Teatro Guarany

O Teatro Guarany é um dos locais de maior relevância na história de Santos. Por volta de 1876, um grupo formado por pessoas da sociedade santista fundou a Associação Theatro Guarany. O objetivo era construção de uma nova casa de espetáculo para substituir o antigo armazém situado no Largo da Misericórdia (atual Praça Mauá), que abrigava os eventos do município, mas não tinha condições de funcionamento adequadas, que gerava constantes protestos dos frequentadores.

Na foto, o antigo armazém situado no Largo da Misericórdia (atual Praça Mauá)
Na foto, o antigo armazém situado no Largo da Misericórdia (atual Praça Mauá)

Em 6 de junho de 1880, a Associação Theatro Guarany abriu inscrições para o concurso que escolheria o projeto arquitetônico para construção do teatro.

Garcia Redondo
Garcia Redondo

Dentre os inscritos, o vencedor foi o engenheiro carioca Manuel Ferreira Garcia Redondo, com um projeto de inspiração neoclássica. A execução ficou a cargo da serraria e carpintaria de Tomaz Antonio de Azevedo.

Benedicto Calixto era funcionário da serraria e foi o responsável pela pintura das paredes internas e do teto, além de um dos panos de boca do palco do teatro. Por esse trabalho, Calixto ganhou renome e a oportunidade de estudar na Europa.

Em 7 de dezembro de 1882, após atraso de 11 meses na obra por motivos financeiros, o Teatro Guarany, nome dado em homenagem a José de Alencar e Carlos Gomes, abria suas portas com a exibição do drama Mário, extraído do romance Marthe de Kerven, de Eduardo Capendu, adaptado curiosamente pelo autor do projeto, o engenheiro Manuel Ferreira Garcia Redondo.

Neste postal antigo, o Teatro Guarany nos primeiros anos do século 20 (clique para ampliar)
Neste postal antigo, o Teatro Guarany nos primeiros anos do século 20 (clique para ampliar)

Além de grandes eventos artísticos, o teatro abrigou manifestações abolicionistas, incluindo discursos de José do Patrocínio, palanque para atos republicanos e até cerimônias fúnebres, como no falecimento de Carlos Gomes (1896), quando seu corpo passou por Santos a caminho de Campinas.

Por volta de 1910, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia adquiriu o teatro. O imóvel passou por reforma, retomando suas atividades e recebendo expoentes da cultura brasileira, como Olavo Bilac (1917) e Júlio Dantas (1923).
Com a inauguração do Teatro Cassino Parque Balneário (1923) e do Coliseu (1924), o Guarany sofreu um duro golpe. Os dois novos prédios renovaram as exigências da burguesia cafeeira, que passaram a frequentar mais as duas novas casas.

O prédio serviu de ambulatório na Revolução de 1924. Foi concentração de oposicionistas ao regime de Vargas, na Revolução de 1932. Com o passar do tempo exibiu apenas espetáculos menores, sem grande projeção. Nos anos 50 sofreu profundas alterações em seu interior, onde foi instalado um cinema, bar e loja comercial, marcando o declínio do espaço.

Ficou assim até meados de 1980, quando a Santa Casa quis vender o imóvel. No mesmo ano o Condephaat decidiu pelo tombamento. Em seguida a este anúncio, um incêndio destruiu o interior da casa de espetáculos.

O Teatro Guarany no auge da decadência, em meados dos anos 1990
O Teatro Guarany no auge da decadência, em meados dos anos 1990

O imóvel permaneceu abandonado. Somente a partir de 1994, a Santa Casa leiloou o teatro, que foi arrematado por um comerciante por U$ 90 mil.

Em 2003, a Prefeitura de Santos desapropriou o imóvel e iniciou o processo de compra e recuperação total do Teatro Guarany, a partir do Programa de Revitalização da Região Central Histórica, o – Alegra Centro.

O teatro nos dia de hoje (clique para ampliar)
O teatro nos dia de hoje (clique para ampliar)
Detalhe da fachada (clique para ampliar)
Detalhe da fachada (clique para ampliar)

 

Serviço:
Teatro Guarany
Praça dos Andradas, 100 – Centro, Santos – SP
CEP: 11010-100
Telefone: (13) 3219-3828

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Respostas de 4

  1. Já fui nesse teatro em 2017, na Tarrafa literária de Santos e fiquei encantada com o prédio é lindo e fizeram um ótimo trabalho em modernizar as instalações e ao mesmo tempo preservando o prédio. Vale a pena a visita.

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