12 incríveis postais paulistanos antigos

São Paulo é uma cidade que, como qualquer outra grande metrópole, sofreu muitas transformações ao longo do século 20. Porém, poucas cidades chocam tanto pelos contrastes entre o passado e o presente como a capital paulista.

Para mostrar o quanto esta transformações foram profundas (e nem sempre benéficas), fizemos uma seleção de 12 antigos cartões postais paulistanos do passado, produzidos entre 1921 e 1967,  para mostrar uma São Paulo que praticamente não existe mais.

1 – Cidade sem trânsito

Quem poderia imaginar, nos dias de hoje, uma vista tão tranquila e quase deserta da movimentada Avenida 9 de Julho ? No lado esquerdo do postal o Edifício Brasilar ainda em construção, e no lado direito ainda não existia o famoso Edifício Joelma.

Crédito: Divulgação

2 – Carros mais coloridos

Pode parecer bobagem, mas a ausência de carros das mais diversas cores nas ruas contribui com o visual frio e acinzentado da capital paulista. Neste postal do Largo do Arouche cor é o que não falta. Ao fundo, bem no horizonte, o Edifício Itália em fase final de construção.

Largo do Arouche

3 – Sai um cartão postal, entra outro

No mesmo lugar, dois ícones da capital paulista. No postal, a antiga e inesquecível Vila Normanda, um verdadeiro pedaço da Europa em São Paulo, ainda de pé, e que seria demolida alguns anos mais tarde, para a construção do Edifício Itália. Qual você prefere ?

Avenida Ipiranga

4 – A dor de um parque que sucumbiu

Responda rápido: Quantas vezes você desfrutou do Parque D. Pedro II ? Se você tem menos de 40 anos é bem possível que nunca tenha aproveitado. Uma área verde que tinha tudo para ser o mais belo parque urbano do Brasil, hoje tem horários que dá até medo de passar. Mas no passado, como mostra o postal a seguir, era um lugar com uma beleza de tirar o fôlego.

Parque Dom Pedro II

5 – Cadê as faixas de trânsito ?

Neste incrível cartão postal da Praça da Bandeira (peraí, cadê a praça  ?), uma amostra de que o trânsito paulistano já dava seus primeiros passos rumo ao caos, com a total ausência de faixa de pedestres, além de pessoas e carros trafegando para todos os lados sem muita orientação.

Praça da Bandeira

6 – A “Broadway” paulistana

A Lei Cidade Limpa, criada na gestão do Prefeito Gilberto Kassab foi bastante benéfica para a cidade. Mas é impossível não gostar da Avenida São João neste raro postal colorido da década de 60, e também não lembrar da Broadway em Nova Iorque.

Avenida São João

7 – Tardes tranquilas no aeroporto

Os mais jovens não tiveram este prazer, mas quem teve não esquece. Passar a tarde no café do Aeroporto de Congonhas observando o sobe e desce dos aviões devia ser uma grande diversão… para todas as idades.

Aeroporto de Congonhas

8 – Jardins do Museu Paulista

Neste belo postal colorido da década de 50 o calçadão do Museu Paulista, hoje uma meca para os skatistas, ainda não existia e ali era liberado ao trânsito de veículos. No lado direito uma publicidade de marca de cigarro nos jardins do museu.

Museu Paulista

9 – Onde estão todos ?

Neste postal Avenida Brigadeiro Luís Antônio da década de 20, uma via absolutamente deserta. No lugar do ruído dos ônibus articulados de hoje, apenas dois bondes circulando e algumas poucas carroças.

Avenida Brigadeiro Luis Antonio

10 – Um centro mais charmoso…

Embora muitos apreciem os modernos prédios paulistanos que foram construídos tanto na Rua Líbero Badaró, como na Praça do Patriarca, é inegável que a região era muito mais charmosa quando ainda existiam os Palacetes Prates e o antigo prédio do Mappin, que foi demolido para dar lugar a um arranha-céu de um banco.

