Palacete do Barão do Rio Pardo

Um dos imóveis mais antigos do outrora elegante bairro de Campos Elíseos, é este mal cuidado casarão que hoje se apresenta completamente em ruínas, como na foto abaixo:

clique na foto para ampliar
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Construído em 1880 para servir de residência a Antônio José Correia, mais conhecido como o 3º Barão do Rio Pardo, a casa fica localizado na Alameda Ribeiro da Silva esquina com a Alameda Barão de Piracicaba.

Até então o barão residia na cidade paulista de Casa Branca, onde possuía grande fazenda de café e atuava como benfeitor e político local, chegando a ser prefeito desta cidade.

Leal ao Império do Brasil e membro do Partido Conservador, Antônio José Correia recebeu a comanda imperial Ordem da Rosa e em 1887 foi alçado a barão. No ano de 1885, dois anos antes de receber seu título de nobreza, ele disputou e ganhou o cargo de deputado provincial. A imagem abaixo é sua publicidade eleitoral veiculada no jornal Correio Paulistano.

Divulgação

Como o barão residia em Casa Branca, as razões de ter construído uma nova residência na capital paulista não estão bem claras. Possivelmente por estar ligado à política ele pode ter mudado para São Paulo, para ficar mais próximo da então Presidência do Estado ou mesmo de outros colegas fazendeiros de café, que já haviam partido para o bairro de Campos Elíseos.

Mas era fato que ele não ficava o tempo todo no casarão da capital. Pesquisas em jornais antigos mostram intensa atividade beneficente e política do Barão do Rio Pardo em sua cidade do interior. Entre os anos de 1902 e 1904, quando foi prefeito de Casa Branca, era certo que não estava mais pelos Campos Elíseos.

Em 1898 foi feito um grande leilão para venda dos objetos e pertences do Barão do Rio Pardo que estavam no casarão (mais detalhes no final deste artigo). Talvez seja por isso que em 1906, quando faleceu aos 66 anos de idade, sua casa foi rapidamente vendida.

O palacete em 2009, um ano antes do desabamento (clique para ampliar)
O palacete em 2009, um ano antes do desabamento (clique para ampliar)

O novo proprietário era o cafeicultor paulista Manuel Ernesto da Conceição ou, como era mais conhecido, o Conde de Serra Negra (título de nobreza papal e não imperial).

Mas o Conde não parava muito em São Paulo e muitas vezes nem no Brasil. Ele era o mais importante e bem sucedido promotor do café brasileiro na Europa, e ficava muito tempo no velho continente, especialmente em Paris, onde mantinha o importante estabelecimento Café São Paulo. Muito provavelmente a casa foi comprada como um investimento imobiliário.

E isso se confirma com a locação do imóvel apenas dois anos depois da compra. O inquilino era um colégio interno para meninos chamado Instituto Sílvio de Almeida.

Divulgação

Fundado em 1903, o instituto estava há cinco anos estabelecido em um imóvel da mesma alameda Ribeiro da Silva, mas um pouco mais para baixo na esquina com a rua Conselheiro Nébias.

O imóvel ficou pequeno e incompatível para atender a demanda crescente de novos alunos, e a locação do casarão que estava vago e nas mãos do Conde de Serra Negra era um ótimo negócio para expandir a entidade sem mudar de bairro.

A partir deste momento, algumas informações sobre o instituto ficam nebulosas. Sabemos que a escola ficou por ali até 1913, mas para onde foi depois que saiu do casarão ou se fechou neste ano é uma incógnita.O fato é que em meados deste mesmo ano de 1913 o local passou a ser o quartel general do 4º Batalhão de Caçadores.

Foto dos anos 1910 mostra um panorama da região (clique na foto para ampliar)
Foto dos anos 1910 mostra um panorama da região (clique na foto para ampliar)

Em 1918 o casarão muda de proprietário mais uma vez. O Conde de Serra Negra vende a propriedade para Dario Sebastião de Oliveira Ribeiro.

O Doutor Dario Ribeiro, como era mais conhecido, mudou-se entre 1918 e 1920 para o casarão juntamente com sua esposa e seus quatro filhos, três mulheres e um homem. Era advogado e procurador judicial, formado pela Faculdade de Direito de São Paulo e também teve carreira política atuando como deputado estadual.

Viuvo de Edith Reis de Oliveira Ribeiro, ele viveria com os filhos no casarão até vir a falecer em 7 de fevereiro de 1946.

Nota de Falecimento
Nota de Falecimento

Após sua morte o casarão ficou de posse dos seus quatro filhos. Quem passou a liderar a casa foi o filho homem de Dario, Pedro de Oliveira Ribeiro Neto, este uma notável figura do meio cultural paulistano.

Homem das artes e das letras, Pedro Oliveira Ribeiro Neto teve enorme participação na Academia Paulista de Letras e também foi um dos idealizadores e fundadores do Museu de Arte Sacra.

Pode-se afirmar que ele foi o último dono conhecido do casarão, uma vez que faleceu em algum momento entre a década de 1980 e 1990.

O CASARÃO EM DETALHES:

O casarão antes do desabamento parcial de 2010 (clique para ampliar)
O casarão antes do desabamento parcial de 2010 (clique para ampliar)

Como quase a totalidade dos casarões e palacetes do bairro de Campos Elíseos, a antiga residência do Barão do Rio Pardo e de Dário Ribeiro e família era uma construção magnífica.

