A Avenida Santo Amaro é uma via paulistana bastante complicada de se admirar suas construções, isso principalmente devido ao corredor de ônibus que vai de ponta a ponta nesta avenida. Para observar o que há de bonito nas construções mais antigas dela só mesmo caminhando e com um bocado de paciência.
E foi assim que encontramos este “predinho” precioso que além de ser bem interessante visualmente, possui uma importante obra de arte em sua fachada, trata-se do Edifício Bienal.
Localizado na Rua João Lourenço esquina com a Avenida Santo Amaro, na Vila Nova Conceição, este pequeno e charmoso edifício foi inaugurado no ano de 1955 e foi projetado pelo arquiteto Aberlardo de Souza. Erguido em um terreno de apenas 242 m² e com um total de 987 m², trata-se de um prédio com três andares de utilização residencial (dois apartamentos por andar), além de um apartamento e um ponto comercial no térreo.
Sem elevador e sem vagas de garagem, o diferencial do prédio fica pelo estilo arquitetônico simples e funcional e também pela ótima disposição dos apartamentos que possuem 90 m². Metragem bastante razoável, principalmente se lembrarmos que os apartamentos atuais na mesma região são oferecidos com 50 m² e às vezes até menos.
Quando o Edifício Bienal foi inaugurado ele recebeu em seu ponto comercial uma agência do extinto Banco de São Paulo S.A (não confundir com o também extinto Banespa). Após a saída da agência bancária o ponto comercial teve variados estabelecimentos, sendo atualmente um bar. Foi nessa área que o prédio sofreu sua única alteração visual ao projeto original, com a abertura de mais uma entrada comercial na loja (antes era apenas uma).
Mas o que realmente se destaca neste prédio é o seu encantador painel de pastilhas do famoso artista plástico Clóvis Graciano (*1907 +1988) autor de diversos outros painéis espalhados por São Paulo entre eles um bem conhecido na Avenida Rubem Berta. Este painel esteve desprotegido por muitos anos até que aproximadamente em 2010 recebeu uma restauração e posteriormente um painel de vidro que o protege de vandalismo.
Veja mais imagens do Edifício Bienal (clique para ampliar):
Bibliografia consultada:
Revista Habitat, nº39 – ano de 1957 pp 19