Na cidade de São Paulo estamos acostumados em ver desaparecer, num piscar de olhos, casarões, sobrados e muitos imóveis o qual nos acostumamos a ver todos os dias. Porém, algumas vezes somos surpreendidos por grandes implosões de edifícios.De todas estas implosões, nenhuma foi mais marcante para São Paulo quanto a do Edifício Mendes Caldeira.
Anunciado em jornais como Correio Paulistano e O Estado de S.Paulo em junho de 1960 como “O maior negócio do Brasil“, o Mendes Caldeira surgia como o maior arranha céu já construído na região da Praça da Sé. Naquela época só haviam prédios baixos ao redor da Catedral Metropolitana de São Paulo, e o novo e moderno edifício, com sua ousadia, prometia ter suas unidades vendidas em tempo recorde. Em 1960 a situação da Praça da Sé era bem diferente. A cidade tinha saído há pouco tempo das comemorações do IV Centenário e ainda lucrava com as realizações de 1954. A catedral da Sé estava quase 100% concluída (suas torres só seriam terminadas em 1967) e a praça estava fervilhante e concorrida.
Em um tempo que Faria Lima, Berrini não existiam como endereços para escritórios, ter o seu na Praça da Sé era um excelente negócio, pois estava no coração da maior cidade da América Latina e próximo a tribunais, bancos e diversos órgãos públicos.
Cumprindo suas expectativas, o Mendes Caldeira teve suas unidades vendidas rapidamente e em 1961 foi inaugurado, começando a funcionar como um dos maiores edifícios não somente de São Paulo, mas de todo o Brasil.
A foto abaixo, de 1968, mostra o quanto o edifício era grande e como destoava de todos os seus vizinhos.
Toda esta grandiosidade, aliada a um projeto moderno e arrojado desenvolvido pelos arquitetos Jorge Zalszupin e Lucjan Korngold tinha tudo para fazer do edifício um dos grandes ícones da arquitetura moderna paulistana.
Entretanto, o Edifício Mendes Caldeira estaria no epicentro de uma questão importantíssima para o desenvolvimento da capital paulista: A Estação Sé do Metrô.
As obras da Estação da Sé e do Metrô de São Paulo como um todo estavam indo bastante lentas e no início da década de 70, começou-se a discutir que talvez fosse necessária a desapropriação e demolição de alguns dos prédios que ficavam entre a Praça da Sé e a Praça Clóvis Bevilacqua.
Entre eles dois ícones de São Paulo, o Palacete Santa Helena, representando a São Paulo antiga e o Mendes Caldeira representando a São Paulo contemporânea de então.
Até hoje não está muito claro quais os reais motivos que tornaram a implosão do Mendes Caldeira algo impossível de se reverter.
Pesquisando sobre o fato é possível encontrar uma série de fatores, como atraso no cronograma de obras, corrupção e até indícios de uma falha geológica que poderia causar o desabamento do edifício durante os trabalhos no subterrâneo.
O fato é que ao raiar do sol de 16 de novembro de 1975 o Mendes Caldeira foi abaixo, como mostra o vídeo da época.
A fotografia abaixo, congelou para a eternidade o momento que a implosão aconteceu. Notem que o Palacete Santa Helena e outros vizinhos já haviam desaparecido do cenário urbano. A implosão decretou o fim do Edifício Mendes Caldeira e também o fim da divisão entre as Praças da Sé e Clóvis Bevilacqua.
Hoje em dia é até difícil explicar aos paulistanos mais jovens que no local existem duas praças e não uma só. A confusão é até compreensível e mostra que hoje não faz mais o menor sentido manter os dois nomes de praça.
Alguns anos mais tarde, já com o metrô em operação, as duas praças seriam reinauguradas e entregues aos paulistanos, por muito tempo estiveram bem cuidadas e sendo um excelente ponto turístico.
A demolição do Mendes Caldeira também proporciona uma imagem curiosa para quem vai à Praça da Sé pela Rua Benjamin Constant.
As duas fotos abaixo mostram o “Antes & Depois” da implosão. Saiu o arranha-céu e entraram as palmeiras imperiais.
Enfim provavelmente jamais saberemos ao certo as reais razões e circunstâncias que levaram o Edifício Mendes Caldeira a ser demolido. Como também muitos paulistanos jamais perdoarão os governantes da época pela demolição do prédio ao lado, o saudoso Palacete Santa Helena.
Você trabalhou no Mendes Caldeira ? Conte para nós sua experiência deixando aqui um comentário.
Curiosidade: Hoje existe outro Edifício Mendes Caldeira em São Paulo, ele está localizado na Avenida Nações Unidas 10.989, na Vila Olímpia.
Respostas de 70
A implosão ao que parece foi perfeita. O prédio caiu sobre a própria área. Mais maldade ainda foi a demolição do Senado Federal no Rio, o Prédio Monroe, para a construção do Metrô Cinelândia. Um crime crime contra o patrimônio histórico perpetrado com a ajuda da imprensa carioca.
quando adolescente, e morador do Rio, li um artigo no O Globo que continha um trecho que nunca esqueci: “espírito depredador paulista”.