Tombada como patrimônio histórico pelo Condephaat na década de 1980, o imóvel é localizado no número 180 da alameda Ribeiro da Silva, mas também possui entrada pela alameda Barão de Piracicaba.

Construída no canto do terreno, deixando o restante livre para as cocheiras (depois garagens) e área verde, possuía um belo jardim com árvores frutíferas, como abacateiro, jabuticabeira e ameixeira, além de pinheiros e centenárias e araucárias. Algumas destas árvores estão por ali até hoje, dividindo o espaço com um estacionamento.

Detalhe do andar superior, com destaque ao material construtivo e papel de parede (clique para ampliar)
No andar superior, destaque ao material construtivo e papel de parede (clique para ampliar)

Na arquitetura, o casarão é repleto de detalhes e adornos por toda a sua fachada e frontão, possui desenhos florais nos ladrilhos da varanda e muitos elementos decorativos em ferro e madeira.

Os portões são importados da França, e no seu interior o assoalho é feito em madeira de lei, enquanto portas, escadas e janelas eram em pinho de riga.

Mas, com toda certeza, um dos principais detalhes do casarão são dois bustos que existiam na lateral do imóvel e que há muito tempo foram roubados (veja fotos abaixo).

Algumas pessoas que moram na região costumam chamar o imóvel de Palacete Princesa Isabel. Este costume começou desde que os dois bustos desapareceram. Alguém lançou o boato que os bustos eram da Princesa Isabel e a lenda pegou.

Na verdade os bustos eram de Adelina Correia e Ana Cândida Correia, respectivamente esposa e filha do Barão do Rio Pardo. Levados a mais ou menos 15 anos atrás, restaram apenas as marcas.

Detalhe do pouco que sobrou do andar superior (Foto: Renato Bettini)
Detalhe do pouco que sobrou do andar superior (Foto: Renato Bettini)

Do passado glorioso deste casarão, que teve tantos proprietários importantes e nobres o que resta são ruínas. Depois do falecimento de Pedro Oliveira Ribeiro Neto o casarão sem seu dono ficou largado e abandonado, logo sendo invadido e transformado em cortiço, assim permanecendo até 2008.

O período em que foi invadido contribuiu demais para acelerar a deterioração do imóvel. Louças de banheiro, espelhos, madeiras nobres e ferro foram retirados e vendidos.

Andar superior do casarão (clique na foto para ampliar)
Andar superior do casarão (clique na foto para ampliar)

Não sabemos quem são os donos atuais e se os mesmos são herdeiros da Família Ribeiro (a pesquisa está em andamento), entretanto desde 2010 um estacionamento de veículos funciona na área do que antes foi o quintal da velha residência.

Como é possível dar licença para um estabelecimento operar em uma área de risco, com um casarão cujo andar superior tem relativo risco de desabamento ? E como podem autorizar um estacionamento em um bem tombado e não exigir nenhuma contrapartida de reforma ou restauro ? Estas são perguntas que o poder público precisa responder aos cidadãos.

Detalhe de uma das colunas do casarão (clique para ampliar)
Detalhe de uma das colunas do casarão (clique para ampliar)

Enquanto o imóvel fica nesta triste situação, uma coisa é certa: o casarão construído pelo Barão do Rio Pardo é prisioneiro tal qual a coluna romana por trás do arame farpado da foto acima.

É prisioneiro de um poder público ineficiente na preservação de seu patrimônio histórico, cujas autoridades são – no mínimo – coniventes com a destruição de nossa história.

Galeria de fotos 01 – (imagens de 2008)

Galeria 02 – Outubro de 2009

Galeria 03 – Março de 2010

Galeria 04 – Fotografias internas (ano 2005 – exceto a última)

NOTA – FAMÍLIA VENDE TUDO:

Em 1898 foi veiculado nos jornais paulistas um anúncio de leilão dos objetos que pertenciam ao Barão do Rio Pardo e que estavam neste casarão. Abaixo a publicidade do leilão que foi publicado no jornal O Estado de S.Paulo:

Clique para ampliar (Crédito – O Estado de S.Paulo 6/12/1898)

A matéria completa sobre este leilão pode ser lida no blog do Ralph Giesbrecht, clique aqui.

ATUALIZAÇÃO – 22/05/2019:

Infelizmente o histórico palacete do Barão do Rio Pardo não resistiu a incompetência do poder público e foi demolido, pasmem, com autorização do Secretário Estadual de Cultura. Os detalhes desse absurdo, que deveria ser investigado pelo Ministério Público com afinco você encontra aqui.

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Respostas de 88

  1. Olá,
    se alguém tiver mais alguma informação sobre este casarão pode me enviar? Sou estudante de Arquitetura e meu TFG tem como proposta uma escola para formar restauradores que ocupará este prédio; estou fazendo uma proposta de restauro e qualquer informação verídica me ajuda…
    Este casarão foi sede da primeira reunião da Academia Paulista de Letras e é mais antigo do que o Palacete dos Campos Elíseos… O abandono e a falta de “consideração” me chocam…(millegenial@yahoo.com.br)
    Obrigada!

    1. Cammile eu estudo num colégio a 3 ruas abaixo a este palacete, bem lá não resta muita coisa a fachada do prédio resistiu mas talvez daqui a 10 meses tudo aquilo desabe de vez!Sevocê puder visitar o local é mais aconselhavél.

