Se fôssemos julgar aqui a história de uma casa pela sua arquitetura, provavelmente passaríamos batido – até poucos anos atrás – por esta pequena casa antiga abaixo, de 1938, que está localizada no número 228 da rua Vera Cruz, no bairro da Penha.
Afinal, a casa estava escondida por um muro alto, é relativamente simples, não tem grandes adornos e nem nada demais em sua arquitetura. Apenas uma residência como tantas outras que podem ser encontradas pela Penha.
Para piorar a situação em janeiro de 2020 ocorreu um pequeno acidente na rua desta casa onde o muro da residência acabou sendo afetado e vindo abaixo (vide a foto abaixo).
Problemas e acidentes à parte, um único detalhe despertou a curiosidade aqui do blog: A inscrição M.A 1938 na fachada. E através dela acabamos descobrindo que trata-se de um imóvel com uma história bastante interessante e que vamos contar em detalhes neste artigo.
Ao notar tal inscrição resolvi observá-la mais de perto e olhei sobre o muro e também pela cerca de madeira, no limite da residência com a pequena travessa ao lado e descobri uma coisa fantástica: No meio do matagal do quintal da casa existia uma linha com trilhos ferroviários.
Para entender o motivo da casa ter estes trilhos no quintal, vamos voltar no tempo um pouco e conhecer a história de um extinto ramal ferroviário e sua velha estação, que até a grande maioria dos moradores do bairro desconhecem: A antiga Estação da Penha.
A antiga e extinta Estação da Penha não tem nenhuma relação com a atual estação do metrô. Esta estação ficava localizada um pouco mais acima, já na parte alta do bairro, bem próxima da igreja antiga da Penha.
Fundada em 1886, a estação era oriunda de um pequeno desvio ferroviário localizado alguns metros depois da Estação Guaiaúna (depois renomeada Carlos de Campos e também já extinta) e operou por anos como o principal sistema de transporte coletivo ligando a região central da cidade até este bairro.
Os trens saiam da Estação do Norte (atual Brás e ex-Roosevelt) e iam até a Estação Penha, sendo que esta foi a primeira linha de trens de subúrbio da Cidade de São Paulo.
Com a chegada do serviço de bondes e as consequentes melhorias viárias feitas na Avenida da Intendência (atual Celso Garcia) o hábito de tomar o trem para ir ao centro da capital foi caindo em desuso, já que a grande maioria das pessoas preferiam se locomover usando os bondes. Com isso entre 1910 e 1920 a importância desta estação foi diminuindo até que foi completamente desativada. Em 1924 ela já não constava mais em guias ferroviários, como o Guia Levy.
Mesmo assim, a estação continuou por lá em pé por vários anos sendo que ocasionalmente em dias de romaria para a Igreja da Penha, haviam trens que especialmente na ocasião seguiam até lá. Uma curiosidade sobre a Estação Penha é que dependendo de onde você vinha a pé para acessar a plataforma tinha que passar por uma propriedade privada da família Rodovalho, que cobrava um pequeno pedágio.
Alguns anos mais tarde a estação foi demolida e boa parte deste ramal teve seus trilhos removidos, sendo realizada a urbanização do trecho, gerando as ruas Irapucara e General Sócrates.
No entanto, na altura da rua Vera Cruz o ramal continuaria existindo até meados dos anos 1950 sendo usada para fins de transporte de gado, quando então foi finalmente desativada, demolida e seus trilhos entre o ramal da estação da Penha e a linha tronco quase que totalmente retirados.
A CASA MISTERIOSA E SUA INSCRIÇÃO “M.A 1938”:
Quando houve a primeira remoção de trilhos com a consequente desativação da Estação da Penha o governo federal construiu esta casa, inaugurando-a em 1938, sendo que no local foi instalado um posto avançado do Ministério da Agricultura.
Ali, embarcava-se o gado que era criado na região próxima do córrego Tiquatira onde hoje está localizada a Avenida Governador Carvalho Pinto. Este gado subia a colina em direção ao centro da Penha e então descia até a casa em questão descendo pela rua Betari e dali embarcavam e rumavam aos abatedouros. Ainda hoje moradores mais antigos do bairro lembram-se desta travessia de gado pelas suas ruas.
