Imagine um país que quer gastar milhões e milhões de reais para uma Copa do Mundo e uma Olimpíada. Este país, com certeza deve ser um exemplo para o mundo, com uma invejável infraestrutura nos mais variados serviços públicos e particulares que existe.
Porém esta não é a verdadeira realidade brasileira. Enquanto discutimos se devemos erguer ou não um novo estádio em São Paulo para estarmos na Copa do Mundo de 2014, a cidade agoniza em serviços essenciais ao cidadão como escolas e principalmente hospitais.
Basta navegar aqui no São Paulo Antiga, na área de hospitais, para notarmos o grande de número de imóveis destinados a função de atendimento de saúde que estão fechados, abandonados e se deteriorando.
Na altura do número 800 da avenida Rubem Berta, na região de Vila Clementino, talvez esteja escancarado à população um dos maiores exemplos da deficiência de nosso sistema de saúde, um imenso hospital – jamais inaugurado – que pertenceu a UNIMED.

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Localizado em uma região que o favorece estrategicamente, por estar diante de uma grande avenida, o hospital começou a ser erguido no final dos anos 1990 e teve suas obras paralisadas no ano 2000 quando a UNIMED, uma das maioras operadoras de saúde do Brasil, entrou em séria crise financeira o que levou a empresa a ser liquidada extrajudicialmente.
Com as obras paradas com cerca de 70% do hospital concluído, o local foi fechado e começou a sofrer deterioração e vandalismo. Notem nas fotografias que não há um vidro sequer no prédio. A cada dia que passa o prédio torna-se cada vez mais degradado e torna-se mais caro recuperá-lo.
Em 2010, houve um rumor de que a UNIFESP iria adquirir o prédio (veja matéria no Estado de S.Paulo), mas nada ocorreu até o momento.
É preciso uma lei que desaproprie imediatamente edifícios deste porte abandonados, para que o mesmo seja recuperado e transformado em um hospital público novo e decente.
Infelizmente, o torpor de nossas autoridades é tão grande que não são capazes de tomar uma atitude em relação ao prédio. A quem será que beneficia um edifício deste porte fechado e deteriorado ? Só, claro, às construtoras que valem-se do edifício abandonado para tentar comprar os imóveis vizinhos a preço mais baixo. Depois que eles compram tudo, ai sim o hospital sai, e nos folhetos das construtoras o que era abandono torna-se “venham morar num condomínio maravilhoso, próximo do futuro hospital”.
Neste esquema sórdido, é a população paulistana é que sai perdendo.
Saiba mais:
Veja mais fotos do hospital (clique na miniatura para ampliar):
Atualização: 04/10/2011
Parece que finalmente haverá uma destinação justa para o enorme complexo hospitalar abandonado da Vila Clementino. A Intermédica é a nova proprietária do edifício, rebatizado de Hospital 23 de Maio, e anunciou que as obras devem reiniciar ainda neste ano, com término planejado para 2013. É uma excelente notícia e se vier realmente a se concretizar, parabéns a Intermédica.
A empresa divulgou a seguinte propaganda nos jornais recentemente:
Atualização: 25/05/2017
A promessa de recuperação e conclusão do edifício feita pela Intermédica para inauguração do Hospital 23 de Maio não passou de… uma promessa. Passado seis anos da divulgação acima, pouquíssima coisa foi feita.
O imóvel segue sem destino.
Veja mais fotos do imóvel (imagens de 2010):
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