Ao instalar-se em São Paulo no final de 1899, a companhia Light, responsável pela implantação dos primeiros serviços de eletricidade na Capital, entre eles a iluminação pública e o transporte por bondes elétricos, teve como primeiro endereço algumas salas alugadas em um prédio da Rua São Bento. Antes de construir e inaugurar, em 1929, o imponente prédio “Alexander Mackenzie”, atual Shopping Light, a empresa ocupou alguns outros endereços no centro histórico da cidade.
Ao sair da São Bento, a Light instalou-se em dois andares de um prédio de outra via do chamado triângulo histórico de São Paulo: a Rua Direita. No andar térreo da edificação, funcionava a firma de materiais elétricos James Mitchell & Cia, representante da General Electric no Brasil (foto abaixo).
Sendo os dois andares insuficientes para o crescimento dos diversos departamentos da empresa, o escritório central da companhia mudou-se, mais uma vez, no final de 1907, para um edifício na Praça Antonio Prado, o ponto mais central da cidade à época, conveniente para o atendimento ao público.
Com o crescimento da cidade e do consumo de energia, a companhia de capital estrangeiro resolveu transferir diversas seções para novos endereços. Entre outros, o Departamento de Eletricidade foi para o edifício da extinta Companhia de Água e Luz, incorporada pela Light; o de Tráfego, para um salão na Casa de Carros da Alameda Glete; e a Seção de Recebimento de Contas mudou-se para o antigo Teatro São José, ao lado do Viaduto do Chá.
Em 1925, já com sete endereços diferentes no Centro, abrigando os 460 empregados do chamado Escritório Central, a Light iniciou a construção de sua própria sede no terreno do Teatro São José, que seria demolido para dar lugar ao prédio hoje ocupado pelo Shopping Light.
A edificação ainda sofreria obras de ampliação ao longo das décadas seguintes. Com o fim das atividades da empresa na década de 1970, mais tarde, nos anos 1990, o local passaria a abrigar o centro comercial que hoje se tornou um dos cartões postais da cidade, tombado pelo Condephaat.
CURIOSIDADE: Como era a Seção de Recebimento de Contas da Light ?
Quando precisamos pagar a conta de energia elétrica nos dias de hoje, temos uma série de comodidades. Pode-se simplesmente sequer sair de casa, pagando pela internet ou optar pelo débito automático, lotérica e também ir na própria agência bancária.
Antigamente, como mostra a fotografia abaixo, tudo era um pouco mais complicado e demorado:
A imagem mostra o saguão do Escritório Central, no prédio Alexander Mackenzie, onde ocorria o pagamento de contas de luz, por ser a central era comum receber filas intermináveis como estas.
Além da própria central no Viaduto do Chá, a Light & Power mantinha outros 4 escritórios para pagamento das contas, no Brás, Penha de França, Campos Elíseos e Vila Mariana.
Na imagem abaixo você confere como era uma conta de energia elétrica da Light no ano de 1935:
Crédito das fotografias: Acervo Fundação Energia e Saneamento
Site: www.energiaesaneamento.org.br e Facebook: www.facebook.com/redemuseudaenergia
Crédito da conta de energia: Acervo São Paulo Antiga
Respostas de 10
Instalada no prédio Alexandre Mackenzie, e para o nosso sofrimento, os menos apressados eram os atendentes dos guichês.
Douglas,
Obrigado pelo post. Uma lembrança da Light que eu guardo com muito carinho é a da estação de bondes da Vila Mariana, na confluência da rua Vergueiro, Neto de Araújo e Domingos de Morais, perto da rua Senna Madureira.
Minha mãe e eu voltávamos de visita a parentes no Brooklin Paulista de bonde e frequentemente descíamos nessa estação da V. Mariana. Dali, apanhávamos o ônibus até o Cambuci, que descia a av. Lins de Vasconcelos. Estamos falando do final dos 50 e começo dos anos 60. A criminalidade era inexistente, mesmo tarde da noite.
Adorei saber um pouco mais sobre a história de São Paulo. sou fotógrafa de mudança pra Cidade e já super ansiosa pra conhecer lugares interessantíssimos pra fotografar =)
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Sempre as intermináveis filas do Brasil…
Meu pai e meu avô trabalharam a vida inteira na Light e, posteriormente, na Eletropaulo. Passei minha infância e adolescência nas décadas de 70 e 80 frequentando o belo edifício Alexandre Mackenzie, que na época ainda tinha em seus escritórios móveis e até máquinas de escrever do período de sua inauguração. A empresa se destacava pela preservação de sua história, com farto material documentado e, inclusive, editando publicações. Guardei algumas delas. Os carros de serviço verdes com a logomarca laranja nas portas ainda devem fazer parte do imaginário de muitos paulistanos.
Otimo trabalho de pesquisa e informação, fico feliz de saber que existe pessoas preocupadas com a nossa história que aos poucos são varridas do mapa, se possível faça uma pesquisa sobre as instalações da Light e Eletropaulo na rua lavapés 463 que forram dizimadas sem nenhuma cerimônia ou apelo de ninguém, infelizmente. Otimo trabalho virei fã!
Trabalhei na década de 70, hoje tenho muita saudades do local, e hoje quando entro no shopping que foi instalado lá e de dar dó, internamente todo modificado…..é uma pena.
Roberto Roquelane – Tudo que tenho, sou e o que aprendi devo a Light, pois foi uma Ótima Empresa que me ensinou, me acolheu (com moradia) e me fez estudar engenharia … Obrigado Light eu São Paulo e o Brasil devemos muito a ti … Sou grato !!! Obrigado
Boa tarde, tenho em meu poder um Certificado de Caução Serie “A” numero 39948 ref. instalação 34/9-1 em nome de Mario Rossi (meu pai) Distrito de Poa (SP) no valor de cr$ 60,00 (sessenta cruzeiros) emitido em 24 de abril de 1947 pela THE SÃO PAULO TREM WAY, LIGHT AND POWER CO, LTD Secção de Mogi das Cruzes (SP), cujo valor não foi restituído ao Sr Mario Rossi ( meu pai).
Ficaria muito grato se V.S. pudesse passar alguma informação.
Grato
Lorival Rossi
boa tarde preciso saber como entrar em contato com a Ligth pois trabalhei ela entrer de mes 07 de 1970 a a mes 06 de 1973 neste periodo nao consta no INSS se possivel um tel de contato