Casa Demolida – Rua Omachá, 275

O bairro da Penha é um dos mais divertidos para observar construções antigas em São Paulo. Região antiga da capital, a Penha de França é um terreno acidentado e repleto de ruas íngremes, que junto com o grande número de igrejas católicas que existem por ali, faz que com a área pareça, salva as devidas proporções, uma pequena Ouro Preto. É uma pena que muitas casas antigas do bairro estejam sendo derrubadas, com esta da foto a seguir.

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Esta belezura antiga era localizada no número 275 da rua Omachá e foi demolida aproximadamente em dezembro de 2010. É uma das casas que sempre me lamento por não ter fotografado a tempo, afinal eu passava sempre na frente e falava para eu mesmo “amanhã eu fotografo”, até que um dia ela não estava mais lá (e ficou a lição).

Era a típica casa antiga da Penha, que por ser um bairro com muitos morros e declives, possui muitas casas neste estilo, ou seja, abaixo do nível da rua. Só na rua Omachá deve haver ainda pelo menos meia dúzia delas do lado ímpar, que é o baixo.

Vista mais distante da casa (clique para ampliar).
Vista mais distante da casa (clique para ampliar).

E a casa, apesar de simples, era uma das mais bonitas da rua. A típica casa que costumamos chama de “casa de vó”, aquela que quando criança íamos com nossos pais para passar o domingo, comer uma boa macarronada e passar a tarde assistindo o Sílvio Santos. Você eu não sei, mas meus domingos eram quase todos assim e ai mesmo na Penha, que é onde mora até hoje minha avó paterna com quase 90 anos. E a tradição da macarronada dominical continua, embora eu seja um neto meio ausente e não apareça com tanta frequência.

Completava a beleza desta casa o portão e muro baixos, hoje quase impossível de se encontrar, o muro de caquinhos vermelhos, tão tradicional das casas antigas paulistanas, e por fim a balaustrada na divisa com a casa da direita. Enfim, um charme de casa e que hoje não existe mais.

Além disso, esta foto estava perdida e agora foi possível resgatá-la através do recurso de voltar nas imagens antigas do Google Street View. Há anos eu dava esta imagem como perdida e fiquei feliz em resgatá-la para os leitores.

A casa que está no lugar hoje é esta abaixo, que não cabe aqui julgar se é bonita ou não mas que cujo muros altos e cerca eletrificada refletem bem a nossa realidade atual: somos prisioneiros em nossos lares!

Crédito: Google Street View / Divulgação

E você o que fazia de domingo quando era criança ? Visita os avós ? Viajava ? Diga ai nos comentários!

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Casa Demolida – Rua Distrito Federal, 72

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Respostas de 25

  1. É realmente uma pena, que as casas antigas estejam desaparecendo frente ao progresso. A casa de nossos avós. Muitas lembranças, histórias, tardes memoráveis!

    1. Isso mesmo Natrícia, essas casas simpáticas nos lembram mesmo de bons e maravilhosos tempos de nossos vovôs e vovós…que pena que estejam sumindo…tomara que muitas sobrevivam para nos dar a alegria de lembrarmos e revivermos estes maravilhosos tempos!

  2. QUando eu era criança eu fazia exatamente o mesmo que vc falou na reportagem!!! É uma pena que São paulo está cada vez pior, perdendo o que tinha de bom….

  3. nasci e cresci na Penha, meu avô foi um dos primeiros farmaceuticos da Penha, e meu pai também…as casas eram lindas, com espaço, parecia mesmo uma cidade do interior. e realmente eu fazia exatamente o que vc falou, domingos na casa da tia,

  4. O tão polemico plano diretor da cidade de São Paulo prevê: Demolições de casas próximas as linhas de trens e metrô, e no lugar sejam construídos grandes edifícios. O objetivo é que as pessoas fiquem próxima desse tipo de transporte e não usem o carro. Mas será que não pensaram que o número de habitantes ao redor das linhas de metrô e de trem, irá aumentar de maneira absurda e não irá dar conta do recado. Aliás, já não está dando conta, quem dirá com mais prédios próximos.
    O governo tem mais que expandir metrô.

