A Revolução de 1932 na voz de César Ladeira

Você sabe porque nos desfiles da Revolução de 32 sempre toca a marcha Paris-Belfort ?

A escolha desta música não é por acaso e vem lá dos idos de 1932, pois servia de fundo musical para as narrativas sobre o combate que se imortalizariam através do brilhante radialista César Ladeira.

O radialista brasileiro César Ladeira em 1937.

Este ícone do rádio brasileiro foi um dos maiores nomes deste veículo de comunicação em todos os tempos. Com sua voz marcante ditou o tom do rádio por muitos e muitos anos.

Em 1931, foi contratado pela Rádio Record. Mal poderia imaginar que um ano depois, em 1932, iria ele se tornar a grande voz em prol da Revolução Constitucionalista.

Era uma época que não existia televisão e o rádio era o principal meio para levar as notícias do campo de batalha até a população.

A censura de Vargas dificultava muito, e Ladeira e seu chefe, Paulo Machado de Carvalho, driblavam como possível o governo central para assim poder levar através de sua voz marcante as notícias da revolução aos lares das famílias paulistas. Naquela época era comum que as famílias se reunissem ao redor do rádio para saber quais eram as últimas.

Suas narrações dramáticas e emocionantes à frente do microfone da Rádio Record fizeram que ele se tornasse “A Voz da Revolução de 1932”.  E esta sua voz marcante foi além das fronteiras paulistas ecoando por todo o país. Quando a Revolução encerrou-se, por muito pouco não foi deportado.

Mesmo com o término da revolução e tendo se mudado para o Rio de Janeiro, César Ladeira – campinense de nascimento – não encerraria sua ligação com o ideal dos bravos heróis de 1932.

Em 1957, na ocasião da celebração dos 25 anos da Revolução Constitucionalista, o locutor lançaria um LP chamado: São Paulo de 32 – Pró Brasilia Fiant Eximia. Neste álbum totalmente narrado por ele, temos uma crônica de sua própria autoria chamada “25 anos depois” além de poemas de Guilherme de Almeida e Oliveira Ribeiro Neto. Imperdível. César Ladeira faleceu em 8 de setembro de 1969.

Abaixo você confere a capa e a contracapa do LP:

Em prol da memória paulista, estamos disponibilizando este rico material histórico para download. Ouça o álbum na íntegra clicando no vídeo logo abaixo. Divulgue entre seus amigos, parentes e conhecidos para que o ideal de 32 e a voz de César Ladeira continuem ativos no coração de todos os brasileiros.

Compartilhe este texto em suas redes sociais:
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Siga nossas redes sociais:
pesquise em nosso site:
Cadastre-se para receber nossa newsletter semanal e fique sabendo de nossas publicações, passeios, eventos etc:
ouça a nossa playlist:

Posto Gulf

Conheça este extinto posto de gasolina da Avenida Adolfo Pinheiro, no Brooklin Paulista, cuja bomba de abastecimento ficava na calçada.

Leia mais »

Respostas de 17

  1. Sempre me emociono quando a Revolução Constitucionalista de 32 é lembrada. Meu pai foi um dos que lutou por São Paulo. Tenho foto e homenagem em meu site. Se quiser posso disponibilizar para quem tiver interesse no acervo que lembra a Revolução de 32. Maria Luiza Bonini

  2. Nesse momento tão paulista, abro parênteses para comunicar, aos que não tiverem conhecimento, do falecimento do poeta Roberto Piva, que não admitiria se considerado o maior poeta paulistano das últimas décadas (por achar ridículo haver um “maior”, e por se considerar além das fronteiras mesquinhas). Nosso poeta maldito para as enciclopédias do universo, cantor das rua da Santa Cecília e da praça da República nas madrigadas, morreu dia 03/07, aos 72 anos.

  3. De coração, muito obrigado pela homenagem e oportunidade de ouvir meu pai mais uma vez. Ainda tenho um exemplar do disco, mas não o tinha digitalizado. Com certeza é uma das melhores lembranças de minha vida, pois me recordo das gravações que íamos, eu e meu irmão Renato. E essa foi uma das mais marcantes.
    Hoje morando em São Paulo, sei o que essa luta exigiu do bravo povo paulista em um tempo de incertezas.
    Viva a bandeira das treze listras.

