A história de São Paulo não se limita a prédios históricos, monumentos, casarões e personalidades. O escopo de nosso história é bem amplo e atinge também outros segmentos, como pessoas comuns, ruas, indústrias e também bancos.
Os bancos existem desde o surgimento da moeda no período das grandes civilizações. O ato de emprestar, tomar emprestado e guardar dinheiro de outros foi algo quase inevitável. Acredita-se que as primeiras operações bancárias da história tenham sido desenvolvidas na civilização fenícia. Entretanto, o nome banco foi concebido pelos romanos: significava a mesa em que eram realizadas as trocas de moedas.
Frequentemente recebemos emails de nossos leitores pedindo para contar também a história dos bancos em São Paulo. Já abordamos o Banco das Nações, mas com ênfase na arquitetura seu edifício.
A partir de agora vamos contar a história dos bancos que existem ou já existiram na cidade de São Paulo e para começar, falaremos de um banco que até hoje se faz presente na capital paulista e em todo o Brasil: O Banco Nacional da Cidade de Nova York.
Este nome comprido você talvez não conheça, mas com certeza conhece-o pelo seu nome atual: Citibank. Fundado em 1812, o banco chegou ao Brasil no início do século 20, precisamente em 1915. Tão logo estabeleceu-se no país tratou de abrir agências e escritórios em algumas das mais importantes cidades brasileiras, São Paulo, Santos, Rio de Janeiro e Salvador.
Na capital paulista seu primeiro escritório foi no número 2 da rua São Bento, onde operava seu departamento comercial e seu escritório de informações. Sua primeira agência de rua (foto anterior) surgiria em 1917, em um belo prédio já demolido na rua Álvares Penteado. Em sua fachada ficava o nome do banco em dois idiomas, em português com já descrevemos acima e também em inglês.
Mas como era a agência bancária por dentro ?
Os bancos de outrora era bem diferente visualmente dos bancos da atualidade, mas em essência já traziam algumas das características que observamos nas agências em nosso dia a dia.
Instalado em prédio de dois andares, o banco dispunha no piso térreo de guichê para atendimento ao público, área de atendimento personalizado (grandes industriais e fazendeiros de café, por exemplo) e gerência. No andar superior funcionava a área administrativa.
As fotografias a seguir mostram os guichês em duas perspectivas:
Nestas fotografias é possível notar a beleza do prédio do banco, que já não existe mais. Colunas de ferro, piso hidráulico e uma luxuosa mobília, toda em madeira. O lado exterior do prédio também era muito bonito, com 4 amplas portas de ferro, 2 entradas laterais para o andar superior, que tinha ao todo 6 janelas, todas com sacadas.
Trabalhavam nas dependências do Banco Nacional da Cidade de Nova York 40 funcionários, incluindo a gerência e a diretoria. Os cargos de gerência e estratégicos eram preenchidos com funcionários a serviço da matriz nos Estados Unidos. Entre eles Paul Witzig (departamento de câmbio) e Stanley Dawe (subgerente). A foto abaixo mostra o pessoal do banco em 1918:
Posteriormente o banco mudou-se para avenida São João em um prédio próprio e hoje conta também com um imponente edifício na avenida Paulista e agências e filiais espalhadas por todo o Brasil.
Abaixo, um breve histórico do Citibank e suas nomenclaturas:
- 1812 – Constituição do banco como City Bank of New York
- 1865 – Passa a chamar-se The National City Bank of New York
- 1914 – Abre sua primeira agência na América Latina, em Buenos Aires
- 1915 – Chega ao Brasil, inicialmente em Santos e Rio de Janeiro, e no mesmo ano a São Paulo
- 1917 – Abre a agência deste artigo, na rua Álvares Penteado
- 1955 – Muda seu nome para The First National City Bank of New York
- 1962 – Em seu sesquicentenário muda o nome para First National City Bank
- 1974 – Muda para Citicorp
- 1976 – Passa finalmente a chamar-se Citibank