Com o desenvolvimento da região, tornou-se impossível manter este tráfego animal pelas ruas da Penha e a atividade cessou. Com isso, o posto avançado do Ministério da Agricultura foi desativado e o que restava deste velho ramal ferroviário foi completamente extinto, tendo seus trilhos removidos, cessando de vez a história deste ramal.
No entanto, quando foram remover os trilhos da área não removeram parte deles que ficavam na área desta casa, já que ela não pertencia a Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) e sim ao Ministério da Agricultura.
A casa aparentemente foi esquecida, junto com seus trilhos e a pequena plataforma que permanecem até hoje no seu terreno, no que hoje tornou-se o quintal da residência. As árvores ao redor da área cresceram tanto que é quase impossível notar a existência dos trilhos a partir do nível da rua.
Com isso, a simpática casa da rua Vera Cruz deve ser a única casa de São Paulo com trilhos em seu quintal. Curioso, não ? Segundo relatos de vizinhos, até hoje o imóvel pertence à União e seus moradores seriam caseiros (informação não confirmada).
A RECUPERAÇÃO DA ÁREA:
Em 2021 a Prefeitura de São Paulo atendeu ao pedido de moradores da região para requalificar este trecho do bairro da Penha, que é constantemente afetado pelas chuvas. O fato do bairro ser uma colina, faz com quem estas áreas mais baixas sejam muito castigadas pela descida das águas, trazendo inúmeros transtornos para os moradores da região.
Assim sendo a gestão do Prefeito Ricardo Nunes (MDB) construiu um “jardim de chuva” neste e em outros locais próximos com o objetivo de diminuir os danos causados pelas águas das chuvas. Juntamente a isso foi refeito o muro da casa do Ministério da Agricultura (que desabou em 2020) e também uma grande limpeza na área onde estão localizado os famosos trilhos.
O resultado é que a área foi devolvida à população paulistana como uma espécie de “mini parque” onde além do contato com a natureza é possível observar os trilhos do extinto ramal ferroviário. As fotografias abaixo mostram com detalhes como ficou a área que anteriormente era fechada à população e repleta de mato e entulho.
Observem que ao redor dos trilhos a jardinagem foi feita de maneira a poder absorver a água das chuvas. O cimentado ao redor dos trilhos já existia anteriormente e foi preservado por conta de questões de tombamento.
A ótima iniciativa não só trará benefícios aos moradores do entorno, que verão seus problemas em dias de chuva reduzir drasticamente, quanto também trouxe de volta à vida um pedaço importante da história do bairro da Penha que há muito havia se perdido e que só podia ser visto através de fotografias.
Em nossa visita ao local produzimos um breve vídeo para mostrar os trilhos, confira a seguir:
Respostas de 68
Muito interessante a reportagem,Parabéns.
Bela matéria!
Evocando a prática educativa, gostaria de sugerir o crédito dos autores e detentores dos direitos patrimoniais da fotografias e documentos, para que os leitores tenham amplo acesso a informação.
Um abraço
Henrique
Olá Henrique!
As fotos coloridas são todas de nossa autoria. Já as demais e o mapa basta passar o mouse sobre a foto e ver os créditos.
Abraços!
Que privilégio morar num local com tamanha história, apesar de ser um imóvel secular e ter suas limitações.
Parabéns ao reporter/editor pela atualização da reportagem.
Tomara que re-construam o muro o quanto antes e incluam trilhos na borda do meio fio, afim de evitar futuras avarias.
Tem a localização de onde ficava a estação?
Lembro-me dessa casa de quando fiz a avaliação de potencial arqueológico por levantamento arquitetônico, para o relatório de Arqueologia da Linha Branca do Metrô, em fins de 2009.
Ela é engraçada: parece que está espiando de trás do muro quem passa do lado de fora, na rua…rs…
Muito show!!! São Paulo tem realmente uma surpresa a cada bairro…
Belíssima reportagem. Parabéns.
A Penha realmente é um bairro fascinante.
