Sinagoga Kehilat Israel

As comunidades estrangeiras se espalharam pelos mais diversos bairros paulistanos. Além dos portugueses, italianos e espanhóis, temos árabes na região da rua 25 de março, russos e lituanos na Vila Zelina, japoneses na Liberdade, alemães na região de Santo Amaro (Colônia e Parelheiros) e muitos outros por ai.

Já os judeus, oriundos das mais diversas regiões da Europa e Ásia, se estabeleceram em uma grande comunidade inicialmente no bairro do Bom Retiro, que até hoje – mesmo com tantos coreanos por lá – ainda pode ser visto como um bairro judaico.

Judeus e coreanos em rua do Bom Retiro
Judeus e coreanos em rua do Bom Retiro

E as tradições judaicas estão espalhadas pelo bairro em estabelecimentos comerciais, como a Casa Búlgara e suas irresistíveis burekas, além de várias sinagogas. E aqui vou abordar uma sinagoga que é muito especial, tanto para aos judeus de São Paulo como para a nossa cidade: a Sinagoga Kehilat Israel.

Inaugurada há mais de um século, em 1912, a Sinagoga Kehilat Israel é a mais antiga do Estado de São Paulo. Posteriormente, fora surgindo novas sinagogas não só no Bom Retiro, como em vários outros bairros paulistanos. A comunidade expandiu-se muito também durante os anos da Segunda Guerra Mundial, quando muitos judeus europeus vieram para o Brasil fugindo da perseguição do regime nazista.

Algumas décadas mais tarde, a sinagoga ficou pequena demais e um novo prédio foi construído em 1954 na rua da Graça.

clique na foto para ampliar
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A nova e moderna construção foi construída bem na esquina das ruas da Graça e Lubavitch (antiga rua Correia dos Santos). Bastante arrojada, a sinagoga até hoje chama a atenção pelos sus traços arquitetônicos e também pelo interessante painel feito em pastilhas.

Apesar da beleza, a sinagoga da rua da Graça ficou vários anos sem a manutenção necessária e sua bela fachada foi se deteriorando, com vários focos de infiltração, além de várias pastilhas do mural se desprendendo, deixando um visual não muito bonito.

Em 2012 ela estava assim:

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Felizmente, em 2013 começaram uma ampla reforma não apenas na fachada mas em toda a sinagoga, visando a criação no local, de um centro de Memória Judaica que aparentemente ainda não saiu do papel.

A sinagoga durante a reforma e o restauro do painel (clique na foto para ampliar)
A sinagoga durante a reforma e o restauro do painel (clique na foto para ampliar)

Após a reforma, o prédio da sinagoga recuperou o seu belo esplendor de outrora. O que realmente atrapalha muito a observação do templo e do painel é a exagerada fiação aérea da cidade, que deixa a rua da Graça com uma aparência caótica.

Abaixo, outra foto da sinagoga já restaurada e a entrada do templo:

clique na foto para ampliar
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DECIFRANDO O PAINEL:

O que muita gente que passa diante da sinagoga e talvez não tenha ideia, é que o enorme painel que adorna a sinagoga é repleto de símbolos religiosos e traços da geografia de Israel e região.

Feito com pastilhas nas cores azul (vários tons) e branco, que simbolizam as cores nacionais de Israel, o painel apresenta vários símbolos da religião judaica, como a Torá, as Tábua das Leis, menorá, etc. A imagem abaixo apresenta para o leitor todos os símbolos presentes ali:

clique na foto para ampliar
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Além dos símbolos judaicos presentes, no lado direito se faz presente traços que representam um mapa estilizado de Israel. Começando acima pelo mar da Galileia, seguido pelo Rio Jordão, o Mar Morto e por fim a cidade de Eilat, no extremo sul de Israel.  Acima do painel e diante da cúpula, vemos uma chanukyá, que é um candelabro de 9 braços que é usado durante os dias do Chanuká (ou Festa das Luzes).

Na restauração há um breve detalhe diferenciando o painel antes e depois da restauração. O Mar Morto que antes aparecia de forma vazada, foi todo preenchido pois tinha uma semelhança a uma forca.

