Armazém Demolido – Rua Padre Raposo, 1193

A Mooca é um dos bairros onde seus moradores são os mais apaixonados pelo local onde vivem. Sempre que caminho pelo bairro, em busca de imóveis e histórias interessantes para publicar aqui, me encontro com moradores que dão dicas interessantes sobre o bairro e desta vez não foi diferente.

clique na foto para ampliar
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Localizado no número 1193 da rua Padre Raposo, bem na esquina com a rua Tamarataca, este imóvel é um excelente exemplar da Mooca do início do século 20. Datado de 1923, 1926 ou 1928 (o último número da data no frontão não está muito legível) trata-se de um velho armazém da região, daqueles bem propícios para funcionar quitandas, mercearias ou mesmo um botequim de bairro.

Apesar de estar fechado há alguns anos, o armazém está até que bem preservado e conserva suas características originais. Até as portas comerciais são das antigas, um tanto mais estreita. Penso que se fosse meu, talvez restauraria e montaria um bar em estilo retrô, com balcões antigos.

1923, 1926 ou 1928 ? Clique para ampliar
1923, 1926 ou 1928 ? Clique para ampliar

Imóveis como este são relíquias paulistanas e são cada vez mais raros de encontrar, exceto em locais mais afastados e em bairros fora do eixo da especulação imobiliária. Devem ser preservados pois fazem uma leitura de uma época paulistana cada vez mais distante. Que este armazém permaneça onde está por muito tempo ainda.

Veja outra foto:

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Voltei no tempo ao fotografar este velho armazém! Lembro-me de quando era pequeno e ia visitar uma das minhas avós, no Brás, e havia uma mercearia muito parecida com esta bem na rua Cachoeira e eu costumava acompanhá-la pois sempre ganhava um doce. Dona Elvira comprava café moído na hora, e  a máquina enchia a embalagem até dar 250 gramas ou meio quilo. Vez por outra ela também comprava óleo de cozinha a granel.

Eram tempos mais simples, mas muito divertidos. Você lembra de coisas assim de sua infância? O que te dá saudades ? Deixe um comentário!

Atualização: Este imóvel foi demolido em janeiro de 2016

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Respostas de 22

  1. Eu também ia comprar café moido na hora para a minha mãe, na padaria do bairro. Também ia numa avícola localizada na vila gumercindo. Entrava lá e via aqueles bichos pendurados, sem entender a crueldade e sofrimento deles, nem imaginar que alguns anos depois não comeria mais animais ou seus derivados.

  2. Engraçado, aquì onde moro, falando de café, alem de ser vendido à granel, tinham duas opçoes, comprar os graos, de varios tipos (arabica, robusta, de varias origens e varias misturas) e inteiros obviamente (todo mundo tinha um mini-moinho em casa -na minha cidade era carinhosamente apelido de “macinino”), jà tostado ou ainda “verde” para se-tostar em casa segundo o proprio gosto.
    Tudo era vendido à granel, atè coisas que agora ninguem pensaria: massa de todos os tipos, biscoitos, atun, sardinhas, arenques, geleias, fruta seca ou embalada, atè tomates pelados!
    Agora que quase todos aqui tem uma pequena maquina espresso (tipo bar) em casa (estou falando da Italia ..) e compra aquelas “pastilhas” de cafè comprimido “estandard”, estao voltando de moda as velhas cafeteiras e a compra de graos de vario tipo a granel, com os “macinini” è claro, pra fazer em casa o cafè ao proprio gosto. Quem se lembra, como eu, de como era saboroso e perfumado o cafè assim feito sabe muito bem quanto a gente perdeu e quanto agora està ganhando voltando às velhas rotinas.
    Um abraço
    Gualberto

  3. O Armazém não está fechado, no local funciona a mais de 40 anos uma quitanda, porém, o estabelecimento será demolido em 2015 para construção de um estacionamento.

    1. Concordo contigo…… Neste local ainda funciona uma quitanda do sr. Antonio (japonês), o qual esta construindo um outro local para transferir o seu negócio na mesma rua tamarataca. Esta esquina foi comprada pelo proprietário de um estacionamento que quer aumentar o seu espaço e sera realmente demolida em 2015. Uma pena que isto acontença, pois estas construções fazem parte do bairro da mooca.

