Casarão Cutrale / Antiga Delegacia do Belenzinho

Este antigo casarão da fotografia abaixo, localizado no número 489 da avenida Celso Garcia, é um belo exemplar da arquitetura de alto padrão paulistana do início do século 20 e está abandonado há vários anos.

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Sua história é bastante curiosa uma vez que ele foi conhecido no passado como Casarão Cutrale pois acredita-se que tenha sido construído no início do século XX pela família Cutrale. Chama a atenção o casarão pelas suas colunas jônicas, pelos ornamentos e o brasão na porta de entrada.

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Clique para ampliar / Foto: Luciane Ugolini

Posteriormente foi desocupado e transformado em delegacia, assim permanecendo por muitos anos até que finalmente a polícia ganhou um imóvel próprio na região.

Com o local abandonado desde meados da década de 1970, o imóvel foi ocupado durante a gestão da então Prefeita Luiza Erundina virando um grande cortiço, que só foi desocupado por volta do ano 2000. Desde então o casarão está vazio e deteriorando-se, como pode ser observado na fotografia abaixo de um dos vitrais da residência e também na galeria ao final do artigo.

Clique para ampliar / Foto: Phillipe Souza
Clique para ampliar / Foto: Phillipe Souza

A prefeitura prometeu em 2006, através da sua Secretaria de Planejamento, tombar, restaurar e transformar o local em um centro cultural para jovens. Nada disso até hoje aconteceu. O local hoje está quase que totalmente em ruínas, com o restauro – se um dia acontecer – ficando cada dia mais caro e complicado de se fazer. Posteriormente na gestão dos prefeitos Gilberto Kassab (PSD) e Fernando Haddad (PT) também houveram promessas de readequar o imóvel, nenhuma delas cumprida.

O nosso leitor Phillipe Souza esteve recentemente visitando o antigo casarão e ao entrar no local tirou muitas fotos de seu interior e também de outras áreas externas não visíveis pela rua.

É possível ver como é impressionante o descaso, o abandono e o desrespeito com o patrimônio histórico de nossa cidade. Será que se fosse no Pacaembu ou outro bairro mais nobre a prefeitura iria negligenciar desta forma ? Confiram abaixo.

Veja outras fotos internas e externas (clique na miniatura para ampliar):
Crédito das fotos: Phillipe Souza

Atualização – 06/11/2018:

Passam-se os anos e as promessas vazias continuam. Desde a primeira vez que se ouviu em restauração deste importante patrimônio público, em 2006, nada realmente foi feito exceto pela instalação de tapumes em 2016.

Se foram 10 anos para colocar tapumes, quantos anos serão necessários para o restauro ? Quem viver, verá! A foto abaixo é de 5 de novembro de 2018.

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Respostas de 34

  1. Mais dados sobre este imóvel:
    Os invasores de varios imóveis receberam um projeto na epoca de Erondina que construiu um conjunto habitacional vizinho. O imóvel foi destinado para ser um Centro Cultural, mas as verbas nunca foram liberadas, continuando abandonado.

  2. Aconteceu uma coisa nova (Ou rotineira, sei lá) A prefeitura alegou que as condições do imóvel estão totalmente abaladas e que dificulta qualquer tipo de restauro. Portanto é mais viável, demolir. O espaço será agregado ao malfadado empreendimento ao lado.

    Mais um casarão que mais dia, menos dia irá ao chão…

  3. O projeto da época da Erundina é uma das mais bem-sucedidas experiências de produção de habitação de interesse social em São Paulo, devido à inteligente relação do conjunto novo com o antigo, devido aos espaços livres, devido à relação com a rua e à escala geral do conjunto, que respeita o gabarito do entorno.

    O destino do casarão deve ser debatido com a população que mora naquele conjunto.

    Daria uma excelente creche para atender aos moradores.

    “Centro cultural” é um uso forçado para edifícios tombados (é sempre esta a primeira sugestão dada a um edifício cuja destinação não se sabe). Um uso mais relacionado com a população que já mora no conjuntinho tende a se sustentar com o tempo.

    1. falam tanto em “centro cultural” mas um casarão desse tamanho tem espaço suficiente para abrigar um posto de saúde… vale lembrar que diversas casas antigas acabam sendo transformadas em clínicas e consultórios médicos particulares…

  4. Existe um recurso de 1.500.000,00 de emenda parlamentar da Dep. Luiza Erundina para restauro do casarão. Cabe a Secretaria de Cultura captar este recurso.