à época eu não sabia da existência do Palácio Monroe.
mas a “jornalista” que escreveu o artigo sabia, e mesmo assim de deixou levar pelo recalque.
Amaury, rixa SPxRJ à parte, a demolição do Monroe foi uma decisão de generais, não estava ligada às forças vivas do Rio de Janeiro à época. A população em geral chora a perda desse belo edifício. Porém, as forças que levaram à demolição de quase todos os edifícios ecléticos (construídos entre 1890 e 1930) do Centro de São Paulo tiveram seu correlato no Rio de Janeiro, onde foram demolidos, um a um, quase todos os edifícios-palacetes da Avenida Rio Branco (construídos entre 1907 e 1920). Já nos anos 1940, muitos palacetes da avenida haviam sido substituídos por edifícios art-déco, que nos anos 1960/70 deram lugar a enormes arranha-céus modernistas. Não sobrou quase nada. Algo quase idêntico – do ponto de vista simbólico e paisagístico – ocorreu no Vale do Anhangabaú paulistano, mas em escala muito menor. Ver as fotos de ambos em 1920 (Avenida Rio Branco / Vale do Anhangabaú) é convite certo para uma crise depressiva… como fomos capazes de destruir essa paisagem??
Muito bem lembrado, André! O caso do palácio Monroe é difícil de engolir até hoje! =P Como ambos os sistemas foram construídos em plena ditadura militar, sempre me ocorre que essas intervenções à revelia de toda a opinião pública nas duas capitais eram típicas arbitrariedades daqueles governos, o que é curioso já que os militares tem um senso de tradição muito maior do que o normal na cultura popular.
A verdade, pelo que vemos, é que realmente mantendo o Mendes Caldeira, eu mesmo me pergunto como se faria caber uma estação do tamanho da Sé ali embaixo… no caso do Monroe, salta a vista que era dispensável demolir pois o túnel foi desviado para passar ao lado do palácio!
Eu trabalhei no Mendes Caldeira em 1.972, no 20º andar na Radio Marconi, e de lá ví o edificio andraus em chamas, uma semana antes tinha entrado nele, embaixo do Mendes Caldeira eu almoçava no Restaurante Juca pato, parece que foi ontem.
Eu participei da IMPLOSÃO do Edificio Mendes Caldeira, não só naquela madrugada do dia….., eu sou um Técnico em Mineração, da ETMM de Ouro Preto. E gerenciava a filial paulista da EXPLO Ind. Químicas e Explosivos Ltda. Na ocasião fomos consultados, sob a possibilidade de fornecermos os explosivos e os acessórios de detonação, pela empresa americana da família de Jack Loisoux que fora sub-contratada pela empresa TRITON, brasileira, tendo um dos sócios o Engº Hugo Takahashi, para executarem a dificílima tarefa de desmontar com o uso de explosivos, Ed. Mendes Caldeira, situado na Praça da Sé.
Prontamente respondemos que sim, pois a EXPLO tinha uma fábrica de dinamite, a Rupturita, em Nova Iguaçu – RJ, e a Indústrias Químicas Mantiqueira, sediada em Lorena- SP.
Sabedores da nossa responsabilidade ao fornecermos os explosivos, conduzimos os interessados até os campos de provas da fábricas e, lá por meios de testes, demonstramos a segurança e a eficiência do nossos materiais explosivos!
Aprovaram sem restrições. Fornecemos e em trabalho conjunto com as equipes dos contratantes, participaremos daquele momento histórico, a primeira implosão de um edifício em solo brasileiro.
Se acharem interessante, falarei mais sobre os detalhes desta demolição!
Poderia dar mais detalhes? É fundamental manter viva a história deste evento tão magnifico que resplandece até os dias atuais
Bem melhor a visão do céu por trás das palmeiras do que de mais um edifício. Mais prédios deveriam ser implodidos. São Paulo tem prédios demais e espaços de menos. Mas quando o São Vito foi implodido, não faltaram críticas. Muita gente acha que deveria ter sido reformado e transformado em moradias para a população de baixa renda.
Embora não caiba mais ninguém em São Paulo, a ordem hoje é encaixotar e empilhar famílias em apartamentos cada vez menores. Dane-se a cidade, até a hora que entrar em colapso.
concordo!
Celso, o São Vito foi demolido e não implodido.
Caro Amigo, Boa noite! Ratificando seu comentário que é de grande importância os edifícios Mercúrio e São Vitto foram demolidos manualmente andar por andar para não abalar a estrutura do “mercado municipal da Cantareira”, isso significaria uma perca maior. Foi melhor demolir uma favela vertical doque perder História. Abç!
Não soaria melhor se tivesse escrito uma perda maior em respeito à língua portuguesa?
– Concordo com você, caro Celso. Há anos venho dizendo que, ao contrário do que muitos prefeitos pregaram, São Paulo precisa parar. São 1.500 Km ² suportando onze milhões de pessoas! É uma coisa insuportável! Por isso essa infindável montanha de problemas dessa cidade: trânsito caótico, insegurança, exploração imobiliária desenfreada etc….
