Ecletico’s Bar – Rua Augusta

Boca Club, Eclético’s Bar, Love, estes são apenas alguns dos nomes de alguns conhecidos points de lascívia que a rua Augusta está dando adeus nos últimos meses de 2011.

Todas estas boates, em grande parte decadentes e alguns ocupando imóveis centenários em péssimas condições, estão dando lugar a uma nova “Baixo Augusta”, com menos inferninhos e mais edifícios residenciais e escritórios, para a alegria de alguns e tristeza de outros.

fachada do antigo Ecletico´s Bar pouco antes de sua demolição

Quem anda pela rua Augusta de ponta a ponta sabe que ela é um logradouro de extremos. Do lado dos Jardins é repleta de lojas de e vários estabelecimentos chiques, acabando na avenida Europa, famosa por suas lojas de carrões importados. Do outro uma rua Augusta que mescla desde cinema até famosos pontos de encontro do underground paulistano e também suas bem conhecidas boates e casas de massagens.

A revista São Paulo, que é encartada aos domingos junto com o jornal Folha de S.Paulo fez uma excelente reportagem sobre o fim do inferninhos da região. Abaixo a capa da edição.

Crédito: Folha de S.Paulo / Divulgação

A primeira mudança começou lá no ínicio da rua com o fechamento e transformação do antigo Hotel Cad’Oro. Poucos apostavam que este primeiro passo daria o pontapé inicial para uma série de empreendimentos nesta parte da rua Augusta.

Nem toda mudança é favorável aos defensores da memória. Em dezembro de 2010, o histórico sobrado de 1913 da esquina da Augusta com a rua Dona Antônia de Queirós, não resistiu à especulação imobiliária e veio abaixo. Como não era tombado e estava em avançado estado de deterioração, sucumbiu em poucos dias.

um cenário de destruição

Outro lugar que está sempre em constante perigo é o terreno do antigo Colégio Des Oiseaux, cujo colégio já foi desativado e demolido há décadas, mas seu bosque está tombado desde 2004 pelo CONPRESP. Fosse o poder público mais ágil e eficiente, os moradores da região já poderiam estar se divertindo pelo parque.

Aos poucos, os antigos inferninhos da Augusta vão deixando a cena. Muitos deles ocupam sobrados já centenários. E eles, que já resistiram a agentes do Psiu, policiais, fiscais corruptos e até a prefeitos moralistas simplesmente não conseguem resistir ao poder da especulação imobilária, cuja força parece não ter limites.

Veja mais fotos dos imóveis (clique para ampliar):

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Casa – Rua Juruá, 55

Não se deixem levar pelo bom estado de conservação desta casa. Apesar de intacta ela está desocupada há algum tempo e corre sério risco de demolição.

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Respostas de 14

    1. Como saber das histórias das boates da rua Bento Freitas no ano 1970, 1972, 1973.
      Quem era o gerente. Porque hoje não existe mais nada. Tem algum local de pesquisa. Porque minha tia Lourdes era funcionária, como gerente e trabalhou anos. E nunca mais eu tive notícias dela. Talvez eu possa saber o que aconteceu. Ou se algum dono aínda vive. Mais curiosidade, saudades. Eu voltei e fui na Bento Freitas com o meu marido. Mas, está tudo acabado, não tem nada mais.
      Obrigada

  1. Primeiro chegam os boêmios e os artistas, depois o lugar vira cult e começa a atrair restaurantes e boutiques, depois chegam os empresários e as incorporadoras para expulsar os artistas & boêmios.
    .
    Já aconteceu com o East Village em Nova York, agora está acontecendo com a rua Augusta em São Paulo.

    1. Sr. Freitas

      Peço aos céus que o que aconteceu no East Village ocorra também na Rua Augusta. Chamar os frequentadores
      daqueles locais de boemios e artistas me parece um exagero. O que eu vejo aos domingos de manhã quando passo por lá é um bando de desajustados, remanecentes da noite de sabado, se encharcando de cerveja e consumindo drogas abertamente.
      Para não falar da extraordinaria quantidade de lixo que é jogada nas rua. Um cenario deprimente.

      1. Concordo, moro bem perto do local, e é um lixão nas manhãs…estão dando uma boa limpeza na vizinhança.

  2. As mudanças (demolições) são tão rápidas que as imagens do Google ainda mostram, logo abaixo destas casas, um sobrado no meio de 2 estacionamentos que não existem mais! Tudo foi incorporado para construção de um grande condomínio. Fica aí uma sugestão de pauta interessante (e triste): mostrar como o Google retratou e coloca na rede hoje uma cidade já bem diferente da real.
    Abs

  3. Sou um libertário extremo, frequentador da Augusta, incluindo seus ambientes mais imorais, digamos assim, também odeio essa especulação e esse aburguesamento da rua,mas digo com extrema certeza: o ecleticos não fará falta alguma! Um antro de junkies terminais patéticos que se julgavam heróis e rebeldes.

  4. A verdade é uma só… hoje em dia a mídia só fala em “revitalização da Augusta” porque são os riquinhos endinheirados que redescobriram a mesma, DU-VI-DO que se em vez desses fossem frequentadores o pessoal da periferia de qualquer parte da cidade os caras iriam manter o mesmo discurso, com certeza iriam dizer que a Augusta continua sendo a boca do lixo.

  5. Deus do céu! Foram casas tão bonitas! Antes da demolição já estavam totalmente descaracterizadas- e para pior, muito pior! Como é que pode isso, gente?!

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