Palacetes Prates

11 – O Palácio 9 de Julho

Na época deste postal, o magnífico Palácio das Indústrias tinha este outro nome. Porém o que mais chama a atenção nesta imagem é a beleza e a elegância da região, que foi arrasada com obras viárias mal planejadas, como o Viaduto Diário Popular. Será que veremos novamente a região tão bela como nesta imagem ?

Palácio das Indústrias

12 -Calçadas mais estreitas…

Por fim, neste postal da década de 30, um Largo São Francisco não muito diferente dos dias atuais. Se o prédio permanece o mesmo, as calçadas era um tanto quanto diferentes, muito estreitas.

Largo São Francisco

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Respostas de 35

  1. Que apresentacao fantastica….todas essas fotos fizeram parte da minha infancia e da minha linda cidade de entao. Pena que varias antigas construcoes foram demolidas para dar lugar `a esses edificios novos, sem significacao, ou historia pra contar. Um otimo trabalho de preservacao.. Obrigada !!!

  2. Olà Douglas! Muito interessante o seu servicio e, alem disso, com otimas perguntas. O que mais impressiona è o chocante constraste da area do Parque Dom Pedro e do prossimo Palacete da Industria, mas na verdade è toda aquela baixada ampla que vai da area ao redor do Mercadao atè alem da Avenida do Estado que sofreu uma brutal transformaçao; e estamos falando de uma area do centro que jà foi rica, bem construida e planejada e que agora nem è uma assombraçao do que jà foi.
    Outra coisa que um arquiteto estrangeiro (e pela precisao italiano, como eu) nao pode nao perceber è ainda a presencia relevante da arquitetura ecletica (e muitas vezes monumental) no centro de Sampa, embora os predios modernistas (em uma forma novamente monumental pouco praticada pelo racionalismo europeo) sejam maioritarios; presencia que faz o par com a quase ausencia de predios nem digo coloniais mas nem de inspiraçao portuguesa, com a unica excepçao da Faculdade de Direito perfeitamente inserida no Largo Sao Francisco ao lado de genuinos edificios historicos de finas lineas portuguesas.
    Neste sentido Sao Paulo parece mais uma particular (e unica) mixtura de centro-Europa “fin de siecle” e norte-America que uma cidade genuinamente luso-brasileira, e este fato è intrigante e deixa pensar.
    Mas afinal uma cidade è que nos fazemos dela e o que queremos dela; è o retrato do nosso modo de viver, pensar e ver a vida. Nos midias, na fabulaçao, o que passa è um tipo de inelutabilidade: è a economia que desenha a nossa vida, cidade comprendida, e o resultado desta affabulaçao è a nossa vida brutalizada junto com a cidade que vivemos, como o seu site todos os dia conta e testemunha. Nao quero passar por utopista “romantico”, mas nao è nada assim, podemos e temos que voltar a ser donos da vida que queremos viver, da cidade que queremos morar e a economia voltar a ser uma consequencia disto.
    Um abraço de Italia
    Gualberto Cappi

    1. Colega, o que acontece é que São Paulo não cresceu com planejamento, por culpa dos próprios políticos que administraram a cidade durante anos e anos que tiveram/tem como intuito o único objetivo de ganhar voto e para isso eles fazem obras ou autorizam as mesmas em qualquer lugar e de qualquer jeito, o resultado é o que vemos hoje.

  3. Tem idéia da altura da avenida Brigadeiro na foto 09? Moro há pouco na Avenida e não consegui reconhecer qual o local exato da foto. Obg!

    1. Mudanças profundas. São Paulo irreconhecível, em seus diversos períodos. Onde morei, próximo ao Riacho do Ipiranga, já poluído na década de 1970, era outro cenário, na década de 1940, com mulheres lavando roupa e pessoas levando os cavalos para entrarem no Riacho. Muita diferença! Diversos locais mudaram radicalmente.