Não acho que exista justificativa plausível para a demolição do Mendes Caldeira e do Palacete Santa Helena. Corrupção? Com certeza. Motivos políticos? Talvez. Erro no projeto? Talvez. Espuculação imobiliária? Com certeza. É inconcebível o fato de que temos uma outra estação de metrô há praticamente menos de 1km (Liberdade), muito próxima da Praça da Sé. Penso que o mais correto seria direcionar a linha para próximo do Lgo S. Francisco e depois no sentido S. Bento, pela Libero Badaró. Seria muito mais fácil, inclusive, a futura integração com a estação Anhagabaú. A manutenção desses dois patrimonios da arquitetura paulsita era imprescindível, mas vemos que o dinheiro fala mais alto. Os exemplos mais recentes estão aí…Kassab, Pitta, Maluf e até a Martaxa, que fez um oba-oba com as comemorações dos 450 anos, mas permitiu que vários prédios históricos fossem demolidos na surdina.
Meu marido fez uma sequência de fotos dessa implosão. Eu as tenho guardadas, ele já é falecido, na época era um jovem empregado da Light.
Fátima, gostaria de ver as imagens feitas pelo sue marido e até publica-las, tem interesse ? Seria uma boa homenagem, acho. Se interessar deixe o telefone para contato (não será publicado).
Sinceramente acho muito mais importante a demolição de um edifício que tem pouca relevância em nível de arquitetura quando o motivo é propiciar melhoria de transporte para a população. Pelo que sei, foi necessária a sua demolição para se fazer as escavações para as linhas Norte-Sul e Leste-Oeste do metrô.
Aliás, a arquitetura brasileira entre os anos 50 e 70 foi um desastre em nível estético (salvo claro algumas exceções), principalmente porque os projetos naquela época eram desenvolvidos em sua maioria por engenheiros civis e não arquitetos.
Concordo com a primeira frase do teu comentario. O resto dele so faz mostrar que voce nao tem nenhum discernimento estetico e cultural. O periodo compreendido entre 1950 e 1970 foi o mais importante na historia da arquitetura deste pais e celebrado ente arquitetos em todo mundo. E sim os projetos eram feitos por excelentes arquitetos. E este patrimonio esta sendo destruido por uma visao conservadora que paira na cidade de Sao Paulo hoje. Os anos 80 e 90 foram nefastos para a arquitetura paulistana.
A demolicao deste edificio, de todo o resto da praca da Se (sem contar outros edificios em outras partes do centro da cidade) foi sim um crime e sempre com a mesma desculpa da mobilidade. Crime ao patrimonio, a historia, a cidade. Um crime de especulacao imobiliaria, um crime de autoritarismo sobre a comunidade. Um crime que sofremos ainda hoje.
Tecnicas construtivas ja desenvolvidas na epoca alem de um projeto mais apropriado poderiam ter evitado este massacre no centro.
e quero discordar. acredito que o melhor no ser humano é se importar com o ser humano. muitos arquitetos preferem um edifício implodido que vários sem mobilidade….porém é somente averiguar isso com discernimento e compreensão de um cenário futuro já que hj a praça habitam usuário de drogas e bem recente episódio de assassinato. temos muito o que fazer na cidade , o edificio já foi demoido certo? gostaria que vessem de alguma maneira a melhora do entorno como um todo para provir a população de uma praça mais tranquila e sem usuários (tratá-los e não deslocá-los somente).
eu acredito num centro melhor e acredito que alguns erros do passsado só somariam informações importantes para melhorarmos o futuro. acontece que pessoas com conhecimento da cidade como ´e no caso do escritor deste blog não conseguem efetivamente trazer tantos benefícios pois o sistema é podre….sou moradora do centro e acho que todo mundo fazendo um pouco melhora, se vc não é e não trabalha no centro dá palpite onde vc passa.
Trabalhava em frente o prédio, em uma loja , na esquina da r. Sta Teresa , Bons tempos, boas lembranças!
Legal.Assisti pela tv com 15 anos.Faz parte da história de Sampa.Parabéns pelo trabalho!
Adoro seu trabalho, mas têm momentos como este que me dá muita tristeza…..O meu, o nosso maravilhoso São Paulo, ser destruído em sua arquitetura e beleza, simplesmente por interesses escusos!!!! Parabéns por esta e todas as suas reportagens. Ficamos, assim, ao menos, com as fotos documentando e matando nossa saudade!!!! beijos.
Eu não consigo me conformar com esse descaso todo com São Paulo. Pelo que deu para perceber pela foto, até o fluxo do trânsito seria melhor da maneira que estava. Esses prédios tinham história e aquele vazio da praça não passa de um local de gente estranha!
Lembro que assisti essa implosão pelo Fantastico.
A demolição do Palacete Santa Helena foi um crime, foi um dos prédios mais incríveis que a cidade já teve. o Mendes Caldeira era imponente mas destoava demais dos outros prédios e tirava a atenção do que deveria ser o foco central da praça que é a Catedral. Concordo com o Marcus, sem os calçadões o trânsito parecia melhor, é horrível dizer isso, mas numa cidade focada em carros como São Paulo os calçadões diminuíram a mobilidade das pessoas e ajudaram a tirar moradores do Centro, por mais transporte público que exista na região é difícil convencer as pessoas a morarem num lugar onde não terão seu carro à disposição na porta de casa ou na garagem mais próxima, isso transformou tudo numa área que só tem vida no horário comercial, no começo da noite a região fica vazia e perigosa demais em alguns pontos.
