Depois da nossa nova coluna sobre os sabores de São Paulo estrear por aqui, recebemos inúmeras dicas e sugestões de estabelecimentos tradicionais da cidade onde podemos comer bem. Hoje falaremos de um símbolo do centro paulistano que tenho a satisfação de ir sempre que estou pelas redondezas: o Restaurante Ita.
Localizado na estreita rua do Boticário, entre a avenida Ipiranga e o Largo do Paissandu, o Ita é daqueles lugarzinhos pequenos e escondidos que ao ser descoberto revela-se uma grata surpresa.
Aberto em 1953 e desde então no mesmo endereço e sem nenhuma grande mudança em seu visual e seu modo de atender e servir, o Ita é conhecido por seus fregueses como um lugar para se comer bem e a um preço justo.
Com um cardápio bastante variado, que vai do simples prato feito a receitas mais elaboradas, o Ita possui algumas comidas servidas em dias específicos da semana que são aguardados por uma legião de fãs, que aguardam um bom tempo de pé, na entrada do restaurante, para sentar-se junto ao balcão.
Sim, neste restaurante não há mesas e cadeiras. Apenas um balcão em “w” apenas com as banquetas que costumamos ver em bares e lanchonetes. Isso, ao invés de ser um ponto negativo, é um dos charmes do local. Já tive conversas incríveis com pessoas aguardando lugar ao meu lado. Com diretores de empresas, turistas estrangeiros e até skatistas.
Talvez por isso, o Ita é um lugar que além de eclético e aconchegante, passa a ser ótimo para bate papo com pessoas que você não conhece. Afinal os lugares por ali são bastante disputados, e se você for acompanhado nem sempre conseguirá sentar-se ao lado da sua companhia.
Os frequentadores mais assíduos são sempre gentis e não se importam de mover-se para um banco ao lado para que você se acomode melhor com seu amigo. Após terminar seu almoço, siga a etiqueta fundamental do freguês do Ita: pague sua conta e dê seu lugar para outra pessoa almoçar. Apesar de não ser uma norma, a grande maioria dos fregueses respeita a rotatividade do estabelecimento.
Com seu cardápio bem variado, o Ita tem alguns pratos que são bastante aguardados pelos clientes mais assíduos. Todas às quartas tem a tradicional feijoada, às quintas a carne tostada e as sextas – que é o dia mais concorrido – há o delicioso bacalhau da casa que é preparado de várias maneiras, como a Gomes de Sá, ao forno e à portuguesa.
Na hora de pedir sua bebida para acompanhar a refeição, deixe o refrigerante de lado e opte pelos sucos da casa feitos na hora, como limonada e suco de laranja ou peça pelo chá mate caseiro feito no próprio Ita.
As sobremesas do Ita são também uma grande atração. Não espere nada “padrão gourmet” ou com nomes estranhos que só servem para encarecer o tradicional. Ali, são sobremesas bem tradicionais da culinária brasileira e portuguesa, como arroz-doce (foto acima), pudim de leite condensado, manjar de coco com ameixa e o irresistível creme de abacate.
Além de todas estas delícias e do bom atendimento que é uma marca do restaurante, o Ita tem uma maneira muito peculiar e divertida de fazer sua conta na hora de pagar. Todos os balconistas e o proprietário estão sempre com um lápis na orelha e fazem a conta na sua frente, escrevendo no próprio mármore do balcão ao invés de gastarem papel. O vídeo abaixo mostra eles fechando a minha conta:
Se você quer comer bem em São Paulo em um lugar com preços justos, atendimento gentil e comida saborosa, o Ita é uma das principais sugestões do centro. Vale a pena à visita.
Veja mais fotos (clique para ampliar):
Serviço:
Restaurante Ita
Rua do Boticário, 31 – Centro (50 metros do Largo do Paissandu)
Telefone: (11) 3223-3845
Capacidade: 39 lugares
Funcionamento: Seg. a Sex: 10h às 20h – Sáb: 10h às 18h
Aceita cartões e vale refeição (consulte as bandeiras)
Respostas de 30
Algumas fotos do balcão – e apenas essas – me lembram o restaurante Salada Paulista, que ficava na Pça. da República e onde se comia de pé num longo balcão. Para mim, chegando na adolescência em meados dos anos 60, parecia uma delícia.
