresa de fabricação própria que adiciona um toque picante e de erva-doce à pizza.
A pizza Castelões grande vai custar R$ 136 a inteira e R$ 86 a individual
Endereço:
Rua Jairo Góes, 126
Brás
Instagram @cantina_casteloes
Respostas de 7
Em relação a Casa Godinho, há um equívoco recorrente em todos os sites e publicações dirigidas ao passado paulistano — além da mídia impressa e emissoras de rádio e televisão. O português José Maria Godinho nasceu na cidade do Porto em 1883. Em 1897 desembarcou em Santos com apenas 14 anos. Na bagagem, apenas 20 escudos, um relógio de bolso e uma carta de apresentação. Naquela época foi roubado. Trabalhou árduamente em diversas ocupações até que se transferiu para a capital paulista. Se nasceu em 1883 como poderia ter aberto seu estabelecimento em 1888?
Sempre grotesco tudo isso. Pq a gente pensa sempre nos que por razões diversas já não existem mais. E claro nem sei mais o que é hoje o órgão de preservação, deixou se acabar ou passaram o trator por cima. Mais da metade dos restaurantes di Bixiga se foram. Os da Bela Vista todos não existem mais. Tem a Moraes que está na frente da …. Universal! Que pra mim segue sendo o Cine Arlequim e depois o Teatro Bandeirantes. Elis vaga por lá. Senti sua presença nos 80 anos dela!
Há diversas fotos de Aurélio Becherini mostrando que até pelo menos em 1916 esteve instalada [naquele ponto no Largo da Sé] a Casas Pernambucanas. O mais provável é que Godinho tenha aberto seu comércio naquele ponto por volta de 1917 até se transferir para o térreo do Edifício Sampaio Moreira na Rua Líbero Badaró em 1924, onde permanece até hoje.
Graças a Deus conheço todos e frequento a Casa Godinho e a Padaria Sta. Tereza
Ótima a matéria, já conheço alguns e os que não conheço vou conhecer!Alves
Caramba,se esqueceram do “Estadão “ do famoso sanduíche de pernil?
Esse bar e restaurante é testemunha viva do jornal Estadão,da Rádio Eldorado e do Hotel Jaraguá.
Espero que ainda possam reparar essa injustiça ao deixá-lo de fora .
Olá Norberto, boa tarde!
Não esquecemos, ele não está na reportagem pois a matéria é só dos estabelecimentos participantes do “Patrimônio à Mesa”. Abraços