    2. É, infelizmente ele está um caco: ruínas, degradação e lixo em seu entorno. Às vezes vou por lá passear, e vi uma mulher (até que bem vestida) saindo de lá, por um buraco do muro de colunas. Eu soube que o palacete é de propriedade particular, e o dono quer vendê-lo mas, pra isso, ele já entrou com processo no Condephaat, que encontra-se parado. Enquanto o processo segue lento, o casarão vai pouco a pouco se acabando. A crua verdade é que os proprietários de casas históricas querem que elas literalmente “tombem” para não terem mais despesas com o seu tombamento. Espero ter ajudado; ainda assim, se puder, vá conferir pessoalmente, pois há detalhes internos que só se podem ver in loco, como azulejos no andar superior! Reformar e restaurar aquilo tudo chegaria na casa dos milhões! Boa sorte:-)

    3. Oi Camille, moro bem perto do casarão e hj, ao passar por lá, perguntei ao novo dono se ele pretende demolir ou restaurar… Ele disse que tem pensado em demoliar já que, segundo ele, não tem dinheiro para a restauração O.o Expliquei-lhe o valor histórico da casa e ele pareceu interessado… Pedi então que ele procurasse o IPhan para obter informações sobre restauração e ajuda financeira, mas vai saber, né?! =( Acho que valeria a pena expor o caso na TV ou algo assim… A casa do S.Dumond ali perto ficou linda e estava tão ruim qnt esta. []´s

    4. Camille, só o que sei é que Ana Cândida era minha avó paterna. Foi casada com José Leão de Sylos, neto de Vicente Ferreira de Sylos Pereira, Barão de Casa Branca.

      1. Boa noite, Antonio Fernando! Sua avó, pelo que sei, era irmã de Virgilina Amélia Correa de Andrade, minha avó paterna.

        1. Só hoje, 12/12/16 vi sua resposta. Entre em contato comigo, no feicebuque, e me conte mais sobre essa irmã de minha avó (certamente um dos bustos roubados). Aqui em São José do R
          io Pardo temos remanescentes da família Correia e gostaria de trocar umas ideias com eles sobre essas informações. Saudações.

    5. Eu sou enteada do Dr Ademar Prudente Correa, filho que inclusive tem.o título de Barão do Rio Pardo, do qual é filho do Barão do Rio Pardo. Se eu puder colaborar. Conte comigo!

  2. Os bustos roubados eram das duas filhas do último Barão do Rio Pardo, Antonio José Corrêa. Há uns bons anos saiu uma reportagem sobre o casarão no Jornal da Tarde. Enviei uma cópia para o Condephaat para que se averiguasse a possibilidade de tombamento.

  3. Moro na Al. Br. de Piracicaba. Interessa-me saber mais sobre o casarão – acho que apenas pelo conhecimento é que se valoriza a história, e isso não pode ser feito tarde demais. Alguém sabe a quem pertence atualmente? Há mais informações na Internet? Parabéns ao Site pela iniciativa.

  4. Neste País não se valoriza nada, não se preserva nada, é revoltante o estado de vários imóveis pelo País, País sem memória sem futuro!

  5. Moro na Ribeiro da Silva, seria ótimo para o bairro ver
    restaurado não demolido. A prefeitura vive dizendo que não existir espaço, está um ótimo espaço, para fazer atividades culturais, centro capacitação profissional e etc.

  6. De que vale o tombamento se não há ação alguma que se faça restaurar essas jóias.
    Prova que não temos a cultura do passado.
    Infelizmente, quem não sabe de onde vem, não sabe aonde irá.

  7. Amei o trabalho de vcs. Parabéns pela iniciativa!

    São Paulo esconde belezas e uma história que devem ser sempre lembradas e preservadas.

  8. Maravilhoso o trabalho de vcs…eu tenho aqui algumas fotos de palacetes e casas que certamente um dia iriam ao chão na minha cidade.Alguns foram realmente…mas são detalhes de uma época que só pessoas como vcs são sensíveis a ela!

  9. Estando extremamente próximo à região abrangida pelo projeto Nova Luz seria o mais natural que o reformacem o quanto antes para que não desabace e a região pudesse ser beneficiada por mais esta jóia da arquitetura do final do séc. XIX, porém havendo uma coisa chamada “especulação imobiliária” não é de se duvidar que esteja propositalmente abandonado afim de desabar e seu terreno ser revendido à imobiliárias com preço de ouro… É o tipo da coisa impossível de ser digerida, mas que infelizmente parece ser a verdade!

  10. o trabalho que vejo neste site é maravilhoso, embora as vezes até doloroso. mas, enquanto absevava as construções, algo me chamou a atenção sobre este. foi o fato de ter sido o 4o batalhão de caçadores, o qual meu pai integou, ja aqui na cidade de lins-sp…
    só para registro…
    parabens pelo trabalho, digo até que fiquei com vontade de fazer algo parecido em minha cidade….

  11. Trabalho em frente a lateral do casarão (av.Barao de Piracicaba).Hoje, como já previsto, caiu um pedaço da parede em cima dos carros.Por sorte não caiu em cima de pessoas que passavam por alí, visto que estava próximo a hora do almoço.
    Foi chamada a defesa civil, polícia, bombeiro e nada foi feito!Os escombros estão todos na calçada e apenas isolaram a área com uma fita.É deplorável.Sou a favor da restauração, mas justamente pra não chegar ao ponto que esse casarão chegou: oferecendo riscos gravíssimos a todos que moram ou trabalham nas proximidades.