  5. Com certeza, os domingos eram pra visitar minha avó, comer sua macarronada e passar o dia inteiro subindo nas árvores, saboreando as ameixas, cerejas, pitangas, amoras,figos e por aí vai, era no bairro de Vila Maria, hoje é uma transportadora, foi uma infância super feliz, ah e minha casa também tinha um quintal enorme com muitas árvores frutíferas, saudade boa……………………..

  6. Infelizmente, essa é a visão da nova arquitetura urbana : transformação de lindas e confortáveis casas , prédios e palacetes antigos em verdadeiros “Fortes” anti-criminosos , com verdadeiros aparatos ( cercas eletrificadas e muros altos ) que lembram muito a penitenciárias de segurança máxima . Tive experiências muito agradáveis na infância também visitando meus avós paternos no bairro do Imirim , na zona norte, nos dias de Domingo , ou os avós maternos ( Nôno e a Nôna) no bairro do alto da Moóca .No caso dos meus avós paternos, a casinha foi demolida para dar lugar a um grande prédio , na rua Diogo Cabrera .Saudades daqueles ótimos tempos . . . . .

  7. Interessante! Isso aconteceu comigo também, havia um sobradão típico português na minha rua e eu também sempre dizia que ia fotografá-lo, até que um dia veio abaixo e construíram sobradinhos no lugar. Era revestido de azulejos coloridos e balcão de ferro, e embaixo era o comércio, hoje ficou só a saudade.

  8. Eu também…risos…passava os domingos na casa dos avós, mais na casa dos avós maternos, que se mudaram do Tatuapé para o Jardim Aricanduva…e sim, com ótimos almoços, cafés-da-tarde e Sílvio Santos…

  9. Eu não tive o prazer de conhecer nenhum dos meus quatro avos…mas gostaria muito de ter tido o prazer de
    ter uma casa de vó para passar meus finais de semana.grande abraço.

  10. Minha vovózinha, que Deus a tenha, morava numa casa igualzinha a essa, no mesmo bairro da Penha, na rua Cajarana que é bem perto dessa, a casa era bem no finalzinho da rua que é sem saída, tenho muitas lembranças boas desse local que hoje infelizmente só existe em minhas memórias.

  11. Essa era casa da minha Avó Materna, sou morador na rua do lado, Rua Pedro Alegretti.
    é uma pena ver a Penha se tornar um bairro cheio de condominios de sobrados e predios.

  12. Quando criança visitava meus avós na rua Omachá…. o Céu era ali… sei que voltarei a sentir tudo aquilo novamente, pois acredito em nosso reencontro…

    1. A casa foi construida sobre pilares, a parte inferior é um vão livre enorme. e a casa fica um pouco acima do nível da rua….

  13. Douglas, como fico feliz quando você relata as casas da Penha, lugar onde morei por 16 anos.
    Fica a dica de análise de uma casa na esquina da rua São Vicente do Araguaia com a Rua Patumi, próximo à rua Mirandinha. Essa casa tem uma estrutura antiga e também está sofrendo modificações.
    Passei minha infância / adolescência nela e vi o Senna ser campeão, Brasil levar o tetra e tantas outras cosias.

    Abs !!

  14. Boa tarde, eu morava enfrente a essa casa no nr 260, que saudades daquele tempo, brincávamos na rua sem perigo algum, tinha o Clube de Malha, onde tinha as festas juninas, cheguei a dançar quadrilha lá quem fazia os ensaios era o Sr.Ernesto Figueira, tempos bons agora só saudades e boas lembranças, uma das filhas da dona dessa casa se chamava Nanci, meu nome é Arlete mais todos me conheciam por Leninha, agora moro em Taubaté.

  15. Tenho pavor de muro alto, de cerca elétrica e perceba que além de obviamente segurança, se tornou uma necessidade estética do brasileiro, tanto é que se constrói muros dentro de casas em condomínio fechado, ignorando totalmente a lógica da circulação de vento e sempre defendendo a tal da privacidade.
    Privacidade? Qual a dificuldade de colocar arbustos, pinheiros, uma cerca baixa de madeira? Eu sinceramente não entendo.

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