Que reportagem linda! Acho que no final de semana vou conferir de perto esta casa!
Interessante! Pesquisador é assim mesmo… ir ao local e tentar descobrir os detalhes e matar a curiosidade rsrs. Bela matéria. Parabéns! Abç.
Existe uma residência no bairro do mandaqui fica atrás do Mcdonalds da av. engenheiro caetano alvares, lá se encontram ainda trilhos do antigo ramal que ia até o jaçanã!
rua prof valério giuli, nesta rua tinha o antigo sanatório e lá tem casas ainda no formato da antiga estação….deixo a info para voces!!!
sp-02-05-12
inicialmente parabens pela magnifica descoberta do posto de ministerio da agricultura casa que era o medico residente no ramal.
trecho ferroviario
o ramal chamado de fumigação saia da estação de guaiauna em direção aestrada de rodagem sao paulo rio( estrada de sao miguel)
nesse ramal eram lavados e higenizados cos vagoes de de transporte de gado que vinham pela cb do vale do paraiba, que apos deixarem suas cargas nos abatedouros
da cidade de saoa paulo, retornavam pa as linhsa da cb.
porem antes desse retorno ao vale eles deveriam serem limpos das fezes e dejetos do gado transportado,
a limpeza consistia na lavagem dos vagoes e apos essa operação ele recebiam uma lavagem de calda bordaza(cal e agua)-todas as fotos de vagoes de gado a presença de dessa operação estao presente- salpicados de branco
no final dessa operação, o medico sanitarista do serviço de inspeção federal atestava que o vagao esta apto a ser utilizado , sendo entao enviado para as linhas da cb pelo ramal ate a linha principal.
qdo da inauguração da via dutra em 1950/51 o transporte de gado ja nao era mais utilizado na cb, pois diversos frigorificos , como o de cruzeiro ja abatiam o gado e enviavam para os centros comsumidores
nao acredito que os campos da penha tinham tanto gado para ser embargados pelo ramal
o ramal era usado para a higenização dos vagoes da cb
tal ramal era o melhor local para essa operação.
Olá Sérgio
Por incrível que pareça havia gado na Penha sim. Eles ficavam em uma grande “Vacaria”(era assim que os penhenses chamavam) às margens do Tiquatira.
Procure aqui no SP Antiga o áudio das senhoras do bairro e vai ouvir com detalhes a narração das senhoras da Penha falando o trajeto dos bois desde a Vacaria até a ramal ferroviário.
Abraços!
Realmente. nasci em 1975 e, no início dos anos 80 ainda passavam boiadas quase todo fim de tarde, pela Rua Luis Asson – Vila Buenos Aires, conduzidas entre Engenheiro Goulart / Cangaiba ( anteriormente À criação do Parque Ecológico ) até as margens do Tiquatira, próximo de onde temos hoje em dia o Hipermercado Extra com a Av. São Miguel.
Formidável! Eu desconhecia completamente estas histórias, e sou do Belenzinho. São Paulo tem coisas que hoje são inimagináveis… O trabalho do site é digno do maior respeito e mesmo de estudo e reflexão por quem se interesse por urbanismo, arquitetura, história e principalmente goste de (pelo menos do que era) SP!
Atualmente estão tentando reurbanizar essa área, há um projeto para transformar em parque esse terreno(o terreno vai até a rua de baixo, com densa vegetação) , mantendo a casa e a vegetação local. Não lembro o nome do vereador que está encabeçando o projeto, mas vou me informar melhor e colocar os detalhes aqui.
Acho que é o Natalini, não ?
É isso mesmo Douglas, é o Vereador Natalini. Com certeza aquela regiao vai passar por um processo de especulação imobiliária, devido à ampliação da linha branca do Metro. Espero que consigam levar adiante esse projeto antes que inventem alguma outra utilização para esse terreno da Casa dos trilhos. .
Aproveitando; parabéns Douglas,pelo belo trabalho desenvolvido neste site.
Amei está reportagem,acho importante valorizarmos com ricas histórias do passado.