  4. Infelizmente vemos projetos e mais projetos, quase sempre faraônicos e caríssimos, quando na verdade muita coisa poderia mudar pra melhor com medidas simples somadas umas às outras. O Parque D. Pedro II não precisa de grandes projetos, precisa somente ter aquele terminal de ônibus removido dali, ter a avenida do estado desviada para a margem, ter equipe de limpeza fixa, equipe de segurança fixa, um projeto de jardinagem decente, boa iluminação e ter o acesso interno ao metro aberto (coisa muito simples) e alguma intervenção nos baixos dos viadutos (enquanto eles não são definitivamente removidos) e “BINGOOOO”… teríamos de volta um dos parques mais cinematográficos do pais de forma simples e sem grandes percalços pra cidade.

  5. Nasci na época errada, Trocaria toda a modernidade e tecnologia de hoje para viver tranquilamente nesse tempo. Excelente post.

  6. Lindo trabalho. Eu sem ter vivenciado essas maravilhas, sinto falta. Agora imaginem aqueles que fizeram diversos passeios nesta época e hoje são obrigados a conviver com essa cidade vergonhosa e destruída por ambiciosos.

  7. Era muito bom passar as tardes de sabados no Aeroporto de Congonhas, Mais tarde trabalhei no local na Infraero…. e na Sata.. bons tempos.

  8. Saudades daquele tempo quando tudo era mais tranquilo, o povo educado e a violencia de hoje praticamente não existia

  9. Simplesmente fotos maravilhosas. Morei em São Paulo de 1961 à 1976, minha infância e juventude, e não consigo esquecer tamanha beleza. Pena que pouco, ou quase nada, é restaurado. Saudades.

  10. Nasci ao lado do Parque D. Pedro II, em 1963, e digo pra vocês, ainda criança percebia a chegada da Primavera com o surgimento das flores exatamente onde hoje está o terminal de ônibus. Aliás, a destruição do parque começou exatamente por volta de 1970, quando iniciaram as obras do metrô na Sé/ Clóvis, e os ônibus, que faziam ponto final lá, passaram para o gigantesco terminal construído no parque. Assisti isso de camarote, morando na 25 de Março. Ali terminou o parque. Que há de ressurgir um dia.

    Mas meu postal favorito é o 2, com o largo do Arouche por volta de 1969. Reparem na árvore gigantesca na frente do largo. É um chichá, árvore maravilhosa reconhecida com uma das maiores árvores da cidade. Vale a pena passar lá e abraçar esse colosso (chegaram a cercá-la com grades uns anos atrás, mas felizmente retiraram). Parabéns pelo trabalho sensacional que fazem!

  11. Douglas, muito obrigado pelo arquivo fotográfico que voce nos permite curtir. Amo preservar a memória e apreciar os costumes de um povo .

  12. Conheci muito bem o centro velho nos anos 50 e parte de 60. Foi isto mesmo!. Sexta feira, laz iamos encontrar com meu pai no Palacete Prates para um chopinho de final de tarde. Meus pais conversando e eu tomando um sorvetinho,olhando para o antigo Vale. Nao entendo porque demolirem estes palacetes. Super lindos, harmoniosos, magnifica arquitetura etc. Estudei na Escola Tecnica de Comercio Alvares Penteado na decada de 60, fundada no inicio do seculo passado deveria tambem ser fotografada interiormente para o deleite dos antigos alunos.

  13. Tirei meu RG no Palacio 9 de Julho nos anos 80 quando era delegacia (eu acho). Ainda nao existia Poupatempo. Ja era beeeem degradado ali mesmo com a policia la instalada. Hoje até que está melhor.

  14. Maravilha. Eu vivi essa época (estou com 78) anos de idade. Nessa época podíamos desfrutar dessa maravilha sem o perigo de assaltos que hoje vivemos. Mas é o fruto do progresso. Parabéns pelo trabalho.

