Se tem um bairro paulistano cuja importância transcende a própria cidade é o Ipiranga. Localidade paulistana que respira história, é o berço do Brasil livre das amarras de Portugal e no, no próximo ano, estará no centro das atenções do mundo com as celebrações do Bicentenário da Independência do Brasil.
E por ali existem um sem número de construções antiga interessantes algumas residenciais, outras comerciais e muitas outras institucionais, que fazem do Ipiranga um prato cheio de atrações culturais e arquitetônicas.
E hoje trago uma delas, uma construção muito charmosa e curiosa nas proximidades da Subprefeitura local que muitos costumam chamar de “Castelinho”.
Localizado na Rua Cisplatina esquina com Rua Lino Coutinho essa curiosa e bonita construção cuja arquitetura nos remete a um castelinho é uma casa muito interessante.
Seu formato aproveita muito bem o pequeno lote onde ele está localizado, sendo que a casa tem inclusive porão e sótão que podem ser facilmente avistados ao nível da rua. A casa parece possuir dois banheiros no andar superior sendo um deles posicionando bem na quina da construção. A exceção de uma janela, todas as demais do andar superior são com formato de um arco.
Por fim a casa possui também uma pequena entrada lateral mais à direita já quase na divisa com a propriedade vizinha.
Um charme! Veja mais fotos abaixo.
Atualização – 13/12/2021:
Fiquei muito feliz ao receber este envio do leitor Emir Kalaf do trabalho de pintura feito no imóvel. O resultado ficou muito bom. Vejam a foto abaixo:
Respostas de 12
Este entorno do Ipiranga apresenta muitas construções deste tipo. Algumas já descaracterizadas ( reposicionamento para comércio, ou reforma de fachada são as variantes mais comuns ), outras em estado original. Esta por acaso, sendo de esquina, tem a vantagem da garagem, incorporada no porão, com entrada pela Rua Lino Coutinho.
É uma casa operária ou de trabalhador, isto se nota, pois não há recuo com jardim frontal, porém aí está o charme. E o tipo de casa que, ainda hoje, um tranca, leva a chave, e não terá que se preocupar com invasão de ladrões ou sem teto. A fachada defronte para a calçada por vezes esconde, em terrenos grandes, um enorme quintal. Isto é uma herança de como se construía nas cidades Europeias Pré Guerra. Esta casa está situada entre a parte baixa e parte alta, do bairro, o que denuncia que foi moradia de famílias de trabalhadores que labutavam nas fábricas próximas à Avenida do Estado ( Linhas Corrente, Arno, Ford, ou muitas outras. )
O estilo desta casa, em específico, fica entre o que se denomina em inglês Row House e Townhome. E deveras muito atraente, e uma otima alternativa para predios de apartamentos.
Ao meu ver, os únicos pontos negativos são as esquadrias de janelas no andar superior desproporcionalmente pequenas, e, obviamente, a pichação.
O bairro é deveras muito charmoso, e ainda não perdeu a sua característica, apesar dos Gorilas de mil toneladas ( edifícios alto padrão no entorno ).
Realmente uma pequena joia
Morei no Ipiranga em 3 ocasiões. Quando nasci morávamos na Av Presidente Wilson em uma dependência em um armazém da antiga SPR (depois Santos a Jundiaí) mas tivemos que mudar pouco tempo depois, pois meu avô que trabalhava na SPR faleceu..
Onze anos depois moramos por um ano e meio na Rua Costa Aguiar dividindo uma casa com primos nossos, onde ficamos quase 2 anos.
Três anos depois voltamos para o Ipiranga, onde moramos por 9 anos na Rua Bom Pastor.
Nesse período eu e meus 2 amigos mais próximos, aos sábados e domingos andávamos percorrendo o bairro batendo papo e nos atualizando sobre o que havia acontecido durante a semana. Aproveitávamos para paquerar, lógico.
Muitas construções nos chamava a atenção e essa era uma delas.
Recentemente passei lá perto e, novamente, me chamou a atenção.
Se não me engano, há umas 2 outras um pouco parecidas com ela, mas não me recordo em quais ruas.
Quem morava nela antigamente
Nessa casa era de um primo, da minha mãe.
Em 1956 ou 1957 o professor Maercio Romanholi, da Academia de Música Pietro Deiro promoveu um evento, no antigo Cine Cisplatina, onde todos os estudantes se apresentaram tocando acordeão, e eu também participei deste evento tocando a música “Baião da Serra Grande”.
Sempre os malditos e inúteis pichadores, que servem apenas para emporcalhar a cidade e estragar tudo o que é belo.
Gosto muito dessas postagens. Casas guardam a história da cidade. Sempre que puderem fotografem o interior. Parabéns pelo trabalho de documentação.
GENTE…NÃO ACREDITO PASSEI MINHA ADOLECÊNCIA NESSA CASA, POIS O DONO JUNTAMENTE COMIGO E OUTROS AMIGOS,COMO EDSON BELTRAME, EDGAR LAVIERI, CACA, NELSON,LUIZ(CABRITA) JULINHO E OUTROS MAIS PERTENCIAMOS A TURMA DA “BIBLIS”.
BONS TEMPOS.
finato???? alemaõ magrelo cabelo liso,,olho verde?
tb sou dessa epoca,,,,,,,curti minha infancia la,,,
Meu avo (Francisco Hernandes) e tio-avo (José Manuel Hernandes) pedreiros nascidos na Espanha, emigraram, ainda jovens, para o Brasil em 1914. Se estabeleceram em SJRio Preto e depois em São Paulo, no bairro da Penha. Começaram a construir neste último e depois se mudaram ao Ipiranga, onde construiram a casa da esquina ( Rua Cisplatina x Rua Linho Coutinho) e os sobrados contiguos, na Rua Lino Coutinho. A construção foi na década de 1940. Nasci em 1957 e até 1962 fui criado no “castelinho”. Depois se mudaram para o Brás e depois Cambuci, onde a casa ainda pertence para os netos.
Nessa época, ainda não existia a Biblioteca da rua Cisplatina, mas logo foi construída, na década de 60. Muita saudade desse tempo, onde as 2 familias juntas, no total de 11 pessoas, eram muito unidas. Infelizmente, nenhuma dessas pessoas se encontra mais conosco. Somente seus descendentes. O ultimo falecido, meu pai, ocorreu em 2020.