São Paulo é uma das maiores cidades do mundo e tão grande quanto suas dimensões e população também são seus problemas. Dito isso poderíamos imaginar que o nosso legislativo municipal deve levar aos munícipes propostas para melhorar o nosso cotidiano. No entanto o ego e o baixo nível cultural de muitos de nossos vereadores levam a câmara a perder tempo com propostas que não contribuem em nada para a nossa sociedade.
Eis que agora o vereador João Jorge (MDB) político que fincou raízes no bairro paulistano da Mooca, mas que é forasteiro e com longa carreira política em Americana (SP), propôs, em 2023, um projeto de lei (PL) que muda o nome do já largamente conhecido Viaduto Diário Popular, na região central de São Paulo, para Viaduto Maria Sylvia Doria, uma pessoa que passaria totalmente ignorada pelos paulistanos não fosse o seu sobrenome. A pretensa homenageada é mãe do ex-governador de São Paulo, João Doria Jr, um dos padrinhos políticos do vereador que fez o PL.
João Jorge é conhecido por suas propostas pouco relevantes para o legislativo municipal. Em seus mandatos fez diversas sugestões inúteis como de mudar a bandeira da Cidade de São Paulo, a qual julgou em justificativa que a bandeira “acanhada, pouco representativa” (palavras dele) o que demonstra um preocupante desconhecimento por parte do vereador da heráldica e história paulistana. Seu mandato é repleto dessas propostas de mudança de ruas, praças e afins e pode ser consultado clicando aqui.
A sugestão de dar o nome de uma pessoa a um importante viaduto paulistano a uma mulher, que com todo respeito que ela merece, só é importante de fato para a família de um político (no caso o João Doria Jr) mostra que o coronelismo ainda se faz presente até mesmo em grandes cidades como São Paulo, pois essa mudança em nada contribuiria para o cotidiano paulistano, ou pior, só traria transtornos com muita gente se atrapalhando com esta eventual mudança de um viaduto tão fundamental para o ligar o Brás à região da rua 25 de Março e arredores.
Tal ideia, estapafúrdia e demagógica, lembra os políticos da época da ditadura militar que usavam a inexistência de um debate lógico e coerente na cidade para batizar ruas, praças e avenidas com o nome de seus genitores. Basta se recordar de importantes vias de São Paulo como a avenida Salim Farah Maluf e o complexo viário Maria Maluf que são os pais do ex-governador Paulo Maluf e a avenida dona Belmira Marin, que só recebeu essa honraria por ser mãe do ex-governador José Maria Marin, igualmente proposto por um colega, no caso o então prefeito Antonio Salim Curiati.
Desta vez a ideia é tão despropositada e mal planejada que o vereador sequer pesquisou o nome dela do cadastro municipal de logradouros, pois iria descobrir que já existe uma homenagem a ela desde 1999, a praça Maria Sylvia Doria, no bairro do Morumbi. Só isso já seria um impeditivo para a mudança de nome do viaduto, uma vez que existe lei na cidade que proíbe mais de uma homenagem.
Fica evidente o quanto são despreparados alguns dos nossos legisladores municipais, como João Jorge, eleito pelo povo para trabalhar pela cidade mas que prefere, infelizmente, se valer de medidas que nada melhorará o cotidiano de seus eleitores.
Uma resposta
Simplesmente…e um inutil…mais inutil ainda,e quem votou nele.