Monumento a Giuseppe Verdi

Compositor de óperas do período romântico italiano Giuseppe Fortunino Francesco Verdi, ou simplesmente Giuseppe Verdi foi um dos maiores mestres da ópera e considerado um grande nacionalista italiano. Sua influência alcançou o mundo inteiro.

Aqui no Brasil, especificamente em São Paulo, foi homenageado inicialmente com uma praça no final do anos 1910 que levou seu nome no vale do Anhangabau.

Na imagem a Praça Giuseppe Verdi em fotografia de 1925, o monumento está ao centro (clique na foto para ampliar)

Pouco tempo depois da construção da praça, a comunidade italiana em São Paulo decidiu erigir ali um monumento que homenageasse o célebre compositor que dava nome ao logradouro. Para que isso se transformasse em realidade, foi criado o “Comitato Esecutivo per le Onoranze a Giuseppe Verdi”. Com isso foram dados os primeiros passos para a criação do monumento. Assim, em outubro de 1921, era inaugurado o Monumento a Giuseppe Verdi.

Na foto, o monumento em 2016
Na foto, o monumento em 2016

Obra do escultor ítalo-brasileiro Amadeo Zani, o mesmo autor de Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo, o monumento de Giuseppe Verdi é uma peça de bronze de 5,23 metros de altura e pedestal de granito. Somando-se a altura do pedestal e da escultura temos quase 7 metros.

Localizado até o início de 1948 na praça que leva o mesmo nome, o Monumento a Giuseppe Verdi era bastante conhecido pela população paulistana, especialmente dos que transitavam pelo trecho inicial da avenida São João ou por aqueles que frequentavam o prédio da Delegacia Fiscal.

Na foto vemos o monumento à esquerda e a direita a Delegacia Fiscal (clique para ampliar)

A remoção do monumento e a destruição da Praça Giuseppe Verdi deu-se em razão de em 1947 iniciarem as obras da construção da avenida que iria conectar a avenida Tiradentes ao Vale do Anhangabau, com a inclusão do famoso “Buraco do Adhemar”.

Com isso o monumento foi deslocado para o outro lado do vale do Anhangabau, mais próximo do Theatro Municipal, entre os famosos palacetes Prates (já demolidos) onde ele se encontra até os dias atuais.

Abaixo uma fotografia publicada em 1915 na extinta revista “A Cigarra” com algumas informações sobre o monumento antes de sua instalação:

O MONUMENTO A GIUSEPPE VERDI ATUALMENTE:

O monumento em 2016 (clique na foto para ampliar)
O monumento em 2016 (clique na foto para ampliar)

Quando se comenta a respeito do Monumento a Giuseppe Verdi são poucos os paulistanos que imediatamente sabem qual é e onde ele está localizado. Isso se deve justamente pelo fato do monumento atualmente estar quase escondido da população, cercado por grades e encoberto por árvores.

A localização é péssima para a contemplação da escultura, já que priva muitos dos paulistanos de poderem admirá-la. Desde que foi repaginado no final da década de 1980, o Vale do Anhangabau virou um gigante vazio. Muito cimento, poucas árvores e quase nenhuma ocupação cultural.

clique na foto para ampliar
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O problema de manter o monumento escondido acaba, por um outro lado, sendo benéfico a sua preservação. Ao contrário de todos os demais monumentos e esculturas presentes por toda a área do bulevar do Anhangabau, a homenagem a Verdi é a única que não se encontra vandalizada, apesar de uma pequena placa na base de granito ter sido furtada anos atrás.

Seria muito interessante ver esta obra transportada para um local de maior destaque, compatível com a história do mestre compositor que foi Giuseppe Verdi.

CURIOSIDADES:

1 – Há alguns anos atrás cogitou-se a mudança de local do monumento mais uma vez, para outro ponto do Vale do Anhangabaú. A ideia era posicionar a obra em uma das entradas da Praça das Artes, dando mais visibilidade a escultura, que está localizada em um ponto onde não é tão vista. O croqui abaixo mostra como ficaria o monumento com a transferência:

clique na imagem para ampliar
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2 – Poucos sabem mas Giuseppe Verdi tem parentes no Brasil, especificamente na cidade paulista de São José do Rio Preto. A empresa rio-pretense Rodobens foi fundada por seus descendentes.

VEJA MAIS FOTOS (clique para ampliar):

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Respostas de 15

  1. não sei se é verdade,uma senhora já idosa comentou comigo que as “cordas” da harpa seria de ouro

  2. Caramba! Como a praça era bonita! E, com o advento da estátua, deve ter ficado uma pérola!
    Mas…não é pra ficar bonito: vamos brincar de destruir tudo? Vaaaaammooooooossss…
    É claro que estou sendo irônico, mas, não dá para não se indignar com tamanha insensatez das “autoridades”.
    E isso em qualquer época. Se o monumento abordado está hoje protegido por grades, é por causa do óbvio: o vandalismo, que impera na cidade e que, se não tivermos Lei, vai continuar vandalizando por muito tempo.
    “A certeza da impunidade alavanca a criminalidade”.

  3. Douglas, parabéns pela matéria.
    Já foi feito um levantamento de quanto custaria restaurar todos esses monumentos?

  4. Este monumento deveria estar hoje na Praça das Artes. Porém a praça propriamente dita não existe, pois o terreno que deveria receber o paisagismo está totalmente murado e a população não tem acesso. O monumento passaria a ficar do outro lado do Vale do Anhangabaú, ao lado do antigo Cine Cairo (que já está degradado de novo).
    Olhem o projeto aqui, na parte esquerda ao lado do Cine Cairo:

    http://images.adsttc.com/media/images/5122/8eca/b3fc/4b64/c200/00b0/large_jpg/PA_CROQUI_02.jpg?1414463161

  5. É impressionante como a cada nova intervenção o centro velho da cidade torna-se cada vez mais decadente.

  6. Grato por compartilhar a história desse monumento. Eu trabalho há alguns anos no Edifício Martinelli, e pelas imagens acima, dá pra perceber o quanto alterado essa região do Anhangabaú.

  7. Parabéns pela matéria. Passei pelo boulevar hoje e a estátua está quase escondida mesmo…vale o passeio e principalmente, a história

  8. Triste demais a decadência do antigo centro de São Paulo. Num país no qual cada vez mais a cultura é colocada em último plano, até me espanta uma estátua em homenagem a um compositor erudito, de óperas, estar mantida. Seria justíssimo também fazerem algum monumento em homenagem a Heitor Villa Lobos, um dos grandes compositores do Brasil e do mundo. A TV Senado exibiu um magnífico documentário sobre ele: De Batutas e Batucadas. Sonhar não custa nada.

  9. Essa obra passa uma ideia de que ele transcrevia as peças ditadas por anjos para suas composições. Uma alusão à mecânica da Psicografia, e faz jus à riqueza de suas composições, como se ele trouxesse ao mundo as músicas de outras dimensões, permitindo-nos ouvir sons do Altíssimo. Trabalhei alguns anos no Edifício Conde Prates (que ocupa o local onde era o Casarão Prates) e a escultura sempre me transmitiu admiração, tanto pela homenagem como pela perspicácia do artista em incorporar essa visão na composição da obra.

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