  12. Precisa se saber quem são os donos do imóvel, de qualquer forma, seja para desapropriação, seja para cobrar os prejuízos.

  13. Bom dia pessoal!
    Meu TFG sobre o Palacete irá representar minha faculdade em um concurso de Arquitetura!! Não sei se ganherei algo, mas pelo menos mostrei a importância deste casarão e a necessidade de preservá-lo e restaurá-lo, fato que foi reconhecido pela minha banca examinadora. Vitória pessoal mas que foi um pequeno passo.Pretendo não parar por aqui.
    Se alguém tiver mais alguma informação e queira me passar, meu email está no primeiro post desta matéria.

    🙂

  14. Trabalhei no prédio ao lado (Porto Seguro) e parece que a Porto quis comprar uma época esse prédio.
    Na época era ponto de venda de tráfico de crack.
    os moradores quebraram as faces porque eles eram crentes e crente não pode cultuar imagens.

  15. Fernando, lí seu comentário sobre o 4 Batalhão de Caçadores, onde seu pai serviu, caso voce tenha alguma idéia em fazer algo sobre o 4 BC, entre em contato comigo, pois meu pai (João Rodrigues Felicidade) também serviu nele, desde quando chegou em Lins em l945 até l967, se aposentando como Capitão e foi o primeiro presidente do Grêmio dos Subtenentes e Sargentos de Lins, talves seu pai tenha sido amigo do meu. Tenho vontade também de fazer um museu dos que serviram no 4 B C em Lins, mas não tenho com quem trocar idéia à respeito, caso se interesse ligue para mim (l4) 3582.11.12 ou mande email, seria muito gratificante para nós uma página sobre o 4BC de Lins, pois ele faz parte da história das Forças Armadas. Saudações… Nilson Cambiatti Felicidade (nilcam7@ig.com.br)

    1. Parabens, senhor nilson,assim como o cine São sebastião,o mercadão, foi demolido,bem ,POLITICAMENTE falando é bem mais facil demolir ao restaurar,e assim apagam-se nossa HISTÒRIA, vejam o caos que se tornou a ROTUNDA um predio muito bonito,e hoje se encontra em abandono,servindo de deposito para LIXO. Vereadores façam algo em pról à nosa memoria !!!!

      1. Parabens, senhor nilson,assim como o cine São sebastião,o mercadão, foi demolido,bem ,POLITICAMENTE falando é bem mais facil demolir ao restaurar,e assim apagam-se nossa HISTÒRIA, vejam o caos que se tornou a ROTUNDA um predio muito bonito,e hoje se encontra em abandono,servindo de deposito para LIXO. Vereadores façam algo em pról à nos
        sa memoria !!!!

  16. É lamentável saber que políticos brasileiros não conservam nossa história, será falta de cultura para eles ou é o interesse financeiro que fala mais alto. Mas ainda tenho certeza que se nós levarmos os alunos para conhecer os prédios antigos com professores de Artes, terão outras visões em conservar estes monumentos. Fiquei surpreso quando ví que o Cine São Sebastião tinha sido demolido, naquele local poderia ser um Teatro e também demolido o prédio do Banco Mercantil na Rua 21 de abril, hoje calçadão. Contamos com mais dois prédios com desenhos arquitetônicos em frente ao jardim na r. 21 de abril, um de frente para o outro, será que já não tem planos para destruí-los, vamos aguardar as decisões dos nossos políticos linenses. A história é a única testemunha de nossos antepassados.
    “Sou Linense e não desisto nunca”.

  17. Uma amiga morava em um edificio de kitch que tem ai do lado, o estado dessa rua é lamentável, referente ao palacete, presenciei o incendio na parte de tras do edificio.
    Antes de cair o teto os moradores da rua falavam que a porto seguro ia restaurar as casas mais antigas para instalar mais escritórios, porem agora como está praticamente condenado acho que o destino infelizmente vai ser a demolição.

  18. O mais incrível, é que o casarão do Barão do Rio Prado, localizado na Rua Barão de Piracicaba, foi tombado pelo CONDEPAHAT. Ele é propriedade da Prefeitura Municipal de São Paulo. O local é grande e de incrivel beleza aquitetônica. Poderia se tornar um local para a a cultura.
    Quem responde por este descaso?
    No artigo 216 da Constituição Federal tem um apoio ao patrimônio histórico e cultural brasileiro.
    E onde estão os que podem e devem fiscalizar este descaso?
    Vamos nos unir e entrar em contado com o CONDEPHAAT , a Prefeitura Municipal de São Paulo e com os arquitetos especialistas em restauro

  19. acho que o imovel tem novo dono. Limparam o jardim do casarão e colocaram asfalto, um portão metálico em lugar do lindo e antigo portão que existia. Estão construindo uma casinha de vigia com cara de virar um estacionamento no local… quebrando tudo o que de original poderia ainda ser preservado. O casarão ainda resiste bem danificado.