Moro em frente a esta casa, e notamos que estão limpando esse vasto terreno para fazerem alguma coisa,dá até para perceber melhor o casebre. Me disseram que são para as obras da linha 15 do metrô mas nada confirmado. O terreno é muito grande e com muita vegetação poderiam mesmo fazer um parque antes que alguma construtora destrua tudo para especulação imobiliária…
Larissa, vou verificar. Obrigado pelo alerta!
Curiosíssimo, muito bom!
Parabéns pela matéria, simplesmente fantástica ! É incrível saber que toda esta transformacao faz parte de um passado recente. Eu percebo isso olhando aqui para o jd. Têxtil na Vila Carrão e lembrando que vi criação de animais em plenos anos 80, e naquela região não haviam construções. Pouco mais de 30 anos e tudo se transformou completamente.
Nos anos 90 chegaram a fazer umas festas nesse imóvel, algo parecido com as raves modernas. Nasci e fui morador do bairro por muitos anos e lembro bem da minha surpresa e de meus colegas ao descobrir um lugar tao pitoresco perto de nossas casas. Parabéns pelo belíssimo trabalho de vocês.
Eu ajudei a fazer algumas destas festas. Ajudei na limpeza do terreno para a primeira. Um amigo do nosso grupo morava nessa casa. Realmente era uma have e só hoje com seu comentário me dei conta disto.
Parabéns, ótimo trabalho!
Moro no bairro e já tinha percebido a inscrição “M.A. 1938”. Não imaginava toda essa história por trás dessa casa, que legal.
Abs.
Meus parabéns pelo lindo trabalho . Quando criança morava na rua Sto. Antero bem próximo dessa casa 1966 . Brinquei muito nessa casa pois lá morava minha amiga Rose Meire Nunes Batista , aos finais de semana nós nos juntávamos com outras meninas e descíamos até a porteira que tinha quase em frente a estação Carlos de Campo , lembro das árvores frutíferas jambo jabuticaba e tinha também uma fruta diferente que chamávamos de uva japonesa , adorava tudo aquilo foi a melhor época da minha vida .
Douglas, embora bem atrasado, preciso contar um fato curioso sobre esta estação, ocorrido comigo quando adolescente. Numa noite, sonhei que era um soldado, e estava em meio a uma batalha na Ladeira da Penha, e minha tropa havia desembarcado numa estação de trem na Rua General Sócrates. Ao acordar, disse comigo mesmo…” que sonho idiota…uma estação de trem na General Sócrates….Já mais crescido, na ocasião da inauguração da estação Penha do metrô, houve aquela exposição de fotos históricas da Penha, e me surpreendi com duas situações: A estação da General Sócrates estava lá, em uma foto, e enfocava o movimento das tropas na Penha por ocasião da revolução de 1924…descobri então, que meu sonho de adolescente não tinha sido tão idiota assim…rsrsrsrs Abraços, e admiro seu trabalho!!!
Legal, um sonho revelador
Nasci e cresci na Penha, sempre vi esta casa , lembro dos trilhos quando estes ainda saiam da antiga estação de trem Carlos de Campos Ainda não existia a estação do metro) historia impressionante e rica em detalhes, parabens
Douglas, finalmente descobri quando parou o ramal da Penha para passageiros: foi em outubro de 1915
Parabéns pela pesquisa, excelente matéria, isso faz com que as pessoas reflitam sobre sua existência. Nem mesmo os moradores sabiam dessa história.
Você mora na casa Fernando ?
Cresci no quintal desta casa e ao ver estas fotos fiz uma viagem ao meu passado minha infância e adolescência, que saudades
EU AMO FERROVIA! EU AMO TRENS E LOCOMOTIVAS!
Que legal! Ainda existe?
E coincidentemente na Pça Vilaboim, Higienópolis, há uma casinha com um trilho, acho que de bonde, saindo do portão até a a rua.
Existe sim! A da Vilaboim era uma espaço de manobra de bonde, como construiram depois fica a impressão de ser garagem, mas não era. Abraços
Que bacana saber que ainda existe ao menos um pequeno espaço guardado da história nesse lugar.
