A questão da Nova Luz em São Paulo é uma temática abordada com bastante frequência aqui no São Paulo Antiga. Vira e mexe mencionamos alguma novidade sobre o projeto ou alguma demolição que surge usando esta novela interminável como motivo. Desta vez não é diferente.
Os prédios da fotografia acima, mais os imóveis que hoje aparecem na imagem apenas como uma pilha de entulho, juntamente com os demais vizinhos do quarteirão, estão sendo demolidos para que este trecho dê espaço para a nova sede do 2º Batalhão do Grupamento Norte do Corpo de Bombeiros, atualmente instalado na Alameda Barão de Piracicaba, e que será demolido para que sua área seja juntada ao espaço da antiga rodoviária, demolida entre 2010 e 2011, para dar lugar ao futuro Complexo Cultural da Luz.

O quarteirão antes do início da demolição (crédito Google).
O que chama a atenção nestas demolições todas, que atingem praticamente um quarteirão inteiro, onde apenas o maior prédio da quadra, o Edifício Miri, será preservado é a quantidade de moradias que estão sendo derrubadas para dar lugar a um batalhão. Estes prédios das imagens deste artigo, agora em frangalhos, eram perfeitamente recuperáveis para ser destinados à moradia popular, além de serem construções antigas e bastante robustas, bem diferentes dos empreendimentos populares atuais.
Com estas demolições, ao nosso entendimento desnecessárias, dá-se a impressão que o objetivo não é trazer moradias aos necessitados, mas sim sempre haver novas licitações. Quanto mais licitações, mais trâmites suspeitos surgem e mais o povo perde.
Abaixo, na planta cadastral do quarteirão, dá para ter uma noção do que vai abaixo para abrigar o novo batalhão. A área em azul foi ou será demolida, enquanto o pequeno retângulo em branco é do prédio que escapará da destruição.

Planta cadastral do quarteirão.
O novo batalhão dos bombeiros poderia ser perfeitamente construído um pouco mais adiante, próximo à linha férrea da CPTM, nas proximidades da Favela do Moinho, onde quase nada precisaria ser demolido. Mas nossos grandes homens públicos parecem desconhecer a cidade onde vivem.
Lembrando que estes não são os únicos edifícios já funcionando como moradia que vieram abaixo na região para dar lugar ao megalômano projeto do Governo do Estado. Em 2011 o robusto e bem conservado Edifício Opus (clique aqui para conhecer) foi demolido pelo mesmo motivo, mesmo estando em excelente estado de conservação. Aproveite também e leia o triste artigo que escrevemos sobre a extinta Drogaria Duque de Caxias e a sina do seu proprietário localizada na mesma área.
Abaixo, mais duas imagens dos prédios em fase de demolição:
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