Há algumas regiões de São Paulo que são repletas de nostalgia para mim, são bairros que há algum tipo de ligação sentimental com minha infância, adolescência ou até mesmo a origem da minha família.
É assim quando caminho pelas ruas do Brás e lembro da chegada dos meus bisavós portugueses no final do século 19. Também é assim no Belenzinho, onde meus pais se conheceram, casaram e viveram por anos. Tem a Vila Matilde onde estudei da pré-escola até o colegial e o bairro de Vila Granada onde eu vivia na infância.
Não longe da Vila Granada há um outro bairro que eu tenho bastante recordação e sempre que dá dou uma volta: É a Vila Guilhermina. Esses dois bairros são separados pelas linhas do trem e do metrô e também pela Radial Leste.
Quando eu era garoto adorava pedalar mas não tinha acesso a Vila Guilhermina, pois não tinha como passar pela linha férrea (não havia metrô). Então meus passeios de bike limitavam-se a Vila Granada, Vila Esperança, Vila Ré e Cidade Patriarca.
A coisa mudou de figura em 1988, quando a Estação Guilhermina-Esperança (nome composto horrível) foi inaugurada. A partir dai ficou possível atravessar para a Vila Guilhermina, pela passarela do metrô e um novo mundo se abriu para o garoto de então 14 anos.
E a Vila Guilhermina é daqueles bairros que realmente tem cara de ˝vila˝ com uma verticalização relativamente baixa e muitas casas antigas interessantes.

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Essa residência encantadora da fotografia acima está localizada poucos quarteirões do metrô, na rua Jacuipe. Lembro-me dela desde a adolescência pois era uma das ruas que eu mais pedalava porque paquerava uma garota que morava ai (mas que nunca me deu bola…).
Não foram poucas as vezes que me sentei nesta calçada para descansar da bicicleta, depois da longa pedalada desde o outro bairro. A casa em questão sempre esteve tão bem cuidada como agora, se bem que acho – posso estar enganado já vão tantos anos – que não existia aquela janela do lado direito.
São adaptações que não tiram o charme da casa. Um exemplar belo e raro de um dos bairros mais pacatos da zona leste de São Paulo. Saudades!
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