  15. Como uma cidade como essa mudou tanto, como se pode perder tanta arquitetura bonita, uma excelente aprensentacao

  16. Muito interessante a história do palacete Prates. Sou descendente direto do Eduardo de Prates, sendo meu tataravô.
    O incrivel é que o Eduardo Prates, construiu isto tudo numa cadeira de rodas, pois ficou paralitico aos 30 anos. mas nem por isso deixou de fazer muito progresso. O que resta hoje á fazenda Santa Gertrudes, que foi de onde ele criou isso tudo. Referencia do ciclo do Café paulista e Brasileiro.
    Meus primos mantem ainda hoje a fazenda, e fazem um lindo trabalho de preservação, e utilização. http://www.fazendasantagertrudes.com.br

  17. Podia contar um pouco da historia do Largo do Arouche (Foto 2) e do Coronel Arouche de Toledo Rondon.

  18. Muito triste comparar esses postais lindos com o cenário atual de São Paulo – SP. A Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, um charme só. Outra avenida que não aparece nos postais, a Faria Lima, ficou um pavor só, por causa da ânsia de “modernidade”, toda cheia de prédios que representam o poder econômico, que é o que manda realmente. Ao fazerem o metrô na Paulista, nem um tijolinho dos prédios dos bancos foi tocado, enquanto que na Avenida Gentil de Moura, demoliram inúmeras casas, inclusive um quarteirão inteiro. Morei lá perto, na Rua Assungui, e da mesma maneira que os imóveis da região valorizaram com o metrô, apareceram pedintes e figuras suspeitas nas portas do mesmo, piorando o cenário local, que nos anos 1970 era uma delícia. Passeávamos, eu e a minha família ali no início da Cursino e na Rua Vergueiro com total tranquilidade. O Museu do Ipiranga também, outro postal de sonho, podendo se ver o prédio do atual Hospital Ipiranga ao fundo, no canto direito. Dá vontade de chorar de ver uma foto da década de 1940, na internet, com uma mulher lavando roupa no então limpíssimo Riacho do Ipiranga. E o Parque Dom Pedro, que na década de 1970 era outra maravilha, na década de 1980, mais precisamente em 1988, dava medo. Fui em um show em São Paulo, no bairro do Paraíso, e ao voltar, os amigos pegaram outro ônibus, dali para o centro de São Bernardo, enquanto que eu apavorado, fiquei esperando o ônibus que ia para o bairro da Pauliceia, para onde minha família pai havia mudado naquele ano (eu com profunda dor no coração), à meia noite, vendo a movimentação das ratazanas, em meio ao lixo do então decadente Parque Dom Pedro. Esperei o ônibus por um tempo que parecia uma eternidade, e ao surgir no deserto da noite, um Fusca táxi, fiz sinal imediatamente. Até se fosse uma bicicleta eu embarcaria para sair daquele local tenebroso.

  19. Desculpe se exagerei no último comentário, que não foi aprovado.Procurei narrar um pouco da minha vida, e de momentos que passei que não foram tão bons quanto os da minha infância, na década de 1970. A década de 1980, que se seguiu já não foi tão boa para mim, são os altos e baixos da vida. Mas, o pior já passou, felizmente. Lamento que São Paulo tenha perdido muito de seu encanto, já que vivi próximo ao Museu do Ipiranga e passei muitos momentos bons entre essa região, da Zona Sul da capital, mormente Ipiranga, Saúde, Aclimação e Centro. Não quis ofender carros populares, já tive alguns, e pessoas da família tiveram outros tantos, que se por um lado, não apresentavam super desempenho, eram fortes e de excelente manutenção. Vamos nos esforçar e sonhar que um dia teremos uma cidade melhor, mais segura e mais bela. Queria ter vivido nos anos 1920 e 1930, e conseguir uma máquina do tempo para voltar para os anos 1970.

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