Cemitérios de São Paulo estão perdendo sua história

Não é de agora que o Instituto São Paulo Antiga bate na tecla da preservação do acervo histórico cemiterial da cidade. O leitor que estiver a mais tempo nos acompanhando vai se lembrar de reportagens feitas em 2018 e 2019.

O desrespeito à memória dos paulistanos que já se foram, ilustres ou não, já é praticamente irreversível em boa parte dos casos. Mausoléus como do ex-presidente Washington Luís e Monteiro Lobato, por exemplo, ambos na Consolação, hoje em dia só são reconhecidos por aqueles que já frequentavam o local para visitar há um certo tempo.

Escultura de São Francisco em mausoléu do Cemitério São Paulo, restaram apenas os pés (clique para ampliar)

O interesse da Prefeitura de São Paulo em privatizar o serviço funerário da cidade, em especial a administração dos cemitérios, vem desde o início da gestão do então prefeito João Dória (PSDB) e continuou com seus sucessores, o já falecido Bruno Covas (PSDB) e o atual Ricardo Nunes (MDB).

Enquanto a privatização não vem o Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP) parece ter desistido de vez de controlar os furtos de bronze e ferro nos cemitérios da cidade. O resultado é desolador e escancara o descaso do poder público com nossos entes queridos que já partiram e também com a história de São Paulo que se revela através da arte tumular.

No vídeo abaixo fazemos um breve tour pelos cemitérios São Paulo e Araçá para mostrar a vergonhosa situação em que eles se encontram, assistam:

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Respostas de 8

    1. Até certo ponto, isso é verdade. Quanto mais se cresce um lugar, mais fora do controle fica. O que seria necessário era justamente uma preocupação com determinados nichos de segmento, seja cultural, de saúde, de segurança, etc, para poder acompanhar o andamento e prevenir situações.
      O que é gritante, pra mim, é que esse tipo de matéria é recorrente, ou seja, já aconteceu muitas vezes, todo mundo fica penalizado/horrorizado e…nada! Vai acontecer outra vez e outra vez e outra vez…

  1. Familias devem processar a administracao do cemiterio, a entidade mantenedora ( seja o Estado ou o Municipio ) por danos, exigindo restituicao das obras e obrigando-os a aumentar a vigilancia.

    Se as pessoas ferirem o bolso do responsavel, eles tomarao iniciativas.

  2. Os bandidos têm todo o tempo do mundo para “trabalhar”. Ninguém sabe de nada, ninguém viu nada.
    Uma cidade enorme como a nossa e não se cria nada de concreto para evitar tais situações! Aliás, nós temos um prefeito? Ninguém sabe, ninguém viu…

  3. Bom dia.
    Excelente reportagem e ótima ideia de solicitar o tombamento dessas necropoles.
    A atual situação em que se encontram, não revela o descaso do poder público com o patrimônio religioso, cultural, artístico e histórico da cidade e do Brasil?
    Sou Diretor do MDCC – Movimento de Defesa do Cemitério da Consolação, que reune Concessionários lesados e preocupados com a situação dessa necrópole.
    Tivemos várias reuniões do SFM – Serviço Funerário Municipal e no Ministério Público – 3ª PJMAC IC 716/14, Promotor Dr Geraldo Rangel de França Neto, solicitando providências, sobretudo em matéria de segurança. Foi obtida presença da GCM e segurança noturna.
    O Cemitério da Consolação é o primeiro de nossa cidade e tem 202 obras de arte tumular devidamente catalogadas pelo Departamento de História da USP e considerado pelo Promotor do MP como verdadeiro “museu a céu aberto”.
    Estamos ao dispor da reportagem no que pudermos colaborar.
    Atenciosamente
    Francisco Gomes Machado Diretor de Imprensa do MDCC – Movimento de Defesa do Cemitério da Consolação
    mdccspbr@gmail. com

  4. Lamentavelmente, aqui em Belém, a situação é a mesma, o descaso se repete, na sepultura da família já aconteceu duas vezes depredações e vandalismo.

  5. Vale a pena conferir o estado em que encontra o mausoléu da Sociedade Esportiva Palmeiras no cemitério da Araça. No mausoléu estão sepultados, entre outros, o folclórico torcedor João Gaveta e o treinador uruguaio Ventura Cambon. Arrancaram quase tudo. Só as placas de bronze, na época que eu visitei, estavam no lugar.

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