Infelizmente eu não era nascido em toda sua fase de construção e operação e tinha cinco anos quando veio abaixo.
Realente essa foi uma curiosidade gostosa que aprendi da minha eterna amada São PAulo!
Estive lá. Tinha meus quinze anos. Meu pai trabalhava no vigésimo primeiro andar, era muito alto. No local, a Rádio Marconi, depois fechada pela ditadura militar. A sua entrada era pela rua Santa Teresa . Através da janela do escritório eu via uma cidade inteira e o teto da Catedral da Sé, abrigava inúmeras pombas.Tudo estava muito perto de mim. O Metro veio e levou o Mendes Caldeira e um pouco da minha história.
Saudades do tempo em era operador de som na radio MARCONI no ultimo andar do ed. Mendes Caldeira. Um pouco da historia de SP foi apagada com o desaparecimento da praça Clovis Bevilaqua.
Lembro muito dessa época. Pegava o bonde próximo às Casas Pirani, no Brás e descia na praça da Sé. Também nos anos 60 eu estudava no Colégio do Carmo, também demolido para a construção do pátio do Poupatempo da Sé, (alguém tem alguma foto dele?). Eu pegava o ônibus, Vila Oratório ou José Higino, para ir para casa no Alto da Moóca.
Sinceramente, na época senti mais pelo Palacete Santa Tereza do que pelo Mendes Caldeira. Talvez coisa de criança. Logo após esse fato, também foi demolido ou bem reformado o prédio do Batalhão do Corpo de Bombeiros.
Amigo Douglas, bacana resgatar a história desse Edifício Mendes Caldeira. Eu fui conhecer melhor essa história quando, entre 2003 e 2005, trabalhei na administração do novo Mendes Caldeira, esse da Vila Olímpia que você cita ao final. Para ser mais preciso, Edifício Wilson Mendes Caldeira, que foi inaugurado alguns anos depois da demolição, se não me falha a memória, em 1979. É da mesma família (inclusive uma das herdeiras é aquela que foi esposa do Waldemar Costa Neto) e sempre ouvi que ele foi levantado com a indenização paga pela implosão desse da Praça da Sé.
A implosão desse arranha-céu fez muita diferença no visual, a praça ficou melhor, mais aberta e imponente. Mas de que adiantou, se hoje está tomada por crackeiros? Levei uma amiga francesa para conhecer o centro de São Paulo e me senti constrangido com o cheiro de urina e fezes, a quantidade de pessoas perturbadas nas redondezas, os viciados que parecem zumbis, e ela me perguntando se era seguro sacar o iPhone para tirar fotos. O centro de São Paulo virou uma grande latrina. É uma cidade que vive de aparências, pois só é bonita nas fotos.
RESGATE DA PRAÇA DA SÉ: Aproveito o tema que envolve a praça da Sé, e lanço uma PROPOSTA para a cidade: usar a praça da Sé como projeto piloto para uma ação efetiva, planejada, intensa, da prefeitura, para resgatar essa praça do completo abandono em que se encontra. Se a prefeitura gasta Y reais por mês para a manutenção da Sé, passe então a gastar 4 x Y, contratando mais equipes de limpeza, monitores ambientais, GCM especializada, assistentes socias, etc, para tornar a praça da Sé um exemplo de espaço público (nosso marco zero!) digno, limpo, organizado. Isso inclusive teria um efeito dominó na população, de mostrar que é possível um espaço urbano paulistano ser diferente, ser digno. Levei a proposta por escrito para o subprefeito, que não deu pelota. O diretor do Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, gostou, e disse que pensava em algo assim. Que acham?
Britto, como vai ?
Não só acho ótimo como também me coloco à disposição do que for preciso. Abração!
Ótimo Douglas! Vou ver se reato a conversa com o Marco Antonio Ramos.
Esse resgate será que pode acontecer?Estou a disposição para qualquer coisa,sou estudante do ultimo ano de arquitetura e a anos penso nessa proposta.
Eu também tenho fotos sequenciais dessa implosão, inclusive meu pai que faleceu há 2 meses aparece em uma delas, as fotos são incríveis!
Lembrando a todos que no térreo do Edifício Wilson Mendes Caldeira estava instalado o badalado Bar Juca Pato, com seu inigualável café. Fui seu assíduo usuário nas madrugadas em que trabalhava em plantão na então CTB, depois Telesp, e agora VIVO, na Rua Benjamim Constant. Saudosas recordações…
Você era técnico ou lidava mais com administração? Tenho fascínio por centrais telefônicas analógicas, crossbar ou step by step, se tiver alguma coisa a respeito pra compartilhar…
Conheci muito bem aquele edifício. Eu trabalhava na Rua Quintino Bocaiuva e lá entrei várias vezes. Assisiti a implosão no local. Aquela foi a primeira implosão no Brasil, levada a cabo pelo falecido Engº Hugo Takahashi. Se alguém tem alguma dúvida sobre os motivos da implosão do Mendes Caldeira e a demolição do Palacete Santa, para mim, o motivo é muito claro: o pagamento em triplo ou quádruplo da idenização que cabia pela expropriação.
