Que o poder público paulistano é negligente com seu patrimônio histórico não é novidade. Mas a negligência e o descaso de nossas autoridades parecem ter batido todos os recordes desta vez com um acontecimento realmente inacreditável: o furto da escultura Diana Caçadora.
Instalada na Praça Pedro Lessa, a extremidade norte do Vale do Anhangabaú, a escultura de mais de dois metros de altura foi uma obra do Liceu de Artes e Ofícios que há décadas integrava o catálogo de obras públicas da Cidade de São Paulo.
Depois de mais 70 anos no local o monumento não está mais por ali, seu furto foi notado no final de julho por funcionários da obra de revitalização do vale. Após perceberem que a estátua não está mais ali a prefeitura registrou um boletim de ocorrência no 3°DP (Campos Elíseos). Até o momento nada foi encontrado e as buscas continuam.
Conheça a história do monumento furtado clicando aqui.
Assista à reportagem do Jornal da Gazeta, edição de 15 de agosto de 2019, sobre o lamentável ocorrido:
Respostas de 14
Sinto que parece haver de tempos pra cá um sentimento institucionalizado, ainda que veladamente por parte de alguns políticos e outros grupos, de tributo máximo ao vandalismo. Aqui no Distrito Federal a prática de vandalismo é quase que uma obrigação formal: o vizinho de cima do meu apartamento tem bicicleta e, quando a usa, carrega a mesma sujando as paredes da escadaria com os pneus, embora haja lugar na prumada para guardar o veículo.
Torço para que já não tenha virado “baseado”, “pó” ou “pedra”.
Infeliz do povo que não cuida de sua educação, cultura e de seu passado.
E a tempos que não se pode colocar peças feitas assim em cemitérios, hoje tendem a se parecer com valas de guerra que são feitos às pressas devido o contexto se bem que, estamos em uma guerra assimética.
Caro Douglas, gosto muito dos seus posts. Mas a responsabilidade do governo é qual? Colocar um guarda em cada estátua e monumento? Me parece que a questão vai um pouco mais longe. Vc esqueceu o pouco valor que a população dá para isso tudo de riqueza. Com certeza , o monumento virou peso ou foi vendido para alguém particular.
Não se trata de colocar um guarda em cada monumento. Leia a reportagem! A área está totalmente isolada por conta das obras do Vale e a escultura estava guardada em uma área do canteiro.
Entraram no canteiro e a levaram, como poderiam levar equipamentos e outras coisas.
A essa altura do campeonato já foi derretida.
Tristeza… em 2014, fotografei-a https://www.facebook.com/voz.do.seven/posts/10215088418471429
Que triste…
Vergonha!
Infelizmente o vandalismo e o furto facil faz com que a memoria paulistana fique mais exigua.
Sao Paulo é uma cidade que abraça todos e não é protegida por ninguem.
Claudya, é verdade o que escreveu. Aqui no São Paulo Antiga eu digo há tempos: NÃO HÁ UM AMOR DE RETRIBUIÇÃO PELA CIDADE. É A CHAMADA TERRA DE NINGUÉM!
Não há um amor de retribuição pela cidade.
É de doer saber que algum ferro velho vai comprar a estátua por alguns reais.nao vamos mais vê la
Não vai não, já foi.
Isso é o fim do mundo. Só mostra como, neste país, educação e cultura não tem nenhum valor.
O furto da estátua abre o flanco para uma reflexão profunda: até que ponto cada um de nós e a sociedade como um todo tem colaborado para que tenhamos chegado a este estado de degradação? Sim, porque reclamar da falta de educação alheia é fácil, mas até que ponto eu, você e todos nós não somos partícipes dessa situação, será que somos todos esse modelo que tanto cobramos dos outros? O brasileiro é um ser estranho que se sente estrangeiro na própria terra e essa sensação de deslocamento é a raiz dos nossos problemas, não sentimos que fazemos parte da sociedade e tudo o que é público não é de ninguém, precisamos deixar de sermos hipócritas e de esperar pelo próximo, se quisermos mudar esta situação devemos começar por nós mesmos.
Na praça da República e largo do Arouche também já levaram várias, infelizmente.