Toda minha infância eu passei brincando no “Patio da Estação”, meu tio foi funcionário da Rede Ferroviária Federal e nos fundos da antiga estação Penha de França havia um pátio com várias casas antigas onde moravam antigos funcionários da rede ferroviária.
Lembro perfeitamente do enorme portão de madeira que dava acesso ao pátio, das casas, dos trilhos abandonados.
Quando deu-se inicio as obras do metrô todos tiveram de sair. Depois que meus tios saíram de lá eu não quis ver como ficou.
Há 30 anos sai do Brasil e a saudade bate forte de algo que nem existe mais…
Talvez poucas sejam as pessoas que tem conhecimento do que foi aquele lugar onde hoje é a estação do metrô.
Eu sou estudante do último ano de Arquitetura e estou começando meu Trabalho de Conclusão de Curso e eu fiquei encantada com essa matéria.
Eu moro na Penha e essa foi a área escolhida pela faculdade para o trabalho. Minha ideia é propor um restauro dessa casa e transformar a área abandonada atrás da casa em um parque para mostrar um pouco da memória do bairro. Gostaria de saber se vocês tem mais registros da casa, ou sabe onde eu poderia encontrar para complementar os estudos.
Parabéns pela matéria!!
Olá Giovanna, como vai ? Que legal, quero ver o trabalho depois.
Infelizmente existem poucos dados sobre o imóvel.
cara que delicia ler isso.Estava em uma pesquisa sobre a reforma sanitarista do meu bairro e não pude resistir ao chamado da historia desta casinha. Foi um prazer desfrutar dessa historia que conta um passado de onde eu moro e que por um instante fez eu viajar no tempo e descansar minha mente de meus estudos.
quero agradecer particularmente pela atualização da reportagem (nao sei se posso chamar assim), agradeço pois mesmo antes de terminar já estava me perguntando como estaria hoje. o meu olhar quanto onde eu moro foi ampliado, obrigada.
Prezado Douglas:
Apenas como esclarecimento, informo que, a linha existente no imóvel do Ministério da Agricultura, não pertenceu ao Ramal da Penha, extinto em meados dos anos 20. Esta linha destinava-se ao posto de desinfecção dos vagões de gado da EFCB, utlilizando bitola larga (1,60 metros).
O Ramal da Penha era de bitola estreita e destinava-se ao transporte dos romeiros, da antiga estação Guaiauna (depois Carlos de Campos), até a basilica de N.Sra. da Penha, portanto, são duas linhas de épocas e funções diferentes.
O embarque de gado, realmente chegou a acontecer mas, com a desativação da atividade bovina na região, o local passou à função de posto de higienização (lavagem e desinfecção) dos vagões. Espero ter colaborado e aproveito para parabenizar o canal São Paulo Antiga – Estão no caminho certo !
Boa tarde Douglas tudo bem??
Pelo Geosampa, o terreno é da União e é bem grande, tem mais de 7500m², vai berando a rua José Martinho de M. Batisita até a Avenida Dr. Orencio de Carvalho!! Deveriam fazer uma parceria com o governo municipal para preservar a área!
Sim, toda aquela área da casa e ao redor pertence a união. São resquícios da RFFSA/CBTU…
Quantas histórias interessantes tem São Paulo, que estou conhecendo graças a São Paulo antiga, pena as pessoas não terem mais interesse por esse tipo de material, eu amo conhecer as historias
Notável! Parabéns, Douglas, pelo seu trabalho que se supera cada vez mais.
Parabéns pelo artigo. Gostaria de dar uma contribuição: Em Outubro de 1932, após a derrota dos paulistas na Revolução Constitucionalista os representantes do Governo do Rio de janeiro tomaram posse na cidade e todos os principais revoltosos foram enviados para o Rio de janeiro e de lá para o exílio em Portugal. Ocorre que este envio dos lideres era feito da seguinte forma: eles recebiam uma notificação para irem para a Estação do Norte ( atual estação Brás) tomar o trem para o Rio.. Na primeira leva formou-se uma multidão de paulistas em volta da estação. Para evitar este transtorno a segunda leva de “convidados” pela polícia de Vargas foi orientada para ir embarcar na estação de Guayuna, que é exatamente esta casa que voce mostrou. Não adiantou nada pois houve nova multidão de exaltados paulistas as portas da estação. A terceira leva foi convidada a embarcar ainda mais longe, para a estação de Mogi das Cruzes. Este relato esta descrito no livro de Coaracy, chamado A SALA DA CAPELA. Abraço a todos.