Oi Douglas.
Sou aluna de jornalismo e estou escrevendo uma reportagem sobre este evento histórico da Cidade. Gostaria de saber se você poderia me ajudar com algumas indicações de fontes e documentos sobre o tema.
Grata desde já, Abraço.
Douglas, você teria mais informações sobre esse palacete demolido para a construção da estação Consolação da Linha 2 – verde em meados/final dos anos 80? Me parece que ele nunca foi mencionada aqui.
Seria legal uma matéria sobre esse belíssimo imóvel, te deixo um link: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=116610187#post116610187
Abraços!
Olá Marcio, como vai ?
Tenho o histórico dela sim, com fotos da época em que foi construída.
Vou providenciar uma pauta para breve, ok ? Abraços
O compositor Walter Franco fez uma música/vinheta em homenagem à implosão do Mendes Caldeira, chamada “Apesar de Tudo é Muito Leve”, lançada no disco “Revolver”, de 1975, logo após a queda do prédio.
Walter conta que havia uma grande expectativa em torno do evento, e ele foi com um amigo ver ao vivo, de um local próximo, a implosão. Os dois ficaram decepcionados com a rapidez do procedimento, e o amigo comentou que “apesar de tudo, era muito leve”. Então Walter inseriu a curiosa música de menos de 10 segundos de duração – curta, como a implosão – no disco.
Deve ser este aqui: https://www.youtube.com/watch?v=druGDGZyb14
Interessante a informação.
Me impressionou toda a história desse edifício e o vídeo de demolição. Tenho que dizer que até “dói” quando eu vejo foto ou notícia de prédios sendo demolidos, mas nesse caso, atrapalhava totalmente aquela região, tirava bastante do foco que é a Catedral da Sé, aquele prédio não deveria mesmo estar ali.
Também achei maravilhoso a Praça da Sé limpa, como nessa foto antiga. Limpa no sentido de área aberta, livre. Muito bonito mesmo.
Esse edifício foi implodido alguns meses antes de eu nascer (nasci em Setembro de 1976) mas o impressionante é como uma foto de 1978 consegue ser muito mais nítida do que as câmeras digitais que temos hoje.
O meu avô tinha duas pastelarias nos anos 60s até 1974- uma na Praça Clóvis Bevilacqua ao lado do Rápido São Paulo e uma na Praça da Sé vizinho da Churrascaria. Não encontro nenhuma fotos desta areas. Vc tem algumas fotos dessa época
Olhando todos os comentários para ver se alguém tem alguma foto interna do imóvel. Nunca me atrai pela Praça da Se. Esse espaço aberto é feio e mal cuidado. Só é bonito nos cartões postais. Não entendo porque não utilizaram outras áreas como a Praça João Mendes para a construção do metrô. Demoliram um quarteirão para construir uma estação….Porque então foi possível construir estações mantendo a integridade dos imoveis como na Avenida Paulista? Acredito em erro sim…
Trabalhei 6 meses naquele prédio (1972) num escritório de auditoria e consultoria pondo em dia a contabilidade de um cliente. Na época a contabilidade tinha muitos papéis e máquinas de escrever e calcular manuais… A maioria trabalhava de terno e gravata. Era muito glamour trabalhar naquele centro…. também tinha muito barulho e poluição. Na época as obras do metro incomodavam… No térreo tinha um bom restaurante a lá carte… coisa rara hoje em dia… na época era a lá carte e prato do dia.. nada de self-service por quilo… hoje todo o centro de São Paulo está abandonado e em decadência….
Douglas parabéns pelo seu trabalho resgate da nossa história. Tem sido de grande ajuda o meu trabalho de pesquisa.
Queridos. Não há a menor possibilidade de obras subterrâneas, metrô incluído, exigirem inapelavelmente a demolição de edifícios na superfície. Como diria o saudoso padre Quevedo, “isso non ecziste”.
O que existia entre os planejadores e autoridades na Cia. do Metropolitano nos anos 1960/70 (a ditadura não é um contexto histórico casual) era uma postura arrogante/autoritária de “senhores da cidade” e uma secundária preguiça de se dar ao trabalho de fazer escavações cuidadosas e complexas (e, obviamente, caras).
As obras das linhas 1 e 2 (hoje inexplicavelmente 3) foram praticamente todas a céu aberto, com exceção do pequeno trecho entre a Sé e São Bento, que o Metrô alardeava à época como um feito quase extraterrestre. Na região da Vila Mariana e Saúde, o Metrô arrasou uma faixa de quarteirões inteirinha para cavar sua trincheira e abrir uma larga avenida onde só havia ruas estreitas, criando uma cicatriz ainda bem visível entre as estações Vila Mariana e Paraíso.
Lembremos que aquando da construção da estação República, nosso Metrô-bota-abaixo anunciou triunfante: “O Colégio Caetano de Campos tem de ser demolido”.
