Residência do Cel. Juliano Martins de Almeida

Dando prosseguimento a catalogação do patrimônio histórico do bairro de Campos Elíseos, no centro de São Paulo, vamos hoje abordar um dos imóveis que por décadas esteve em situação de decadência e hoje encontra-se totalmente preservado, no número 1239 da rua Guaianases.

clique na foto para ampliar
clique na foto para ampliar

Projetado em 1914 e inaugurado pouco depois, o casarão foi construído para ser a residência do Coronel Juliano Martins de Almeida. Instalada em um área nobre de São Paulo, tinha como vizinhos próximos os cafeicultores Octaviano Alves de Lima e Elias Chaves, além do senador estadual Dino Bueno.

Em uma área de 1.173,00 m², sendo 797,74 m² de área construída, o casarão foi construído como um chalé urbano, em estilo eclético, e com o emprego de técnicas construtivas e elementos arquitetônicos e decorativos que, à época, havia menos de vinte anos que se tinha iniciado os seus usos na cidade e no país(*1).

clique na foto para ampliar
clique na foto para ampliar

Além de militar, o Coronel Juliano Martins de Almeida era um renomado criador de cavalos, muitos deles sempre participando de corridas no Jockey Clube. Alguns eram vendidos em seu haras para outros aficcionados pro grandes somas de dinheiro.

Com a decadência que chegou ao bairro, a casa foi vendida para outros proprietários sucessivamente, o que acelerou o processo de deterioração do imóvel. Nos anos 70 a 90 a casa estava bem degradada e funcionava como um cortiço.

clique na foto para ampliar (Crédito: Olympio Augusto Ribeiro)
clique na foto para ampliar (Crédito: Olympio Augusto Ribeiro)

Mesmo recebendo o tombamento, o imóvel continuou em péssimo estado de conservação e teve seu interior quase que completamente destruído pelos habitantes do período que funcionou como cortiço. Em meados dos anos 2000, a empresa Porto Seguro adquiriu o imóvel, que fica diante de um de seus edifícios, e iniciou o processo de recuperação.

A restauração, executada entre os anos de 2006 e 2007,  foi realizada pela empresa de Olympio Augusto Ribeiro, a mesma que atualmente restaura o casarão vizinho, também agora propriedade da Porto Seguro. O projeto civil foi feito em conjunto com o arquiteto Renato Siqueira e a obra em parceria com RC Empreendimentos.

clique na foto para ampliar
clique na foto para ampliar

Uma vez restaurado, o imóvel passou a servir como uma biblioteca para corretores da Porto Seguro. A revitalização do imóvel seguiu a inspiração do Palacete de Dino Bueno e serviu de impulso para novas aquisições e restauros pela empresa nesta região.

Seria muito interessante se mais empresas tivessem este caráter empreendedor aliado ao espírito de preservação de nosso patrimônio histórico, não é mesmo ?

Fonte: Olympio Augusto Ribeiro

(*1) Fonte: Olympio Augusto Ribeiro

Compartilhe este texto em suas redes sociais:
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Siga nossas redes sociais:
pesquise em nosso site:
Cadastre-se para receber nossa newsletter semanal e fique sabendo de nossas publicações, passeios, eventos etc:
ouça a nossa playlist:

Café Santa Efigênia

O Café Santa Efigênia foi uma empresa centenária, inaugurada por Arturo Francesconi ainda no século XIX resistiu por mais de um século até encerrar suas atividades no final dos anos 90. Conheça a história desta empresa e saiba um pouco mais sobre este imóvel.

Leia mais »

Respostas de 8

  1. Iniciativa bem adequada a uma seguradora. Bom investimento para a empresa com bons retornos para o bairro, para a cidade, para a memória dos que nos precederam.

  2. Maravilhoso palacete. Muito mais bonito do que certos prédios construídos ultimamente em nossa cidade.
    Hoje em dia se constroem prédios e mais prédios uns quase que colados com outros. Deveriam dar um basta nisso.

  3. Olá,
    Tão raras são essas iniciativas, que fico até comovida em ver essa excelente restauração, Que outras sigam o exemplo…

  4. É mesmo, Douglas. não apenas as empresas que preservam fazem um belo marketing, como existe um grande espaço para que restauradores esbanjem seus conhecimentos. A cidade só tem a ganhar quando as escolhas vão contra a corrente pecuniária do fácil, o difícil também dá lucro e muito mais “social’.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *