Não é de hoje que a Avenida Celso Garcia é conhecida como um dos corredores viários mais mal cuidados de São Paulo. Essa sina do principal elo de ligação entre o Largo da Concórdia e a Penha vem, pelo menos, desde o final dos anos 1970, quando a via passou a ser majoritariamente um corredor de ônibus onde carros podem apenas trafegar no sentido centro-bairro e boa parte da via é estacionamento proibido.
Isso causou a decadência do rico comércio da avenida, a deterioração dos imóveis mais importantes, como muitos dos casarões e palacetes que ali existiam e também afugentou moradores e consumidores. Hoje, poucos dos imóveis antigos importantes da Celso Garcia sobrevivem, como este abaixo:
Localizado no número 2456 desta avenida, este belo sobrado é um dos poucos remanescentes do passado dourado que a Celso Garcia já teve. Trata-se de um casarão localizado bem diante da Maternidade Leonor Mendes de Barros.
No passado, um casarão grande como este abrigava pessoas que movimentavam a região com suas fábricas e estabelecimentos comerciais. Hoje, a grande maioria delas se destina a moradia popular ou a cortiços, onde os vários cômodos das residências são divididos e transformados em pequenos cubículos.
Apesar dos anos de esquecimento, o casarão encontra-se em bom estado de conservação. A escolha de apenas uma cor para todo a fachada, muros e gradil não foi das melhores, mas é melhor vê-lo assim do que com a pintura deteriorada.
Fico imaginando se nossos políticos realmente andam pelos locais onde criam seus corredores de ônibus, ciclovias e vias onde proíbem o estacionamento. Tenho a impressão de que há muitos anos nenhum prefeito paulistano anda por aqui. É impossível crer que nossos governantes saiam do Largo da Concórdia pela Avenida Rangel Pestana, entrem na Avenida Celso Garcia e confiram toda esta decadência e abandono sem se mobilizar em fazer nada.
Enquanto nada é feito deixo aqui minha impressão: Não é impossível recuperar e revitalizar a Avenida Celso Garcia, é um corredor que apesar de bastante decadente é muito ávido ao comércio. É preciso atitude do poder municipal.
Quem viver, verá! (Talvez)
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