Não lembram disso? Pesquisem.
Quando alguns preservacionistas do patrimônio cultural começaram a gritar contra a demolição do histórico edifício, o Metrô lançou uma chantagem emocional, usando a ideia (correta) que se tinha na época, de que o Centro paulistano era uma selva de pedra ultrapoluída e necessitava desesperadamente de áreas verdes.
Propôs o Metrô: “Escolham: ou colégio ou árvores da praça da República. Necessitamos obrigatoriamente retirar uma ou outra para implantar a estação”.
O argumento demolitório se reforçava pelo fato da República não ser uma estação qualquer, ela estava destinada a ser uma nova Sé, servindo de intersecção entre a Linha 2 Vermelha (hoje 3) e a futura linha da Consolação/Rebouças.
Bom, sem mais delongas. Os preservacionistas (e muitos ex-alunos, vários deles membros da elite paulista) não caíram na chantagem, engrossaram o tom e “milagrosamente” a segunda maior estação paulistana do metrô foi implantada sem mexer em um tijolo do colégio nem em um galho das árvores.
Ficou assim provado o que os especialistas já sabiam: SEMPRE FOI POSSÍVEL implantar a dupla estação ali sem demolir/desarborizar nada. Mas o Metrô sonhava com uma preguiçosa escavação a céu aberto, bem mais simples e barata etc. etc. etc. E que, como no caso da praça da Sé, resultaria em uma praça ampliada.
Hoje funcionam na praça da República duas estações (linhas 3 Vermelha e 4 Amarela, em um modelo de cruzamento de linhas idêntico ao da Sé) sem ter demolido nada.
Na linha 3 Verde (tornada 2 inexplicavelmente), fruto de uma época mais democrática, não se falou um pio: as obras se deram todas nas profundezas do espigão do Caaguaçu (Avenida Paulista, Dr. Arnaldo, Heitor Penteado, Cerro Corá) abrindo não mais que buraquinhos aqui e ali para acesso, ventilação, terminais de ônibus etc. Para a linha em si, não se demoliu uma casinha de cachorro…
é lamentavél o tipo de gente que no brasil cuida de nossos interesses, em outras palavras; nossos governantes, e também os empreendedores; enfim essa gente que nõ passa deuma reverenda malta de corruptos e incopetentes, o pior é que o resultados de suas ingerências nos causa tantos dissabores e incovenientes, sem contar que chegam até à nos destruir nosso patrimônio arquitetônico e cultural, nossa memoria, nossa identidade, nossa especificidade!!!!
Somente nos resta é lamentar essa São Paulo, que outrora existiu, e que era tão bela e pujante, dinâmica, rica e progressista!! Hoje é so favelas e mais favelas, autopistas hediondas estrangulando o que a Cidade tem de mais precioso e vital, seus rios e mananciais!! Essas pixações aberrantes e pavorosas, que sujam e enfeiam drasticamente a paisagem; tantos terrenos nobres e importantes que se enciontram no seu proprio Centro, mas que são absolutamente mal e estupidamente mal utilizados, seja como réles estacionamentos, ou garagens, ou ainda ficando como terrenos baldios logo invadidos por delinquentes; ou prédios preciosos e magnificos esses também abandonados por seus proprietàrios, e ora invadidos por marginais, ora caindo aos pedaços, ameaçando a vida daqueles que por ventura venham, à passar por perto…é verdadeiramente tràgico o que sucéde com São Paulo!!
Atualmente, e jà hà algum tempo, nenhuma construção importante, bela, grandiosa ou remarcavél, fôra construida na Capital!! Nada, somente destruição, deterioração, descaso, abandôno…Uma grande tristeza!! Acho que jà não existem mais Paulistanos…ao menos, ninguém nada faz de fato, concretamente e eficazmente, para mudar o curso dos acontecimentos!! Em breve, não restara que meras lebranças daqueles que um dia conhecerama Grandeza de uma Cidade chamada: São Paulo
Fui Office boy do Sr. WILSON MENDES CALDEIRA , trabalhei no prédio implodido, deixou saudades.
Assisti a implosão não só do Mendes Caldeira, bem como de todos os edifícios que separavam as praças da Sé e Clovis Bevilacqua que na época abrigava um terminal de Onibus Urbano e um terminal de Onibus Intermunicipal para Santos,pois tinha uma visão privilegiada , já que trabalhava na praça Clóvis Bevilacqua, n. 351, ao lado do Corpo de Bombeiros, de 1964 até 2006
Conheci a Praça Clóvis e a Praça da Sé em 66 quando com 12 anos de idade viemos de uma cidade pequena do interior de Minas para residir em Santo André. Em busca de emprego acabei por ficar conhecendo bem a região. A grandiosidade me trouxe o fascínio pelo lugar. Vi a transformação das praças, não tinha nenhuma noção do que significava aquilo tudo. Com o amadurecimento é que entendi melhor o ocorrido. Saudade misturada com sentimento de perda é o que carrego comigo, sobre aquele lugar.
excelente o seu trabalho, continue, adoro sua matérias, nem imaginava que ali tinha um edificio
Imagina se quisessem demolir o Coliseu o o Arco do Triunfo para fazer metrô… Um crime o que fizeram com a memória arquitetônica e com os rios e córregos de São Paulo…
Uma pena que não se pode passear por la.