  20. Eu soube que até 2006 moravam sem-tetos lá, que foi quando o telhado desabou e a Prefeitura mandou lacrar as entradas. Pesquisei também sobre a vida do barão do Rio Pardo e pretendo acrescê-la na Wikipedia, que tem informações reduzidas.

  21. Realmente, lá estive em 30/06/2011 e há no quintal um estacionamento. Entrei e pude ver e admirar o palacete de outro ângulo, e constatei que há pelo menos um cômodo com teto nos fundos, além de pormenores, como os encaixes das traves do assoalho que ainda resistem, e a utilização de tijolos para a cobertura da varanda (internamente), pois parecia não haver daqueles tijolos ocos de hoje. Seria interessantíssimo de vocês o fotografassem desse ângulo,mas seriapreciso uma autorização, segundo eu soube. Bem haja pelo trabalho!

  22. SENHORES LEITORES,

    NO MOMENTO ESTOU COMO COORDENADOR DO “CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL – CAMPOS ELÍSIOS I” CUJO ENDEREÇO É ALAMEDA RIBEIRO DA SILVA, 148 (UMA CRECHE COM CERCA DE 130 CRIANÇAS). ESTOU FASCINADO!!! ENCONTREI HÁ POUCO ESTE BLOG!!! JUSTAMENTE NA OCASIÃO (ÚLTIMA SEMANA) EM QUE PASSEI HORAS (PERAMBULANDO PELA REGIÃO) E BUSCANDO POR INFORMAÇÕES QTO AOS ASCENDENTES DOS ANTIGOS MORADORES DO CASARÃO, VISTO QUE SONHO, IDEALIZO E PLANEJO A AMPLIAÇÃO DA CRECHE ACIMA CITADA, AO MENOS FAZENDO USO DA CASA/EDÍCULA DE NÚMERO 166 (CONSTRUÍDA NO MESMO TERRENO DO CASARÃO): HOJE HABITADA POR UM SUPOSTO SR. BAHIA.
    POR FAVOR, QUEM PODERIA ME AUXILIAR NESTE EMPREENDIMENTO?!
    ME AJUDEM A ABRIGAR E BEM CUIDAR DE MAIS CRIANÇAS; TRATA-SE DE UMA GERAÇÃO A QUAL ESTAMOS A TRANSFERIR NOSSO PATRIMÔNIO CULTURAL!!!!! ALÉM DISSO, PODERÍAMOS SALVAR O CASARÃO DE SEU POSSÍVEL E DESAFORTUNADO DESAPARECIMENTO!!!

    GRATO PELA ATENÇÃO
    ABRAÇOS
    CORDIAIS SAUDAÇÕES
    DO
    PROF.DR.SÍLVIO MEDEIROS.

    SÃO PAULO, 14 DE AGOSTO DE 2011

    1. Oi Silvio, talvez apresentando sua proposta ao IPhan eles possam ajudá-lo ou indicar quem o faça. A Petrobrás é bem interessada nesse projetos. Hj passei por lá e um homem me informou ter alugado o local e estar pensando em demolir a casa caso não tenha ajuda financeira para seu restauro O.o A casa do S.Dumond da Cleveland estava tão destruída como esta, e hj em dia ninguém diz que ela chegou a este ponto não é?! 😉 Vc pode levar tb o assunto para a TV, pode funcionar []´s e boa sorte com o projeto

    2. Os descendentes dos antigos moradores, netos, bisnetos e etc. do 3º barão do Rio Pardo decerto espalharam-se Brasil afora, depois que o barão vendeu a casa e mudou-se para a cidade de Casa Branca.

      1. O barão era de Casa Branca. Inclusive foi prefeito de lá. A cidade tem uma antiga (e desativada) estação da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (hoje, Fepasa) chamada “Coronel Correia”. O coronel Correia era Antonio José Correia, Barão do Rio Pardo. Tenho minhas dúvidas de que ele tenha se mudado para Casa Branca; ele foi de Casa Branca para São Paulo. E faleceu na Capital.

  23. EM TEMPO:

    CONTO COM A COLABORAÇÃO DOS VISITANTES DESTE BLOG NO SENTIDO DE NOS AUXILIAR EM LOCALIZAR UM EMPRESÁRIO OU UM GRUPO DE EMPRESÁRIOS E/OU OUTROS QUE TAIS QUE TENHAM INTERESSE EM SALVAR O NOSSO PASSADO!!!!!!!!!!
    A NOSSA HISTÓRIA!!!!!!!

    GRATÍSSIMO
    PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS
    (PEDAGOGO E HISTORIADOR pela PUC-Campinas, MESTRE EM EDUCAÇÃO e DOUTOR EM FILOSOFIA E HISTÓRIA PELA Unicamp)

    1. Você tem um projeto para isso? Não procure empresários com uma “idéia”. Apresente um projeto completo, com objetivos e metas definidas, orçamento e cronograma físico-financeiro. Mostre ao empresário o que ele pode lucrar com isso, se não financeiramente, em termos de marketing.