  4. Bons tempos.
    A gente comprava leite em vasilha de vidro. Comprava o tal do “filão” ou da “bengala”, cheirinho de café moído na hora, fresquinho. Muito legal ver esta construção antiga e lembrar coisas tão boas.

  5. Os moradores do bairro da Moóca, já deviam há muito tempo não deixar que a especulação imobiliária acabasse com o bairro. Ainda existem muitas casas bonitas e antigas e que devem ser conservada.

  6. NASCI E FUI CRIADO NA PE. RAPOSO NO N:1324 esse local da foto de fato era uma quitanda por muitos anos inclusive brincava com os filhos do dono e na rua tamarataca com a rua oratorio nessa mesma calçada havia um mercado municipal hoje um estacionamento

    1. Olá !
      Meu avô teve loja na Rua Padre Raposo, sei que era um imóvel de esquina e vendia tecidos.
      Será que consigo em algum lugar antigas fotos desta rua ?

  7. COMO E BOM VER QUE O QUE VIVENCIAMOS DE VOLTA MESMO QUE SEJA APENAS FOTOS . ESSA VOLTA AO PASSADO DE MAIS DE 55 ANOS MUITAS LEMBRANÇAS DE MEU TEMPO DE MENINO

  8. Bem,eu sou mais para 1926,a data no frontão.
    Quanto ao café, sim: minha mãezinha pedia para comprar café moído na hora(geralmente era Café Moka),além do pão estilo “bengala”,margarina Doriana,além do litro de leite em saquinho(tinha o tipo B(mais caro) e o tipo C.
    O óleo de soja também,ela pedia para eu comprar meio litro,no tempo das “vacas magras”,

  9. fico muito feliz em saber que os moradores são apaixonados pelo bairro … Eu moro na zona norte….e..meu pai levava os filhos no parque da luz …isto há mais de 34 anos atrás….comprávamos amendoim ,..e ele sempre fazia para nós bonés de folhas de arvore ……aquelas folhas grandes, e ai catavámos palito de fosforo no chão para a confecção dos bonés…e o passeio sempre era divertido….
    ……..me lembro também que eu ia passear com meu pai para santos …ia de trem, pegando o trem na estação da luz…ele deixava o carro próximo a estação da luz…(linda estação da luz)…ali na brigadeiro tobias..e passavamos o dia lá em santos.. visitando o aquário,…o monte serrat …quando era próximo as 13:00 ou 14;00hs, retornávamos a estação do valongo com destino a são Paulo…e subindo a serra de santos pela cremalheira sempre chovia ….. chegámos a noite…e incrível …o carro estava lá estacionado sem um arranhão….fechado…..também era um carro popular…1966..que se vc não tinha ….seu vizinho tinha….ou alguem de sua familia tinha

  10. Passo sempre pelo local e não vejo mais aberto. Só o botequinho do lado que faz o bicho permanece aberto. Nunca mais ví o jajaponês.

  11. Do que mais me lembro é de uma Adega onde meu pai comprava refrigerantes nos finais de semana e vinhos nas festas de fim de ano. Era tudo bem rústico, as prateleiras de madeira eram altíssimas e os funcionários “pinçavam” as garrafas mais altas pelo gargalo, com o uso de um instrumento na ponta de um cabo. Era bem legal. Um outra lembrança fortíssima de minha infância era o apito dos baleiros de vidro… alguns bastante grandes, com vários compartimentos… o vendedor ia rodando e enchendo uma das tampas de alumínio colocada em cima do balcão com as balas que íamos apontando. O som produzido pelo eixo dos baleiros é inesquecível.

    Abraço a todos.

  12. O pior é que passei ONTEM por ai e demorei para reconhecer o local, mas é uma pena que vai ser demolido, pois é uma construção de 89 anos e que merecia ser preservada.

  13. Esse armazém era do lado da casa da minha avo Deolinda que morava nuns sobrados uns passos em.direcao a rua oratório ai o hospital comprou tudo e demoliu eram casas dos anos 30…ali era uma quitanda e ao.lado uma loja de costura..

    1. Me lembro das casinhas com paredes beges e portoes marrom, la existiam o bar do sr Antonio (português), quitanda do sr Antonio (japonês), a Farmacia do Mauro, o açougue Valongo, etc.
      Creci e me criei nesse pedaço morei ate os 16 anos no 1216 da padre raposo!

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