Uma das vias mais famosas de São Paulo, a rua Augusta vem sofrendo inúmeras transformações urbanísticas nos últimos 15 anos, deixando (na parte do centro) de ser aquela via com ares decadentes para se transformar em uma área movimentada, repleta de bares, restaurantes e agitada atividade noturna. Se por um lado isso trouxe uma boa revitalização, por outro trouxe também a especulação imobiliária.
Diversas construções antigas foram e ainda vem sendo demolidas para dar lugar a grandes edifícios residenciais que estão reconfigurando a região. Por outro lado também tiveram notícias boas como a criação do tão esperado Parque Augusta, no terreno do antigo Colégio Des Oiseaux. E é bem em frente a essa área verde que existem duas casas antigas que destacarei neste artigo.

Localizadas nos números 311 a 325, essas duas residências já tem mais de um século de existência e seguem preservadas. A casa pintada em verde com destaques em vermelho é onde está a tradicionalíssima cantina italiana Piolin.
O Piolin foi inaugurada na década de 1970 como Cantina d’Amico Piolin, criada por José Alves de Godoy, o “Mosquito”, até então funcionário do clássico, e infelizmente já extinto, Gigetto. Além dele no negócio vieram três de seus colegas, João de Souza, Luis de Campos Gonçalves e Olinto Nunes, esse o Piolin. A casa antes de fixar-se nesta casa do início do século 20, esteve em outros dois endereços da região. Se você nunca foi, recomendo.


Já o imóvel ao lado é um imóvel que nas últimas décadas teve diversos usos e ocupações, sendo a mais recente a Cia. Corpos Nômades de artes cênicas, fundada pelo diretor e coreógrafo João Andreazzi. No entanto eles desocuparam o imóvel, que segue temporariamente vazio.
Apesar de bem preservados e serem históricos, especialmente por serem das últimas construções antigas em bom estado da rua Augusta, nenhum dos dois são tombados como patrimônio histórico o que coloca os imóveis em constante risco. O São Paulo Antiga irá iniciar estudo para abrir um pedido de tombamento junto ao CONPRESP.
Respostas de 7
Patricia Galvao morava no sobrado cor verde!!!!
Puxa, essa eu não sabia. Ou não me lembro.De onde vc tirou essa informação? Seria do livro de Augusto de Campos? Entre aqui e veja o filme Eh Pagu, Eh! https://vimeo.com/122751272
Preocupante mesmo, se vc tem contato com os deuses do Olimpo do CONPRESP, é uma excelente iniciativa pedir o tombamento.
Não é necessário ter contato, qualquer cidadão pode solicitar tombamento.
Olá Douglas, gosto muito de seu blog! Queria compartilhar contigo e seus leitores, que recentemente eu escrevi uma tese de doutorado onde conto a história da Rua Augusta (1880-1930), e em um dos capítulos, concentro a análise nessa área, em torno da Vila Uchôa, que mais tarde passa a ser ocupada pelo “complexo educacional” das Cônegas de Santo Agostinho – a Escola de Santa Mônica e o Colegio Des Oiseaux e outros edifícios da ordem. Se tiver interesse, posso contribuir com a pesquisa para o processo de tombamento. Entrevistei alguns antigos moradores, vizinhos à estas que você menciona acima. De qualquer maneira, deixo aqui o link para minha tese, caso alguém tenha curiosidade em conhecer mais sobre a formação e as transformações da Rua Augusta até os anos 1930: https://repositorio.usp.br/item/003117659
Ah que legal, vou olhar. Pretendo pedir o tombamento logo.
Vou ler!