  24. estive recentemente na casa do barao de rio pardo e fiquei fascinado pela casa , voltei novamente e levei um mestre de obras para me dar uma opiniao sobre o estado geral da casa e para minha surpresa ele achou a estrutura da casa bem razoavel e possivel da ser restaurada ,notei que as janelas de pinho de riga ainda permanecem algumas poucas no local,tenho interesse em restaurar esse imovel e dar uma destinaçao util a ele como uma creche ou uma casa para idosos,gostaria de contactar com o proprietario ou com outras pessoas que tem interesse em fazer a restauracao da casa para dar vida a ela novamente;a tarefa e extremamenre dificil mas possivel de ser feita, de minha parte vou tentar o condephaat e ver o que pode ser feito .
    e

    acao da casao da casa

  25. Parte-se-me o coração ver essa construção grandiosa e cheia de história ser degradada pelo tempo…
    Meu sonho é restaurar um casarão para morar, bem só um sonho, adoro antiguidades, hehe. Sou super a favor da restauração, se precisar assinar alguma petição ou fazer alguma reunião podem contar comigo, imaginem que maravilha ficaria esse palacete restaurado. Ninguém tem uma foto de como era antigamente? Não achei nenhuma imagem no google.

  26. É uma vergonha a o descaso do nosso patrimônio histórico….
    O mais engraçado é que brasileiro adora viajar para o exterior para admirar o patrimônio histórico de outros países..

    1. Quando morei na Rua Ribeiro da Silva, naquela época, eu tive o privilégio de poder ver o lindissimo jardim do Palacete do Barão do Rio Pardo. Tinha uma fonte belíssima e e bancos nos jardins onde se podia passear em meio de tantas flores e árvores.Havia umas estátuas que diziam que era da Princesa Izabel e detalhes antigos na casa e nos portões, que mesmo eu, que era criança admirava muito. Em meados de 1980, ainda morava umas três senhoras de idade, que provavelmente eram donas do local.Todo final de semana elas distribuiam balas para nós. Depois de um tempo, ouvi dizer que elas faleceram e o local estava abandonado. Durante anos ninguém entrava ou saía do local, deixando os vizinhos apavorados e com medo de invasões (o que aconteceu). Isso porque na época, o tão falado Casarão , que hoje é o Museu da Energia, era vista na época como um ponto muito perigoso de se passar, e o medo dos moradores tanto da Barão de Piracicaba, quanto da Dino Bueno e região era que eles passassem a morar ali. Em Meados de 1990, A antiga Pirelli, onde hoje se concentra a Porto Seguro, do lado do Palacete, queria comprar os imóveis da região para fazer uma mega estrutura no bairro. Nós que morávamos ali, ainda tinhamos esperança de que este bairro teria melhorias e que este Palacete fosse restaurado. Infelismente, nada disso foi feito, e a Porto Seguro só comprou alguns imoveis. Falavam que era por causa de pessoas abiciosas que tinham suas residências ali e sabiam que a Porto Seguro tinha dinheiro, querendo vender até 10 vezes mais o preço que era. Sinto muitas saudades do local que morei. na época, não era nada de cracolândia. Era uma rua bonita e calma onde brincavamos e vivemos nossa infãncia e adolêcencia com muita alegria

      1. Que legal saber disso. Infelizmente este jardim agora não existe mais. Destruíram tudo e Concretaram todo o chão para colocar la dentro um estacionamento. Lamentável.

  27. Trabalho em frente a esse prédio. O quintal dele é um estacionamento, o dono está apenas torcendo para que a chuva o derrube para poder expandir o negócio. Quando o vi pela primeira vez, ele ainda estava com uma aparência de recuperável, mas há uns dois anos atrás, numa chuva, começou a ruir e a prefeitura inclusive interditou o meio fio para evitar prejuízo se caísse sobre algum carro!?!? Uma pena.

  28. Meu pai serviu no 4º Batalhão de Caçadores, tenho inclusive fotos de exercícios em alguns morros, que não sei dizer onde é. Isto foi em 1940/1941. Gostaria de saber onde realmente fica esse 4º, ou ex-4º Batalhão de Caçadores. Se alguém souber me mande uma resposta (tenho até hoje o seu certificado de reservista).

  29. magnífico trabalho de voces. Tive oportunidade de ver esse palacete a alguns anos passados.Me parece que um canal de tv fez uma reportagem sobre o mesmo,mostrando seu interior bem como o estado de abandono.Na epoca da reportagem ele estava sendo ocupado por sem teto.

  30. A prefeitura realmente apenas “tombou” o imóvel no sentido estrito da palavra (li isso recentemente); impressiona o estado lastimável dessas construções, importante enfatizar que tanto os governos locais quanto o cidadão paulistano em sua maioria, estão pouco se importando com os imóveis que estão ocupando ou que são herdeiros, não se identificam com essa cultura refinada de nossos antepassados, a verdade é que os famosos “Quatrocentões” paulistanos já não mais existem; como pessoas que se identificam com o rap, rock, funk e essa cultura pasteurizada americana que trouxe a pichação e a selvageria para os nossos centros poderiam valorizar este tipo de arte; educação é a chave para a solução de qualquer desafio da sociedade moderna!

  31. Infelizmente ninguém arrisca investir num lugar onde a “chinelagem” comanda, uma pena. O problema da superpopulação e imigração desenfreada só resulta nesse tipo de descaso, pois as pessoas perdem a identidade. Parabéns “chinelagem” destruam Sum Paulo.

  32. Este casa era linda antes da ocupação de mendingos, trabalhava ao lado na Porto Seguro Seguros. Os bustos das 2 moças pareciam camafeus.