Quer dizer que a pressa paulistana não é coisa de agora…
Quem não comeu, almoçou no Salada Paulista, não conhece nada de gastronomia. Bons tempos, qdo.trabalhava na Rua Br.de Itapetininga e íamos almoçar no local.
É verdade Néstor! O Salada Paulista é para mim, a maior perda gastronômica que São Paulo já sofreu na sua história! Cachorro-quente inigualável.E o pudim de sobremesa? Lembro-me que já adulto, numa ilha espanhola, muitos anos apos o fechamento do Salada Paulista, comi um “flan” que lembrava aquela iguaria: mas não era igual ! Infelizmente!
Teria sua penúltima foto capturado o Nelson Triunfo escolhendo seu almoço?
Também pensei o mesmo, e acredito que seja ele sim.
É o próprio
Já fui algumas vezes aí, principalmente depois que o restaurante saiu no “Guia da Culinária Ogra” e em todas é impressionante como tudo é bom. A comida é deliciosa, o pudim de sobremesa uma maravilha e a jarra de suco completa tudo. Uma refeição completa aí, com toda a qualidade da comida não dá nem R$ 20,00.
Pra quem está de saco cheio da frescura da gourmetização, é um alento ir num lugar como o Ita.
Mudou muito. Comia nesse lugar quando era office boy em 1977. Era horrível, mesmo para a classe boyzística.
Trabalhei nas imediações do Ita entre 1999 e 2001 e o lugar, nessa época, tinha o apelido de “mosca frita”. Preferia almoçar no restaurante que havia (ou há ainda, não sei) no 1º andar, que servia a quilo. Pelas fotos, realmente, a coisa mudou muito. E pra melhor.
Na sua época, amigo, pois hoje em dia mudou e pra melhor!
Continua podre, aqueles pães embaixo do balcão eles reciclam, colocam em cima do balcão se vc não come guardam para o próximo cliente(vitma) nojentão…..
Fui com uma amiga e tivemos a infelicidade de encontrar uma barata andando embaixo do prato dela.
Fui lá hoje! Maravilhoso!
Eu também!!
Esse nome não me é estranho: “Ita”… se eu não me engano, quando eu trabalhava no Mappin da São João eu escutava falar muito nesse restaurante e diziam que lá tinha refeições a preços baratos, isso já em 1997…
nos anos 1960, existia um restaurante de massas, na rua atrás do Cine Coral….É possível pesquisar?
Ainda existe… fica na Basílio da Gama. Seu nome: Da Giovanni.
Douglas, muito o texto, parabéns. Sò um detalhe a foto do arroz doce está acima e não abaixo.
Grato
Nesta rua existiu um restaurante popular incrível; no inicio dos anos 70 eu frequentava: acho que se chamava Restaurante Giratorio. Saudades!
Almocei lá hoje. Pedi um Paissandú: arroz, feijão(que era preto, pois era dia de feijoada), ovo frito e um bife. Não, absolutamente não valem R$ 17,00,
Claro, não estava ruim.Mas…BOM, BOM, também não. Já comi mais e melhor em “sujinhos” quetais. E pagando menos, inclusive!
É que esses lugares tradicionais, famosos com o tempo de atuação, acabam atraindo turistas(eu, por exemplo) e, com a fama, tudo encarece.
Ah, sim: a farofa(ou a pretensão de ser uma) eu tive que pedir, pois, apesar de ter vários potinhos com a iguaria junto ao balcão, na parte de baixo, nenhum sequer me foi oferecido.
Nossa amei a dica.Adoro lugar assim…limpinho e aconchegante .Com pratos maravilhosos nao da vontade de ir embora….Parabens
em 2020 é uma realidade que não existe mais…
o Ita está aberto normalmente, inclusive durante a quarentena
que nostalgia! me lembra um restaurante similar aos padrões do ita que fica na rua do seminario.
alias, restaurante não, se não me falhe a memoria, se intitulava “comidaria”. era incrivel.
Atualmente encontra-se fechado Já fui lá na semana e só a placa clássica. mas fechado.
Sábado estava funcionando normalmente