Tomada por marginais, drogados e assaltantes
Eu fotografei esta “implosão” com uma ” Pentax K1000 Manual Focus SLR Film Camera with Pentax 50mm Lens” !!! Eu havia saído da Globo como ex-camera-man, fui avisado pelo meu irmão, Ladislau Cardoso, ele era editor de imagens na TV Cultura, sobre este evento, não houve divulgação prévia para evitar a aglomeração do público, foi meio sigilosa na mídia. consegui passar pela segurança, por que um amigo da Globo me emprestou o crachá, fiquei ao lado do Souza Lima ( famoso pela cobertura do incêndio do Andraus), no prédio do Corpo de Bombeiros na praça Clovis. Por que “implosão” ?, No video, parece que o prédio está “derretendo”, a detonação teve início nas colunas centrais, com a explosão houve uma ruptura da estrutura central, o prédio parecia que ia rachar e cair em duas metades, mas com a explosão, rigorosamente controlada, teve inicio a detonação das colunas mais afastadas do centro, como se esta explosão tendesse a levantar as laterais, enquanto o núcleo central já iniciava a queda, as laterais pareciam que iam subir, por isto diz-se que houve a “implosão, realmente ele implodiu, uma curiosidade, foi montado um”colchão de terra ao redor do prédio para amortecer a queda, não mais que 20 metros, e de forma fantástica ele se dissolveu em um monte de “areia” e ferros retorcidos sobre este aterro. Consegui tirar 3 fotos durante a queda do inicio ao fim, infelizmente fotografei em slides e perdeu-se com o tempo, Eu estava no quinto ano do curso de engenharia (naval) na POLI-USP, já havia cursado as matérias de Resistência dos Materiais, este evento foi a confirmação prática de toda teoria da “Análise Estrutural”.
Que pena que os slides se perderam Lourival!
Eu também estava lá, e participei dos trabalhos como assistente técnico e no fornecimento dos explosivos.
Ainda me comove a imagem desse edificio, onde trabalhei, no 25º andar, na Radio Marconi, como locutor, nos idos de 1965. Tinha elevadores modernos, rápidos, salas amplas, era uma cidade particular no centro do centro de SP. Há coisas que não dá para entender nas decisões dos governantes. A Rádio Marconi foi fechada várias vezes pelo regime militar, Orpheu Salles, jornalista chefe foi preso logo no inicio da revolução mas a rádio, constantemente invadida e fechada pelo DENTEL sempre voltava a funcionar. até que foi cassada definitivamente pelo governo em 1973. Seu dono, Dorival de Abreu chegou a ser deputado federal e seu sobrinho, Paulo Abreu é, atualmente, dono de um conglomerado de radios, todas elas mediocres, infelizmente, nenhuma com a qualidade da Marconi de então.
Interessante esta discussão. Todo mundo tem seus cinco centavos para dar….
Sobre o que foi feito, nada a declarar. O que está feito, está feito.
No entanto, fica patente que as leis de tombamento e a sua aplicação merecem maior atenção. Que e, por sinal, um assunto ignorado pela população como um todo. Qualquer discussão sobre o assunto jamais tem ressonância,ficando limitada a círculos reduzidos.
Ha areas que realmente merecem maior atenção com relação ao tombamento. E ha edifícios, que também merecem tombamento.
Explicando a sentença acima…..
Em áreas onde ha uma concentração maior de edifícios de relevância histórica e características impossíveis de serem reproduzidas com os métodos construtivos contemporâneos, o tombamento por altura ( 25 metros/ 8 andares dentro de um raio de 200 metros ) se faz imperativo. Sao os casos atuais da parte afastada da Marginal no Bom Retiro, o miolo entre vias em Campos Elíseos, o Baixo Bela Vista, a Se, Praca Ramos,. Seria interessante acrescentar outros bairros ou parte deles a esta lista, bairros os quais eu gostaria de ler sugestões neste forum.
Edifícios de referência histórica e com arquitetura representativa também devem ser tombados, independentemente do que ha no seu arredor.
O problema com agências regulatórias e de preservação do patrimônio, e que o seu lastro financeiro está atrelado a administração governamental, e a caprichos políticos. Enquanto isso perdurar, vamos presenciar a muitas demolições criminosas e com motivos espúrios. Tanto o Condephaat e o Conpresp ficam presos por suas ações e missão por razões dos fatores supracitados.
Há outro problema. Muitos proprietários de imóveis interpretam uma ação de tombamento como se fosse uma sentença de prisão perpétua sem recurso. E claro que o problema cultural com preservação se dá ,em parte, porque o proprietario nao ve o valor econômico em preservar o bem. Acrescente se a isto ao fato que não ha uma indenização financeira em manter o imóvel com características preservadas. Novamente, a falta de recursos.
A preservação de patrimônio imobiliário e uma ação que afeta várias partes intrinsecamente ligadas ao bem afetado , o poder público, o proprietário de direito, a população que frequenta o entorno. Qualquer ação de tombamento ou transgressão de preservação deve levar em conta todos estes constituintes.