  4. Tudo depende do ponto de vista. Os bandeirantes também são considerados heróis paulistanos. Mas, para o interior de Goiás, não passavam de saqueadores. “Chegavam atirando em todos, estrupavam as mulheres, prendiam e tornavam escravos os que escapavam. Torturavam querendo saber onde ficava as minas de ouro e pedras preciosas.” Relato dos Quilombolas do interior de Goiás que até hj temem “Os paulista”. Os bandeirantes foram para negros e indios que viviam no interior, o que os espanhois foram para Incas, Aztekas e Maias. A Relolução de 32 na verdade mascara a vontade da volta dos paulistas ao antigo regime café com leite que terminara em 30, quando a Paraíba disse NÂO ao regime totalitário presidencial imposto por São Paulo, onde o coronelismo imperava. Era o fim da velha República do toma lá e dá ca. João Pessoa seria o VICE de Getúlio Vargas que queria industrialisar o país.O advogado João Dantas, partidario de Júlio Prestes que assumiria a presidencia pelo voto popular assassinou o governador da Paraiba a tiros em recife. Movimentos armados surgiram em todo pais. São Paulo ficou esperando apoio dos “parceiros” mas acabou lutando só e foi derrotado. Mas pelo menos conseguiu que a idéia de uma nova constituição fosse avante, e foi.

    1. Prezado Moaci Tavares
      Concordo com você: também sou contra a idolatria dos bandeirantes, que eram bem diferentes das figuras que vemos em retratos idealizados de fins do século XIX. Mas é preciso levar em conta o seguinte:
      1- Os tempos eram outros, e coisas que hoje abominamos eram aceitáveis naquela época, em nome de objetivos que não aceitamos mais;
      2- Embora os bandeirantes paulistas fossem os mais famosos e temíveis, houve expedições semelhantes partindo de outros pontos do Brasil (Bahia, por exemplo) em direção ao interior;
      3- As cidades mais antigas de MT, MS, GO, MG e outras regiões em que atuaram os paulistas de outrora foram fundadas por estes, que se fixavam e formavam famílias, e estas famílias existem até hoje nesses locais;
      4- Os bandeirantes, portanto, não eram só paulistas (no sentido de habitantes da área do atual estado de SP), mas também mineiros, mato-grossenses, goianos etc.
      5- Há diferença entre “paulistano” (habitante da cidade de São Paulo) e “paulista” (habitante do estado de SP).
      No mais, concordo com você.

  5. Não consigo fazer o download do material oferecido. Me cadastrei no site, mas é muito atrapalhado!

  6. Olá,

    O pai de um colega de trabalho foi praça na Revolução de 32, Sr. Francisco Lucrécio, inclusive, ele foi um dos fundadores da Frente Negra Brasileira.
    Tenho cobrado desse colega os documentos, fotos e etc. Assim que ele me trouxer algo, envio para o SPA pra divulgação.

  7. Dos brasileiros não. E sim dos paulistas.
    O que o Brasil tem por São Paulo é ódio. Paulistas, parem de bajular a quem os odeia e só quer o seu dinheiro.

      1. Câncer é totalitário que pensa que determina o que quer para outros povos. União se baseia em vontade mutua. Ninguem determina que alguem deve ser unido se não for da vontade. Sou paulista e abomino preconceituosos despreziveis como vc.

        1. Nada é mais preconceituoso quanto o separatismo, especialmente o paulista. Minha família está aqui há uns 230 anos e jamais vou me considerar melhor do que quem acabou de chegar.
          Separatismo é típico de quem jamais estudou a história da cidade, desde o princípio ligada a migração e a imigração.
          Mas eu não posso culpa-lo por você ser tão limitado em conhecimento de nossa história. Afinal ensina-se pouco ou quase nada sobre São Paulo nas escolas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *