Caminhar pelo Bom Retiro é uma das atividades que nós aqui do São Paulo Antiga mais gostamos de fazer. O bairro reúne todas as características de uma pequena cidade, com centro pulsante e ativo (região da rua José Paulino e adjacências), área mais residencial (rua Bandeirante, rua Guarani e proximidades) e uma área mais com ares de periferia, nas proximidades da marginal do Rio Tietê.
Além disso, o bairro possui uma diversidade de imóveis antigos muito grande, com boa parte deles preservados, mesmo que parcialmente. Tanto que no ranking dos bairros paulistanos aqui do blog ele se encontra no 4º lugar (em número de imóveis catalogados).
E hoje apresentamos aqui mais um imóvel interessante do Bom Retiro:
Localizado no número 441 da rua Anhaia, esta típica residência do início do século 20, preserva seu estilo tradicional intacto.
Porão alto, acesso a residência pelo pequeno portão ao lado direito e janelas de madeiras amplas, são um padrão típico das pequenas casas paulistanas antigas. Eram duas casas geminadas idênticas, mas a vizinha foi alterada.
Muitas vezes as alterações não seguem um critério arquitetônico e acabam por não apresentar bons resultados estéticos.
No caso da residência à direita, os detalhes da fachada foram quase todos removidos e as duas janelas frontais foram substituídas por uma janela retangular. O portão antigo (lindo, por sinal) foi removido e os respiros dos porões foram preservados.
Um pouco de imaginação e até é possível visualizar as duas casas sendo idênticas.
Veja mais fotos:
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É ruim e estranho quando, em casas geminadas, um dos moradores altera características.
Morei entre 1949 e 1955 numa casa muitíssimo parecida com essa e que fazia parte de um conjunto de 8 casas, na esquina da Rua dos Bandeirantes com Afonso Pena.
Meus avós moraram lá por mais de 50 anos, até que todas elas foram derrubadas, em 1955.
Mas ainda existem por lá, muitas casas com esse estilo, incluindo algumas na Rua Rodrigo de Barros, que é uma sequência da Rua dos Bandeirantes.
A casa onde morávamos era enorme, cheia de cômodos e muito ensolarada pois era de esquina.
Era uma época em que não havia grandes contrastes sociais e eu, que era filho de cobrador do Clube de Regatas Tietê, convivia tranquilo e feliz, brincando na rua com outras crianças que, sabidamente, tinham melhores condições sociais.
A paz e segurança eram totais e as casas quando ficavam com os portões fechados, sempre tinham aquele barbantinho esperto, para abrí-los sem problemas.
Estas casas preservadas deve ser de herdeiros que amam e consideram aqueles que com sacrifício construíram.
Tomara que os futuros herdeiros por causa do dinheiro não vendam essas lindas propriedades para serem demolidas e no lugar construídos novos prédios de vinte ou mais andares, verdadeiras moradias enlatadas.
As lembranças que eu tenho de casas desse tipo é de quando eu era moleque e ia para a casa de minha tia, já falecida, que era irmã de minha avó que morava no Pari e nós passávamos pelo Brás para ir a casa dela e eu via um monte dessas casas no caminho, era década de 80 e já naquela época as casas estavam bem degradadas, talvez seja por causa disso que elas ficaram na minha memória até hoje.
É uma tristeza ver nosso patrimônio arquitetônico perder-se ou ser destruído propositadamente.
Que bom se todos preservarem as coisas do passado,pois e triste ver o passado apagado das suas memórias…
Muita saudades daquela época , nasci e morei no Bom Retiro na Rua dos Italianos n•55 Até os anos 60 .
como estava em 01/24: modificaram a parte de cima e taparam o respirador: https://maps.app.goo.gl/Sxg8RZyVSnAoDtti6