O Jaguaré é um bairro de São Paulo bastante interessante. A região, era uma enorme fazenda que seria adquirida em 1935 pelo empresário Henrique Dumont Villares, que iniciou então o loteamento da área.
Por sua posição geográfica bastante peculiar, uma espécie de morro em local estratégico, do alto do bairro é possível contemplar boa parte das zona oeste e sul da cidade, em uma localização bastante privilegiada.
Tão privilegiada que no seu ponto mais alto, Villares mandou erguer um farol magnífico, hoje conhecido como Mirante do Jaguaré. Apesar de algumas décadas atrás terem erguido um edifício bem diante do farol, ainda é possível avistá-lo de alguns pontos da marginal do rio Pinheiros, especialmente à noite quando está iluminado.
O fato do bairro ser planejado, não fez com que ele escapasse da bagunça urbanística típica de São Paulo. A grande maioria das construções originais foram modificadas ou demolidas, mas ainda é possível encontrar algumas absolutamente preservadas, tal qual quando o bairro foi loteado.
Infelizmente, algumas estão abandonadas. É o caso desta simpática residência térrea localizada bem ao lado do farol, no número 175 da rua Salatiel de Campos.
Segundo vizinhos, está desocupada há alguns anos. Por ser uma construção antiga, é um tanto quanto mais baixa que o nível da rua e como possui um muro muito alto, quase que não a notamos.
Notem que mesmo abandonada, destelhada e esquecida, trata-se de uma casa confortável, ampla e bem agradável. Nada que uma reforma ou restauração não devolva o glamour que um dia ela já teve. Dos fundos da residência tem uma vista espetacular para a região da Lapa e Vila Leopoldina.
Veja mais fotos desta casa (clique na miniatura para ampliar):
Respostas de 12
Adorei a matéria, por se tratar de um bairro da zona oeste (!) e porque ter resgatado uma imagem antiga do bairro. Além de lá, não conheço outro lugar na cidade que tenha um farol. Aguardo ansiosa pela matéria sobre o querido Farol do Jaguaré.
Sem contar que é lindo o mosaico de azulejos vermelhos azuis e amarelos quebradinhos! O povo tinha um senso artistico instintivo. Olha os padrões abstratos, diferentes no lado direito do esquerdo.
Lindo mesmo! Provavelmente o quintal era ser assim tb. Sempre que passo por alguma casa com o chão de caquinhos eu paro por alguns instantes e fico admirando. Adoro!
que bom que tem pessoas que procurão proteger e q gostão das historias desas belas casas interesantes.
O Bairro é uma delicia, vivi toda minha infância nele. Conheço de perto os três lugares retratados e fico feliz com a existência deles, porem sei que infelizmente é por pouco tempo com a entrada cada vez mais vampirica das grandes empreitaras no bairro, desfigurando e mutilando-o….
Que judiação o estado em que se encontra. Pena!
Oi eu me chamo Maria meu e-mail e esse( maria-llj@hotmail.com) tenho procurado informações de pessoas que morou na favela do Jaguaré nós anos de 1967 na favela do Jaguaré minha mãe se chama Elza eo marido era Antônio com o apelido brim ou boca rica por favor entra em contato com eu qualquer notícia já ajuda
O principal objetivo era usar a torre como ponto de orientação para os barcos que navegariam pelos rios Tietê e Pinheiros. A crença do engenheiro de que a hidrografia alavancaria as atividades industriais de São Paulo, devido ao baixo custo, foi exposta no mesmo estudo. Nele, Villares anotou que “(…) o Centro Industrial Jaguaré fica na confluência dos rios Pinheiros e Tietê. Em ambos esses rios procede-se à dragagem e retificação, que virão permitir a navegação de modo que essa propriedade está muito convenientemente para tirar proveito deste meio de transporte, o mais econômico”.
Nesse caso, o plano não deu certo porque a navegação nos rios da capital não foi para frente como esperava o engenheiro. A história, contudo, rendeu pelo menos um apelido ao mirante: Farol do Jaguaré.
Não encontrei nada referente ao bairro do Jaraguá!!
Excelente matéria. Trabalhei neste bairro, e tem muito mais: como a CAC (cooperativa agríc. de cotia) no começo da Av. Jaguaré (que está se deteriorando).
Incrível é a diferença do brasileiro para o português:
– Tombar (PT) é preservar e manter em pé (louvável);
– Tombar (BR) é deixar cair e deteriorar (lamentável).
Nasci no bairro do Jaguaré no final dos anos 50 e alí vivi toda a minha infância/adolescência e parte da vida adulta já casado. Conheci o bairro com as ruas de terra, apenas duas linhas de ônibus, uma que fazia ponto final no Balão do Jaguaré e ia até a Praça Ramos de Azevedo e outra que vinha de Presidente Altino e ia até o Mercado da Lapa. Não havia água encanada e nem rede coletora de esgotos e iluminação pública na maioria das ruas até meados dos anos 70. A partir dos anos 80 o bairro começou a mudar com a construção do primeiro conjunto de prédios residenciais na rua Marselha – demoliu-se um quarteirão inteiro de casas pertencentes ao Instituto do Pinho (IBDF) para que isso acontecesse. O Shopping Continental, inaugurado em 1975 também deu grande impulso econômico à região. Vieram os Bancos, ampliou-se o comércio – as pequenas vendas e mercadinhos foram sumindo e dando lugar a empreendimentos de maior porte. Novos edifícios residenciais e comerciais foram surgindo, o trânsito se tornou intenso e caótico. Todo esse burburinho trouxe também a indesejável falta de segurança. Os muros, outrora baixinhos, foram substituídos por grades e mais grades. Hoje, a tranquilidade não mora mais no Jaguaré: foi substituída pelo medo. Uma pena. Lembro-me com saudade da molecada com quem eu descia de carrinho de rolimã na rua da Igreja ou soltava pipas na região do Relógio porque não havia fios elétricos. Havia estórias sobre um túnel secreto que supostamente existiria ligando o Relógio à região da Cooperativa de Cotia, perto da avenida Jaguaré – local de onde garotos que se aventuraram jamais foram vistos novamente…rs. Eram estórias que povoavam nossas cabeças, fazendo-nos ficar gelados de medo… Assim era o Jaguaré, um bairro que se assemelhava a uma cidade de Interior, um lugar pacato, onde as famílias quase todas se conheciam, unidas por um sentimento de amizade, só isso. Bons tempos, bons tempos… pertencem ao passado – mas quem disse que memória vive no presente?