Artigo atualizado com muitas novidades! Confiram!
Ficou perfeito. Belo material.
Muito bacana essa reportagem e muito importante um pedaço da história de São Paulo no bairro da Penha parabéns viu Douglas
A melhor solução seria reativar o ramal Carlos de Campos – Penha, para trens de subúrbio, com a reativação também das estações de Carlos de Campos e todos os intermediárias na linha 11 (Vila Matilde, etc) para trens de subúrbio CPTM, para desafogar o metrô.
Prezados: É preciso não confundir os trilhos dentro do imóvel, com os trilhos do ramal da Penha. Observem que, são trilhos de bitola larga (1,,60m), enquanto a via do ramal, era de bitola estreita (1,00m ou menor), portanto, esses trilhos pertenciam ao posto de desinfecção e não ao ramal. Quanto ao embarque de gado naquele local, não tenho maiores informações mas, é provável que tenha ocorrido. Então resumindo: os trilhos dentro do imóvel do M.A. (Ministério da Agricultura), não pertenciam ao ramal da Penha e sim, ao posto de desinfecção. Infelizmente, do referido ramal, não restaram vestigios.
Não existe comprovação de que o ramal usava bitolinha, mantemos a informação de que se tratam dos mesmos trilhos.
Historicamente a EFCB (Central), usava bitola lartga (1,60m) há muito tempo, seguindo essa informação, é correto sua comprovação.
Uma ressalva: a bitola larga chegou-se em São Paulo em 1910. A probabilidade de ser o mesmo ramal é grande, devido sua desativação somente nos anos 40.
Excelente trabalho! Que história fantástica!
Abraços!
Parabéns pela descoberta e pela reportagem .
Prezado Douglas:
Boa tarde.
Sou paulistano também da zona leste, mas moro fora da capital já a alguns anos.
Além de ferromodelista, também sou pesquisador ferroviário. E, aproveitando o ensejo, faço uma ressalva:
A citada construção, na verdade, tinha um detalhe que não foi citado por completo. Não era somente o gado local( digamos assim) que era responsável. Mas também o gado que vinha da região do Sul de Minas Gerais, e , que põe baldeação na cidade de Cruzeiro-SP, era trazidos para a Capital de trem. Como tinha alguns matadouros na região, o M. A. fazia a parte que cabia-sr por direito. Mas com as novas leis sanitaristas a partir da década de 40, acabou por extinguir por completo sua funcionalidade.
Espero ter ajudado..
Grato e abraços.
Paparelli.
Douglas, excelente reportagem. Viajei no tempo, passo nessa casa centenas de vezes no ano e jamais imaginava que havia trilhos ali, preciso ir visitar qualquer dia.
Aproveitando, você tem algum material sobre o antigo ponto final de ônibus que existia na Penha, na avenida Dr. João Ribeiro, em frente a rua Padre Benedito?
Lembro-me, quando criança, havia uma espécie de mini-terminal de ônibus, com algumas lojinhas ao redor. O local foi demolido e uma construção ocupou o lugar, atualmente mais conhecido como a entrada principal do Shopping Penha!
Estive com o meu filho visitando o local em 1/3/2022, os portões estavam fechados e o mato voltou a tomar conta de tudo novamente, mostrando um descaso total com a História, atenção Sub-Prefeitura da Penha, vamos cuidar da Manutenção e da Zeladoria. O bairro da Penha agradece.
