Palacete da Família Martire

Principal artéria do bairro paulistano da Mooca, a avenida Paes de Barros é um endereço repleto de construções interessantes como prédios antigos espaçosos, casas bonitas e alguns imóveis encantadores de alto padrão. Um deles é o que abordarei aqui neste artigo:

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Localizado no número 250 da avenida acima citada esse magnífico palacete antigo construído em estilo toscano e projetado por arquiteto estrangeiro, é de 1927 e serviu por décadas como residência de uma importante família paulistana de origem italiana, os Martire.

O casal Domenico Martire e Emília Giudice Martire foram os primeiros moradores desta residência, onde viveram por toda a vida e tiveram um único filho, Lybio Martire, renomado advogado criminalista, político, procurador do Estado e historiador, que teve enorme contribuição para a sociedade paulistana durante sua trajetória de vida.

Entre seus feitos podemos elencar dois deles com bastante destaque: Lybio foi um dos envolvidos com a fundação da extinta CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) o qual foi membro de sua primeira diretoria. Falando em criação, ele foi o responsável por dar vida ao importante Teatro Arthur de Azevedo, localizado na mesma avenida deste palacete.

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Sua notável carreira também passou pela Caixa Econômica Estadual, onde foi conselheiro, exerceu também o cargo de secretário geral dos Armazéns Gerais do Estado, presidente da Academia Paulista de Letras e foi um dos articuladores para a emancipação do município de São Caetano do Sul.

Lybio foi casado com Norma Bevilacqua Martire, também de origem italiana, com quem teve dois filhos Domingos Octávio Martire e Lybio Martire Júnior. Faleceu em 30 de agosto de 1997 aos 83 anos de idade, deixando um grande legado para São Paulo.

Felizmente, ao contrário do que costumamos ver com frequência no cenário paulistano, os herdeiros de Lybio Martire não se desfizeram do palacete ou o colocaram abaixo com a morte do patriarca. Ele não só está até hoje de pé como muito bem cuidado e preservado, funcionando como um encantadora casa de eventos muito concorrida na região: A Casa da Mooca. O espaço é muito procurado para festas, eventos e os chamados “mini weddings” que estão bem em moda atualmente.

É muito gratificante saber que a Mooca não só não perdeu esse rico patrimônio arquitetônico, como ele está em plena atividade como deve ser com todas as casas, afinal manter casa vazia ou abandonada não é legal. Deixo aqui os meus parabéns para a família e faço votos que esse palacete ultrapasse seu centenário e tenha vida próspera e longa.

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