  33. O povo de Veneza, Roma, Turquia, e mais de mil outras deveriam se espelhar em nós, que preservamos o nosso passado, a nossa politica publica que trabalha dia e noite em benefício da pátria, em minha cidade “Araraquara” o processo e o mesmo, casarões lindos foram deixados as moscas, mendigos, e tudo de ruim, para depois da total perda, fazer um estacionamento por hora, então amigos cada vez deixaremos de ver estas obras de arte arquitetônica, em favor do dinheiro, mas temos um consolo estamos gastando BILHÕES para realizar uma copa, nada contra ao esporte, estádios novos e modernos com conforto e segurança ao torcedores, mas antes a nossa saúde, segurança, locomoção adequada, lazer de qualidade a todos e não somente aos poucos, estamos perdendo a nossa memória cultural, tudo de bom pra quem quer se manter no poder onde o seu povo e GADO MARCADO, POVO FELIZ.

  34. eu até hoje não entendi pra que serve este tal de condephatt, francamente à meu ver pouco ou nada! pois em vez de proteger realmente restaurando e dando finalidades uteis aos imoveis por eles catalogados, tudo ou melho nada do que eles fazem permite de para com a total destruição de todo o patimônio arquitetonico e urbanistico da cidade de são paulo! é impressionante,! jà que essa gente não faz nada, bem, vamos nos mobilzar, nos informar com pessoas e orgnaos competentes para tanto, afim de sabermos como agir em função de um impedimento claro e preciso e urgente de nosso estimado patrimônio…quem sabe em breve poderemos até mesmo ver certas maravilhas retornr inteiramente reconstruidas, assim como fizeram e fazem na europa, por exemplo o palacete santa helena e seu magnifico teatro!!! esperar e ter esperança!

  35. Morei na Ribeiro da Silva bem proximo ao casarao na decada de 70e 80 …depois que ficou abandonado, ainda permaneceu intacto ate sofrer uma invasao dessa gente que se entitula “sem-teto”….Foi a pa de cal…arrancavam janelas, destruiram TUDO….Podem me condenar mas eu sou AUTENTICO E FALO A REALIDADE QUE POUCOS GOSTAM DE OUVIR:
    POBRE E UMA DESGRAÇA. ONDE JUNTA ESSA GENTE VEM A DESTRUICAO < SUJEIRA< LIXO E PIOR, OS CRIMINOSOS….
    O MAIOR PROBLEMA DO BRASILEIRO E QUE ELE 'ODEIA' VERDADES SEREM DITAS DE FORMA CLARA…E ISSO MESMO QUE ACONTECEU COM OS ANTIGOS CASAROES: FORAM INVADIDOS E DETONADOS POR ESSA GENTE QUE SAO PIORES DO QUE UMA IMPLOSAO….ISSO E F A T O …. Os "politicamente corretos" que se melindram quando se fala FATOS E VERDADES que eles naum gostam de enchergar e nao gostaram do que eu postei que enfiem sua lingua no rabo…Eu tenho DIREITO de FALAR A VERDADE….

  36. Que ótimo ter encontrado essa reportagem aqui. Sempre passava ali por essa rua e ficava curioso sobre aquela enorme construção em estado deplorável. Uma pena que a cada dia ele está pior… só estão esperando cair de vez mesmo. A calçada no entorno do imóvel é interditada… Uma pena.

  37. Acabo de consultar o Google Mapas, foto de agosto/2014, e lamentavelmente o imóvel permanece sem nenhuma restauração, sem nenhum cuidado e ao lado o estacionamento….triste.

  38. Lamentável…. Sempre questionei e queria respostas do poder público, dentro do meu pleno direito de cidadã, como é que foi autorizado (se e que foi autorizado) a devastação de tantas árvores robustas, gigantes e frutíferas que haviam no pátio deste casarão. Trabalhava na região e puder ter o privilégio de vê-las. Infelizmente a ganância e estupidez humana, devastaram a grande maioria delas. Há umas 2 ou 3 que restaram apenas para dizer que não devastam todo o pátio. Pura hipocrisia. A região poderia ainda ser abrigo de aves que haviam por la. Crime ambiental. Sinceramente, essa matéria deveria contemplar isso que estou falando, a fim de conscientizar a população sobre este grave crime ambiental. É um local tombado, e assim sendo, não deveria ter estas árvores arrancadas. Autorizaram no pátio um estacionamento, por isso que arrancaram a grande maioria das árvores. CRIME AMBIENTAL!!!!!! O estacionamento não é ao lado, é dentro do casarão. Lamentável.

  39. Douglas

    Fiquei emocionada em ler esse artigo, uma vez que trabalho ao lado deste palacete a 20 anos e não fazia ideia da história dele e agora ver tudo assim na minha frente, foi maravilhoso

  40. Parabéns
    Douglas
    Gostaria de te agradecer,pois obtive muita informação preciosas suas para elaboração do meu tcc do Curso de Pós-Graduaçâo em Restauração/ Conservação de Monumentos Arquitetônicos sobre a Vila Maria Zélia no seu site.
    Muito obrigado !

