Se a Vila Esperança está ligada aos meus primeiros passos na terra e a minha infância, a Vila Matilde por sua vez está ligada à minha adolescência, juventude e até os dias atuais. Foi neste adorável bairro paulistano que estudei desde o jardim até a oitava série do então ginásio, no Colégio São José de Vila Matilde. Também foi neste bairro que conheci o meu melhor amigo, que convivo até hoje, dei o primeiro beijo em uma garota e onde fui ao meu primeiro baile, na saudosa Toco.
Um bairro tão ligado à minha vida evidentemente é um bairro que eu deveria ter muitas coisas catalogadas aqui, correto ? Bem, errado. Por ser um bairro que tenho muito o hábito de visitar e frequentar, foram raras as vezes que parei para observar o seu patrimônio arquitetônico. Falha essa que comecei a reparar nas últimas semanas.
Um dos imóveis que já conhecia, mas nunca tinha fotografado trago aqui para vocês conhecerem:
Desde meus 12 anos não me canso de ver esta casa. Ela já mudou de cor, de utilização e até teve um outra mudança no jardim, mas até hoje permanece praticamente sem nenhuma alteração estrutural desde que foi construída, várias décadas atrás.
Fica localizada bem no início da rua Dr. Pelágio Marques, via que se inicia bem no largo onde está a conhecida Paróquia do Belo Ramo, onde aliás fiz minha primeira comunhão, passando pela delegacia do bairro e seguindo até quase na Vila Euthalia.
Posso estar enganando mas lembro-me que quando tinha meus 14-15 anos, entre 1989 e 1990, é possível que esta casa tenha funcionado como posto de saúde. Mas não encontrei nada a respeito. Atualmente ela permanece com fins residenciais, como uma espécie de pensão masculina com o nome de Casa do Trabalhador.
O que me encanta nessa casa, além é claro de sua preservação ímpar, é o fato de além de sua originalidade ela possuir um imenso quintal ajardinado que dá a ela a impressão de, em algum momento, ter sido uma espécie de chácara. Existem roseiras, árvores, plantas diversas e muitas flores.
Cenário bucólico deixado de lado, a casa mantém portas, janelas, gradil e balaustres originais (neste último algumas partes danificadas substituídas por tijolos) e a residência porém um amplo porão perfeitamente habitável.
Para mim, uma típica vivenda paulistana de um passado distante que não volta mais, mas que temos a obrigação de preservar.
Veja mais fotos na galeria abaixo:
Comentarios