Reforçando a importância econômica de preservação de imóveis…..
Um pequeno exemplo prático.. A antiga prefeitura de Boston, localizada em School Street, a esquerda após o cruzamento entre Tremont Street e Beacon Street. A prefeitura nova foi erguida quadras acima, na Cambridge Street próximo ao Scollay Sq ( Concreto e Tijolo Exposto, uma monstruosidade ). Ao lado oposto a antiga Prefeitura, ha um antigo hotel, o Parker House. Bom a antiga prefeitura virou por muito tempo, preservada, em um sofisticado e caro restaurante Francês , o Maison Robert. Hoje é um restaurante de carnes. https://en.wikipedia.org/wiki/Old_City_Hall_(Boston) Alias, tombado, ainda assim pagaram USD 30 milhoes pela edificacao em 2017. Claramente, o edifício manifesta seu potencial econômico, preservado, ou não mereceria tal soma de dinheiro em transação de compra e venda..
Duas curiosidades sobre a estreita e pitoresca rua. A primeira, ali houve um Massacre entre tropas britânicas e a população, o famoso Boston Massacre. O Hotel Parker House, com seus diminutos quartos, empregou o Líder Comunista Vietnamita Ho Chi Minh muito anos antes da guerra no Vietnam, na qualidade de empregado de mesa ( busboy ).
A cidade gera muita receita em turismo, pois o seu centro e alguns bairros ( Beacon Hill, Downtown, Back Bay, North End, South End, Bay Village, Chinatown, Leather District, Piers, Charlestown, Jamaica Plain, Fenway, Government Center ) sao prazerosos de caminhar e atraem hordas de turistas o ano inteiro, turistas os quais querem ver uma cidade preservada, entre outras atrações. Nao e NYC, ou Orlando, ou qualquer cidade cheia de armadilhas para turistas ( a única armadilhas turísticas oficiais de Boston, além do Duck Boat, o bar Cheers na Beacon St, e a Union Oyster House ).
Em suma, a visão do Empreendedor Paulistano e distorcida, ela so vê lucro com a derrubada e reerguimento de prédios, deixando a preservação para pificas ações governamentais. Alias se nao fosse o Governo, nas esferas municipais, estadual, e federal, muito do que ainda restou em edificações estaria abaixo reduzido a entulho.
Olá, Douglas. Eu não sei qual é o Palacete Santa Helena nas imagens,. Aliás, acho que não conheço nada sobre ele. Vc pode apontar na imagem? Abs
Na foto colorida o Palacete Santa Helena vem imediatamente após o Mendes Caldeira (atrás) com sua face virada para a Catedral da Sé, trata-se de um prédio largo e baixo.
Edifício Mendes Caldeira: Quando foi construído, critiquei a falta de visão dos urbanistas da época, pois, eu já achava que as duas praças, isto é, a da Sé e a Clóvis Bevilaqua deveriam se constituir num só espaço. De vida curta precisou ser desapropriado e implodido! Palácio Monroe: Conheci, lá assistindo uma seção do Senado em 1949. Projetado e construindo para a Exposição Universal de Saint Louis, nos Estados Unidos em 1904, e ser desmontado para reconstruí-lo no Rio de Janeiro, o que foi feito com grande sucesso. Um dos marcos da arquitetura brasileira foi demolido na década de 1970 com o beneplácito de Lúcio Costa e apoio do presidente Ernesto Geisel. Conclusão: Nos dois eventos a comprovação de ações resultantes do império da mediocridade sem fim, que persiste em dominar os destinos deste nosso Brasil!
Me tira uma dúvida? Esse Edifício Mendes Caldeira por acaso é aquele prédio que possuía placares luminosos no térreo e que foi mostrado no filme “O Bandido da Luz Vermelha” de 1968?
Caro Douglas Nascimento, só hoje descobri seu site acho de extrema importância a preservação de nossa memória, colaborarei assim que puder. Quanto ao Mendes Caldeira, eu era office-boy à época e entrava e saía a serviço quase diariamente desse edifício, senti muito a demolição. Concordo com um dos comentários aqui, sobre o abandono em que se encontra a nossa querida Sé, assim como todo Centro Velho. Sou pelos Direitos Humanos e acho que todos devem viver com dignidade, não jogados e abandonados como vemos, acredito que há formas e recursos (afinal São Paulo não é a “locomotiva” do país) para implantar projetos de moradia e abrigo assistencial no caso de drogados e sem truculência policial para tirar essas pessoas dessa condição e manter a cidade turística, aprazível e segura.
Como já foi bonita(linda) a Praça da Sé, mesmo com os prédios e pontos de ônibus! Hoje…nem vou dizer o que parece para não ofender ninguém…
A cena da demolição do Mendes Caldeira chegou a ser usada numa esquete do Os Trapalhões em 1977 (o primeiro ano do programa na Globo), em que, para variar, o Didi se deu bem, e o Dedé, o Mussum e o Zacarias (tentando enganá-lo) se deram mal (com o Dedé e o Zacarias com fuligem preta, e o Mussum com fuligem branca).