Este belo casarão do Jardim Paulista pode, segundo vizinhos, estar com seus dias contados.
Erguido entre as décadas de 30 e 40, este casarão é um dos vários localizados na Avenida 9 de julho, onde muitos deles estão vazios com placa de “aluga-se”, e outros foram bastante desfigurados de sua arquitetura original.
O abandono sugere que realmente ela será demolida num futuro próximo, pois não há muita preocupação em selar a porta com blocos como fazem em imóveis que ficarão fechados por muito tempo.
Construído em estilo eclético, este imóvel esbanja, mesmo deteriorado, luxo e bom gosto. Uma construção harmônica e dotada de belos azulejos de decoração em seu anterior, além de lindos vitrais e portas largas e corredores espaçosos.
Nos últimos anos antes de ser abandonado o imóvel foi utilizado para fins comerciais. Segundo uma matéria publicada pela revista VEJA São Paulo em 30/07/2008, a mesma foi vendida pouco antes da reportagem e desde então os novos proprietários aguardam uma licença para iniciar a reforma.
Terão eles desistido ou são vítimas da burocracia do poder público ?
Veja outras fotos deste casarão (clique para ampliar):
Atualização – Abril/2013:
Nós não erramos a fotografia. Trata-se sim do mesmo imóvel, ou pelo menos de parte dele. Em 2011, após alguns anos de incertezas o imóvel foi completamente desfigurado e transformado neste outro, completamente diferente, da fotografia acima.
A propriedade é um bem particular, e se a construção não é tombada o dono pode fazer o que achar melhor. Mas não há como deixar de lamentar pela destruição do belo casarão eclético que havia no local.
Os belos azulejos, os vitrais, tudo foi removido. A construção nova não é feia, mas ao lembrarmos do que existia antes, é impossível não ter uma antipatia pela nova construção.
Respostas de 20
Não há o que falar! Muito se tem dito sobre essas mansões abandonadas. Infelizmente, essa é mais uma memória das décadas assinaladas que será demolida. tenho falado com alguns jovens sobre a história de nossa geração que vai ficando relegada e constatei que não estão preocupados com essa face de nossa geração. O que será do futuro?
Esses casarões neo-coloniais/estilo missões são normalmente desvalorizados. Num país onde não se respeita nem o patrimônio colonial e eclético, como defender os estilos mais recentes?
Trabalho perto deste casarão e sempre o admirei, é uma pena que uma construção que resalta o bom gosto em todos os detalhes está neste estado!
Concordo com o Denis, esse casarão é maravilhoso, de muito bom gosto, pena que nosso pais não valorize isso.
É, eu como amante de casarões e construções antigas, mansões, não nego em me abalar emocionalmente em ver tanto passado, histórias e glórias sendo destruidos pelo moderno, mas me pergunto, até que limites pode ir esse avanço? Estão acabando com o luxo do passado e o requinte de épocas, estão matando a história, pra que no lugar fique essa imbecialidade e horrendo modernismo.O avanço é necessário sim, mas preservar memórias se faz uma nação com base.
Casarão maravilhoso!! Estou sempre a procura de fotos de belissímas construções como essa! Se vc puder, eu gostaria muito de receber tuas fotos para ver!! Moro em Santa Maria RS. Estou estudando arquitetura, e estou começando um projeto maravilhoso, que é fotografar os casarões de minha cidade, e mostrar a beleza já esquecida!!
esse casarão me lembra algumas edificações militares antigas da marinha e da aeronáutica…
O proprietário está num bela enrascada. Não conseguiu alugar seu imóvel, ficou sem grana para recuperá-lo e não há interesse do mercado imobiliário porque se trata de Z-1. Como é região tombada, acho que ele não pode nem demolir.
Falou bem Geraldo ! Aqui no Brasil ou pelo menos em SP, Patrimônio Histórico “é roubada!” literalmente “uma roubada!” pobre proprietário que tem um patrimônio que de repente não vale mais nada financeiramente e o mercado imobiliário quer se manter bem longe, é o mesmo que o governo assaltar a conta bancária de qualquer um de nós ! infelizmente quem não conhece a triste realidade que é ter um imóvel tombado pelo PH só faz críticas aos proprietários mas não tem a menor ideia do que isto representa. abçs.
Esta casa foi totalmente reformada, com suas características modificadas e adaptadas para um fundo de comércio.
Digamos que ela não foi reformada ela foi destruída. Ali é hoje outro imóvel completamente diferente, só aproveitaram a estrutura… lamentável.
Na verdade foi construído um caixote no local.
Esta casa, muito provavelmente, foi construída ainda no tempo da rua Salvador Pires, que era a rua estreita que foi alargada para a construção desse trecho da Nove de Julho. Para lá da Brasil, era rua Chile até o alargamento. Eu me lembro que, até pelo menos o final dos anos 1970, havia terrenos avançando no alinhamento da avenida em alguns pontos, principalmente onde era rua Chile, entre a Brasil e a Groenlandia. Eram casas construidas aonda no tempo da rua Chile.
Derrubou-se um casarão de um estilo eclético referência de época e determinado gosto estético-social e construiu-se um “monstro” pseudomoderno, que, absolutamente, não é nada.
Só não concordo com a parte que diz que um bem particular não-tombado, o proprietário poderá fazer o que bem entender. Olha isso:
«É perfeitamente cabível a proteção ao bem de valor cultural,
esteja ou não tombado. Um bem pode ter acentuado valor cultural, mesmo que ainda não reconhecido ou até mesmo se negado pelo administrador. Como vimos, o tombamento é ato declaratório e não constitutivo desse valor: pressupõe esse valor; não é o valor cultural que decorre do tombamento.»
Hugo Nigro Mazzilli
(“A Defesa dos Interesses Difusos em Juízo”, Ed. Saraiva, 17ª ed., SP 2004, p. 20)
Glaucio,
Eu quis dizer que ele pode porque não há qualquer restrição legal, se tratando de um bem não tombado.
O que não quer dizer que é legal, pelo contrário. Mas que ele pode, pode.
O tombamento continua como uma medida importante e legalmente segura. Entretanto, segundo a própria Constituição Federal há outros meios de proteção LEGAL. E cada vez há mais entendimento de que o valor está no imóvel em si e não na existência de proteção legal. Se alguém tivesse oferecido um pedido ao Ministério Público alegando motivos para a não-destruição as chances de que o imóvel não tivesse sofrido descaracterização são muito grandes, mesmo jamais tendo sido tombado.
Lamentavel, destruição de belo exemplar da arquitetura residencial paulistana! Pausteurização, nesta altura temos poucos bons exemplos bem visíveis, o que se perdeu seria um belo diferencial, uma forma de se destacar do entorno!
A construção nova é feia, sim! Um frio caixote de concreto e vidro sem atrativo algum…
. pesquisa na internet mostrou que neste endereço localiza-se a JUCESP – Sindicato dos Administradores no Estado de São Paulo. No GM de 03/22 dá essa impressão: https://encurtador.com.br/gWY07