Dar nome para ruas, avenidas e praças da Cidade de São Paulo é uma atribuição da Câmara Municipal, através de seus vereadores, que, teoricamente deveriam seguir algum tipo de critério técnico quando forem batizar algum logradouro. Isso é a teoria pois, na prática, atribuir os nomes das vias seguem na grande maioria das vezes critérios escusos por partes de nossos legisladores, que optam em usar esse poder que possuem para fazer uso político. Haja visto a recente tentativa de um vereador paulistano em rebatizar o Viaduto Diário Popular.
No passado, além da vereança, as ruas podiam ser batizadas pelos próprios moradores de uma via, até aquele momento, inominada. Geralmente os populares eram muito mais sensatos nessas escolhas e adotavam nomes locais, como o proprietário da região antes de ser loteada, alguma personalidade local ou até uma característica natural da região (exemplo: Ladeira Porto Geral). Mas, evidentemente, populares também erram e existiam ruas com nomes que hoje são inaceitáveis, a saber:
RUA MUSSOLINI
Recentemente fazendo uma pesquisa sobre a Vila Formosa e arredores em mapas antigos paulistanos, descobri algo que pouco (ou nenhum) paulistano conhece: uma rua que homenageava o ditador fascista italiano Benito Mussolini.
Localizada na Vila Mafalda, a rua Mussolini tinha esse nome desde a fundação deste bairro no início do século 20. A região pertencia e foi loteada pelo imigrante italiano Mateo Bei, originário de Lucca e que chegou ao Brasil em 1899, aos 19 anos de idade. O nome da região, Chácara Mafalda, é uma homenagem dele a uma filha.
Não é estranho, aos olhos daquele tempo, ver o nome do líder fascista italiano em uma rua. Antes de ser condenado e morto por suas atrocidades, o ditador da Itália era bastante admirado no Brasil pelos italianos radicados no país. Embora não tenha registros oficiais, é bem provável que o nome tenha sido dado pelo próprio Mateo Bei.
A rua manteve esse nome por décadas e só foi oficialmente atualizada pela prefeitura de São Paulo em 1980, através do decreto 16.693, quando passou a ser chamada de José da Rocha Vita. Diversas outras ruas da Chácara Mafalda também tiveram suas denominações alteradas, entre elas rua Gina (para Antônio André Rodrigues) e a rua Rui Barbosa (para Miranda Jordão). Abaixo você confere o mapa oficial da capital paulista para o ano de 1951 onde pode é possível identificar essa e as demais ruas alteradas:
HITLER TAMBÉM JÁ FOI NOME A UMA RUA DA CIDADE
O ditador italiano não foi o único nome de rua controverso que já tivemos em São Paulo. O líder nazista Adolf Hitler também foi nome de logradouro público por longos anos na zona sul da capital, precisamente no bairro do Campo Belo, junto com outros políticos e personalidades da Alemanha. Você pode conhecer esta história com detalhes, clicando aqui.
Respostas de 5
Monte de avenidas e escolas com nome inaceitável por aí: avenida Getúlio Vargas, Escola Municipal Ernesto Che Guevara, etc. Isso não vemos ninguém falar nada.
Getúlio Vargas foi um dos grandes líderes do Brasil, controverso sim, mas uma figura fundamental para a modernização do país. Figura nacional super válida em ter homenagens em ruas e outros locais. Já quanto ao Che a interpretação vai variar de acordo com a posição política de quem critica ou elogia.
Se Che depende de interpretação, Mussolini não segue a mesma linha? Ou não são ambos assassinos, trastes humanos? E o DITADOR Getúlio Vargas foi um baba ovo do….Mussolini… ora veja só….”grande líder”!!!!
Homenagens a Guevara. Recebm medalhas com nome de Napoleão (o Hitler francês); usam camisetas da foice e do martelo (regime que mais assasinou gente nonplaneta)… tem maluco pra tudo.
É triste ver nosso suado dinheiro ser desperdiçado com políticos como esse que se preocupam com nomes de rua para homenagear alguém, com tantos problemas a serem resolvidos.Constatei em outra reportagem há algum tempo que o percentual dessa prática é comum, mas não concordo que é fruto de baixa escolaridade mas sim falta de compromisso com o cidadão mesmo. O mais absurdo é ver um sujeito como esse ser reeleito com votos expressivos; a população não se dá conta de que são pagos por nós, não pesquisam nada etc. Revoltante!