Quando estiver passando pela rua da Graça, não deixe de contemplar esta bela sinagoga e seu painel.

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Respostas de 23

  1. Ainda bem q vc respondeu antes q eu perguntasse sobre os detalhes do painel, como uma profunda tradição tatuada na modernidade

  2. Obrigada por nos manter informados sobre a nossa amada SP,moro no RS a 10 anos,todo ano volto pra matar saudades da minha cidade querida, sabe..fiquei tão emocionada lendo seus artigos sobre SP, e como se eu voltasse no tempo, minha infância…
    parabéns pelo teu trabalho lindo, por tanta sensibilidade.

    1. A beleza é o reflexo daqui que somos ou manifestamos,no seu caso suas palavras te refletem.

  3. Adorei sua reportagem e gostaria de acrescentar que a primeira boa reforma na década de 50 foi projetada pelo arquiteto Aron Raw.

  4. Eu gostei mais da primeira sede da sinagoga da foto de 1912 com as estrelas de David nas janelas, não sei se é porque a foto é preta e branca mas deu uma aparência meio sinistra e isso é um elogio, se bem que essa atual também não é feia.

  5. O bairro do Bom Retiro é, de forma geral, muito interessante e até que está bem cuidado, considerando outras regiões do centro degradadas, como região da 25 de Março,por exemplo.

  6. Olá, eu sou a victoria, aluna da universidade Mackenzie. Gostaria de saber se poderia visitar e tirar algumas fotos para o trabalho que estou fazendo. Aguardo o retorno, obrigada!

  7. Olá prof° Douglas Nascimento: Meu nome é Cleverton Epormucena, sou doutorando em teologia pela PUCPR. Estou pesquisando acerca das sinagogas, mais específico no século I e II d.C. Gostaria de saber se tens alguns materiais que poderia me indicar ou até mesmo documentos que relatem acerca da época. Preciso de comentários que também falem acerca de coo funciona a expulsão de uma sinagoga. Att. Cleverton Duarte Epormucena. Email: clevertonepormucena@yahoo.com.br ou clevertonduarte@outlook.com.

  8. Tov meod este documentário, não sabia que existia uma sinagoga tao linda , antiga e tal importante para o nosso povo Yisrael, gostaria muito de conhecê-la.

  9. Reverendíssimos Mestres! Publiquei um artigo intitulado A NUMEROLOGIA de SAMUEL em homenagem a meu avô Maurício Samuel, um Judeu França da Pátria de Rashi que teve uma das filhas casada com um Judeu desta Família. A Biblioteca Nacional o classificou como Judaísmo e Filosofia pois foi lançada as bases para se PROVAR cientìficamente a Interferência de uma MENTE INTELIGENTE nas escritas de alguns trechos da TORAH é assim ser-mos se CUMPRIR a PROFESSIA de ZEHARIÁ 8.23. Neste artigo a VERDADE é Incontestável pois apenas a OBSERVEI sem me desviar nem para a direita nem para a esquerda. Caberá aos Físicos Matemáticos avaliarem o grau de ENTROPIA é assim Comprovar o objetivo do artigo. Quem quiser recebe-lo gratuitamente mande seu e-mail para massamuel613@gmail.com SHALOM

  10. Com todo o respeito, a primeira foto nao se refere o local sobre o qual a materia fala. A primeira foto e’ de uma sinagoga em Piracicaba, O imovel ja’ foi demolido, mas as outras duas casas ainda estao la para comprovar. Outro fato e’ que na epoca do Corcel, que aparece ali no canto esquerdo da foto a rua da Graca nao tinha mais casas.

      1. Este e’ o endereco da foto de 1912, Rua Ipiranga, no centro de Piracicaba ( GoogleMaps), numero aproximado 800/832.

  11. Erro recorrente em vários sites. A foto antiga, na verdade, é do Círculo Israelita de Piracicaba (CIP), cujo prédio foi inaugurado em 05 de junho de 1927, como consta na fachada. FAVOR NÃO DIVULGAR MEU ENDEREÇO DE EMAIL.

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