Olá Douglas, me chamo Alex, e moro na Cidade Tiradentes, extremo leste de São Paulo capital, então mais que história em eu já tinha visto essa matéria, só que bem antes da reforma do imóvel, então aqui no meu bairro também deveria existir um linhá férrea, mais segundo um historiador local “Marcio Reis” foi extinta pelo delegado Saturnino, na década de 40, o mais incrível é que ei achei alguns trilhos também, só que na calçada servindo de barreira contra colisão, fora isso mais nada, se tivesse como pesquisar a fundo o paradeiro dos bens do Coronel Rodovalho, eu tenho certeza que conseguiria achar que fim deram a Marina a vapor dele, em 1905 ele adquiriu essas terras da qui, e chamou de complexo de fazendas Santa Etelvina, no me de sua esposa, e em 1984 o governo estadual tomou posse dessa fazenda e transformou no que é hoje a Cidade Tiradentes o Maior conjunto Habitacional planejado da América Latina, aqui em 1905 já tinha essa linha particular que saia da estação lageado hoje estação guaianazes, mais ñ era a atual e nem a anterior que fica próximo ao via dueto, mais uma bem pequena assim como a da foto no centro na penha, e fica entre a atual e antiga estação de guaianazes, em um cruzamento com passagem de nível, e também nessa mesma época aqui já tinha luz e linha de telefone tudo particular, infra estrutura de primeiro mundo na época, esse Coronel Rodovalho era mesmo um tipo de Mauá, ele tam em fundou a fazenda caieiras onde hoje é o município de caieiras, e também esteve por de traz da primeira frota de táxi da cidade de São Paulo, além de inovar com serviços funerários que era uma novidade da época, esse cara era rodado mesmo, parece que até mesmo Santos Dumont chegou vir aqui na fazenda Santa Etelvina a convite dele pra dar mais ibope nas eleições locais, aff ele também tinha aí perto da estação da penha um enoe casarão uma mansão maior que todas que ainda hoje existem por aí, mais no lugar parece que tem um condomínio de prédios eu fui aí pra ver, e a rua onde passava os trilhos da estação da penha hoje tem o nome dele.
Pessoalmente, nunca ouvi falar que na Cidade Tiradentes, houve um ramal. Mas de onde para onde??
Sou de SP, mas moro fora já a alguns anos. Morei em São Mateus por quase 10 anos. E nunca soube disso. Agradeço pela informação.
Estou escrevendo um livro onde personagens foram à Estação de Faxina e tomaram o trem da Sorocabana para a Vila de Limeira, em 1900.
Você conseguiria alguma coisa sobre a Estação de Faxina de então?
Estação de Faxina, no trem da Sorocabana para a Vila de Limeira, em 1900.
Você conseguiria alguma coisa sobre a Estação de Faxina de então?
Parabéns pelo seu Trabalho.
Hoje fiz uma visita à casa dos trilhos, na rua Vera Cruz 228 na Penha, porém está em total abandono.
Onde tem os trilhos o mato já tomou conta.
O muro da frente está pixado, nos fundos da casa, construíram um puxadinho.
Onde tem pessoas morando.
O acesso aos trilhos está bloqueado por chapas de zinco.
Infelizmente uma casa com tantas histórias, que deveria ser um museu onde a população local ou escolas poderiam visitar e saber da importância dessa casa na história do Bairro da Penha.
Se precisar tirei algumas fotos de como está hoje.
Boa tarde. Sobre o artigo “Casa dos Trilhos (1938)” da Rua Vera Cruz, nunca houve a abertura do espaço para o público. Sou moradora há mais de 40 anos, estou exausta de pedir à prefeitura que transforme o local numa praça com acesso decente ao metrô e nunca fui atendida. O Jardim de Chuva não contribui em nada e os moradores correm risco usando a Rua José Martinho de Moura Baptista para chegar ao metrô. Por favor, insista para que a casa e o espaço verde se transformem num lindo parque público, tão raro em nosso bairro. Estou à disposição se puder ajudar .
Concordo Roseli, aproveitando as obras de ampliação da estação Penha, o ideal seria uma passarela naquele local. Essa historia de transformar o local em um parque já virou lenda, quem sabe no próximo ano (de eleições) a Prefeitura dê andamento ao projeto.
como estava em 01/24: https://maps.app.goo.gl/gecf2jG6AyovTYde6