Se ainda hoje existem a floresta amazônica nos fascina com descobertas e surpresas – novas espécies de animais, plantas e até tribos sem contato com a civilização – imagine como a Amazônia despertava curiosidade no início do século 20, quando não tínhamos a real noção da região.
Foi nessa época que ocorreu uma grande onda literária no Brasil, com livros ficcionais ou não, abordando a região do Amazonas e buscando trazer, especialmente ao leitor das grandes cidades brasileiras alguma visão da imensidão da enorme floresta brasileira.
Surgiram então ótimos romances e livros de viagem propiciamente ambientados na grande selva de nosso país, causando fascinação aos leitores especialmente devido ao exotismo e ao grande imaginário sobre a região.
Muitos destes livros foram editados uma única vez, outros não mais que duas e com o tempo foram esquecidos por leitores e estudiosos da literatura brasileira. Hoje são raros títulos que exploram esse tema de maneira tão singular e fantástica.
Na biblioteca do São Paulo Antiga priorizo no acervo os livros com temática relacionada à história de São Paulo (cidade e estado), porém acabo também abrindo séries especiais, com foco a assuntos que me despertam o interesse. Me refiro a II Guerra Mundial, grandes crimes que abalaram o Brasil, literatura nacional (especialmente esgotados) e livros de viagens pelo Brasil.
O recém chegado à biblioteca é o precioso ˝Em Busca do Ouro˝, de 1938, escrito por Aurélio Pinheiro no período em que o escritor do Rio Grande do Norte trabalhou em Manaus e respirou o universo amazônico. Uma preciosidade que infelizmente não é reeditada há décadas.
Antes de ser editado no formato de livro, Em Busca do Ouro foi lançado em fascículos encartados em jornal*¹ com o título de O Ouro do Sucunduri, sendo em seguida publicado como livro pela Editora A Noite.
O livro adquirido é um exemplar da primeira edição e pertenceu a biblioteca do escritor fluminense Rudy Mattos da Silva (veja a assinatura na foto abaixo).
Trata-se de um livro raro e difícil de encontrar. Até o dia em que editei este artigo não havia nenhum exemplar disponível na Estante Virtual e nem mesmo em sebos famosos, como o Messias ou A Traça.
Em breve trarei uma resenha completa do livro em vídeo para vocês. Aproveite e inscreva-se no canal São Paulo Antiga do YouTube para ser notificado quando o vídeo estiver disponível.
NOTA:
*1 – Não consegui informação sobre em qual jornal (ou quais) o livro foi publicado em fascículos. É bem possível que tenha sido no jornal A Noite, uma vez que a editora posteriormente lançou o livro no mesmo ano de 1938.