  5. Alguém tem o telefone do responsável por esse casarão: Gostaria de apresentar um projeto cultural com 18 apresentações gratuitas do espetáculo em que trabalho, quem puder me ajudar, agradeço muito.

  6. ao inves de centro cultural poderia se tornar um museu mesmo….o numero de museus aqui na região é muito pouco. A construção merece um destino justo.

  7. Eu acho que o casarão cutrale merecia uma atenção especial,eu já entrei no cutrale e percebi o total descaso com a historia paulistana,é de dar dó!!!
    OBS:eu tenho várias fotos do interior do cutrale

        1. pois é Marcos, existe sim, morei lá do ano de 80 até a desocupação, eles realmente erraram na questão do número, nem era 489 com tbm não era 879 como citado. Mas o real número é 849, acredito que erraram a posição dos números.
          Apesar de ser um cortiço, como citado na matéria, foi no local em que passei a melhor fase da minha vida, existiam muitas famílias, tinham a parte dos fundos onde foram construídos mais quartos para moradia, mas o interessante era que TODAS essas famílias se transformaram em uma ÚNICA família, éramos UNIDOS. O local era conhecido tbm como “O Castelo de Grayskull”
          Tenho ótimas recordações desse local.

  8. Quando vi que o post se tratava de um casarão na Av. Celso Garcia, não pude deixar de comentar. É impressionante o descaso que a prefeitura tem para com o patrimônio histórico da cidade. Ou pelo menos, da minha parte da cidade. Sempre ouvi falar dos tempos gloriosos da Avenida Celso Garcia e de como ela era bonita e cheia de lojas “chiques”. Hoje em dia, a impressão que eu tenho é que a Celso Garcia é uma avenida “morta”. Muitos carros e ônibus circulam por lá, sem dúvida, mas os casarões abandonados ou invadidos, os cortiços e toda a sujeira que se acumula na rua me fazem pensar na Celso Garcia como uma terra de ninguém. É triste ver um casarão tão bonito como esse abandonado e entregue ao descaso. Espero que este pedacinho de história paulistana não seja demolido para virar estacionamento!

  9. Pra falar a verdade, nem um nem outro, porra de centro cultural? pra que uma merda dessas? A prefeitura tinha que leiloar o imovel para alguem que queira restaura-lo. Se eu ganhasse ele totalmente de graca, iria investir ate meu ultimo tostão nele.

    1. Se você puder postar umas fotos do andamento em que ele está atualmente, creio que será de utilidade para comparação. O que me preocupa mais é quando não reconstituem os vitrais originais, trocando-os por vidros simples, transparentes ou fumê.

  10. É um casarão testemunha sobrevivente da opulência da cidade e do estado de São Paulo no início do século xx.
    São Paulo, quando “descobriram que dava dinheiro”, foi aos poucos sofrendo com o crescimento desordenado, uma luta pela sobrevivência que perdura até hoje, e cada dia piora. Antigamente, as casas tinham começo, meio e fim.Foi-se o tempo…

  11. Olá Douglas, eu sou Biólogo Lucas Sobreira, parabéns pela.sua matéria sobre esse casarão, eu sempre passava em frente na época que os sem tetos moravam lá, sentia muita tristeza por ver um casarão com uma arquitetura histórica, sendo destruído e degradado daquela maneira, embora eu tenha a formação em biologia sinto uma atração e admiração muito forte por arquiteturas antigas, como se eu tivesse vivido a época fico fascinado quando vejo casarões antigos, espero que entre um prefeito que tenha, consciência de preservação e restaure esse lindo casarão, abraço fica com Deus.

  12. Douglas, tenho uma foto de meu avô paterno, integrante da extinta Guarda Civil, em serviço na Delegacia que então funcionava lá (30° Cincunscrição Policial). Está acompanhado de mais 4 policiais (suponho serem o delegado, investigador, escrivão e carcereiro). Mais tarde, mudou-se a denominação de “Circunscrição” para “Distrito”. E, durante o governo Quércia, a área do 30° DP foi dividida quando se criou o 81° DP.

    Como te envio a foto?

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