    1. Aproveito sua postagem para informar que, ao que me consta, com base em dados históricos, as esposas do Barão do Rio Pardo teriam sido ESCOLÁSTICA DE OLIVEIRA e depois AMÉLIA UMBELINA CORRÊA. As efígies da casa seriam de Ana Cândida (minha avó) e sua irmã Adelina (minha tia avó). Os nomes de Escolástica e Umbelina estão na “Revista do Instittuto Heráldico Genealógico”, Anos IV e V.nº 8, 2º semestre de 1940 e 1º e 2º semestres de 1941. O nome Escolástica tem uma ligação a mais; uma de minhas tias, irmã de meu pai, se chamava Escolástica, o que pode ser uma escolha em homenagem a sua avó, provável primeira esposa de Antonio José Correia.

  41. douglas nascimento existe um casarao muito antigo na rua adolfo gordo alt. num. 290 vale a pena fotografar

  42. Olá Douglas, sou um visitante assíduo do seu site, adoro e gostaria de saber se esse palacete é tombado e se existe algum projeto para restauro.

  43. Essa matéria foi escrita em 2009 e agora, quase 10 anos depois, o que resta? Poucas paredes, nenhum telhado e algum chão entre os pavimentos. Fiz fotos do casarão na época em que os graffitis foram feitos pelo Ciro Schu e o Pato Patológico, acho que 2007 ou 2008, e via-se que ainda dava para recuperar e transformar num lindo centro cultural como a Casa das Rosas, por exemplo. Revoltante como apesar das denúncias nunca foi feito NADA pelo poder público em relação a multas aos proprietários ou à conservação, caso seja mesmo da prefeitura. Moro a 1 quarteirão desse imóvel e a vontade é de chorar. Porque simplesmente não adianta fazer nenhuma denúncia, reuniões e associações nessa cidade para melhorar. Nada. O sistema não funciona, as autarquias estão sucateadas, funcionários tem nenhuma força de vontade. Conhecendo a história da cidade sabe-se que sempre o poder público nos levou pra trás. 150 anos depois de começar o crescimento com as ferrovias, tá aí o resultado. Sujeira, criminalidade, falta de educação, favelas cada vez maiores, cada vez mais pessoas pobres, pessoas na criminalidade e nas ruas. Trânsito surreal, transporte público falho, corrupção. Caos em todos os níveis. Desculpem, é um desabafo de quem vê absurdos o tempo todo.

  44. Você é incrível… o site é fantástico.. fico tão triste quando essas casas, palacetes que são destruídos, demolidos, brasileiros não tem memória.. infelizmente

  45. E hoje, 30/11/19, desabou o muro desse estacionamento que funcionava no pátio do casarão, danificando diversos carros e matando uma pessoa … É mais uma tragédia anunciada nesse país! E as autoridades nada fazem, são coniventes com a destruição em todos os aspectos … Muito triste

  46. Hoje, depois de uma tempestade, parte da parede lateal do palacete caiu no estacionamento ao lado e matou um trabalhador local…

  47. Somente hoje, dia 3 de fevereiro de 2019, passei em frente desse casarão, nos Campos Elíseos. Fotografei-o e interessei-me por ele. Por isso, em pesquisas na internet, acabei por chegar a esta ótima página, que agora parabenizo-te pelo trabalho. O casarão ainda está de pé, mas bastante deteriorado e destruído, parecido com as fotos que ilustram esse artigo, apesar de já haver passados quase 10 anos. Gostaria de saber se algo foi feito, nestes 10 anos, para tentar salvar esse casarão e se houve tombamento. Li que muitos interessaram-se e falaram em tombamento e restauração, mas nada foi feito, infelizmente. Muito obrigado.

  48. Excelente!!! Parabéns, pois sem seu trabalho ia ser quase impossível encontrar o prédio do antigo 4º BC.

        1. O que torna essa história ainda pior é que um trabalhador que buscava seu sustento pagou com a vida pela negligência dos proprietários do imóvel e do estacionamento.
          Quanto as ferragens, se não foram vendidas como material decorativo para alguma loja de materiais de demolição (Que sinceramente é bem melhor pois faz com que, de alguma forma, a memória da construção ainda esteja viva), devem ter virado sucata ou até mesmo sido descartadas junto com o entulho.
          Triste como diversas edificações, onde se colocava tanto esmero e cuidado aos detalhes, com o tempo virem apenas uma pilha de tijolos, um punhado de itens “retrô” ou “vintage” e um terreno vazio…

  49. Profundamente triste esse insistente descaso com nossa História ! Há milhares de funcionários de TODOS os órgãos ligados ao patrimônio país afora e só se tem uma certeza : esses espaços esplêndidos, essas construções magníficas estão desaparecendo com a rapidez com que se mudam os Ministros e autoridades da área da Cultura e da Educação.Como em São Luís, onde casarios inteiros estão sendo transformados em estacionamento, sem um protesto sequer, até mesmo de historiadores locais .. O Brasil inteiro virou as costas para o passado ! Aqui no Rio de Janeiro, há casarões extraordinários , como do Cândido Portinari e o do casal Ana Amélia e Marcos Carneiro de Mendonça, no bairro do Cosme Velho, em ruínas …O histórico Palácio do Catete pichado, vidraças quebradas, lixo acumulado nos jardins e na entrada …

    1. Incrível esse seu trabalho, mas só restou o muro, e o toda a história, e as fotos, com as quais você nos brindou, sinônimo de um país em frangalhos!

  50. Infelizmente a memória e a nossa história é muito frágil. Como um bem deste pode ser deixado ao vento? Faz anos que o bem patrimonialo que deveria ser abraçado pela comunidade, se abandonado desta forma.

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